Uma Nação em negação: A reformulação de velhas fantasias não salvará Israel 6i5z4y

Ao anexar a Cisjordânia, Israel também decretaria o fim da Autoridade Palestina, transformando toda a região em uma plataforma para a resistência popular palestina. Como Israel enfrentaria essa nova frente de guerra, quando já está lutando – ou falhando – para garantir vitórias em Gaza e no sul do Líbano?
Foto: Can Pac Swire, via Wikimedia Commons.

Uma Nação em negação: A reformulação de velhas fantasias não salvará Israel 6i5z4y

Ao anexar a Cisjordânia, Israel também decretaria o fim da Autoridade Palestina, transformando toda a região em uma plataforma para a resistência popular palestina. Como Israel enfrentaria essa nova frente de guerra, quando já está lutando – ou falhando – para garantir vitórias em Gaza e no sul do Líbano?

A frase paradoxal “fugir para frente” é uma das descrições mais adequadas para ilustrar o estado atual de Israel. 2f5l7

Parece que tudo o que Israel fez no último ano é uma tentativa de negar, dissuadir ou escapar de cenários futuros iminentes – todos eles sombrios.

De fato, o último ano provou repetidamente que a supremacia militar de Israel já não é capaz de vencer guerras ou determinar desfechos políticos.

Além disso, o genocídio em Gaza e o acelerado roubo de terras palestinas na Cisjordânia expam, como nunca antes, o lado mais cruel dos assentamentos coloniais sionistas. Somente aqueles completamente doutrinados ou desatentos ainda argumentam que Israel defende algum ideal moral ou é uma “luz para as nações”.

As tentativas incessantes do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de marginalizar, ou mesmo apagar completamente, a causa palestina fracassaram totalmente. O sofrimento, a resistência e o orgulho do povo palestino transformaram sua luta em uma causa global e, desta vez, de forma irreversível.

Mesmo assim, apesar de tudo isso, os líderes israelenses continuam a arrastar seu povo em buscas intermináveis rumo a destinos arbitrários, prometendo “vitórias totais” e outras fantasias.

Monitorar as declarações de líderes israelenses e as conversas na imprensa de direita deixa qualquer um perplexo.

Enquanto mais de 55 mil soldados israelenses tentaram, sem sucesso, ao longo de semanas, subjugar o norte de Gaza, líderes de assentamentos estão ocupados planejando leilões imobiliários e imaginando novos assentamentos e resorts na destruída Faixa de Gaza.

O jornal israelense Haaretz relatou, em 21 de outubro, que Israel quer construir diversos blocos de assentamentos dentro de Gaza. Mas como Israel protegeria essas áreas ao longo dos meses e anos, se não conseguiu proteger o sul do próprio país há apenas um ano?

Na Cisjordânia, onde uma rebelião armada está em formação, mas ainda não se concretizou em larga escala devido à “coordenação de segurança” entre Israel e a Autoridade Palestina, o governo de direita de Netanyahu fala em anexação total.

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“O ano de 2025 será, com a ajuda de Deus, o ano da soberania na Judeia e Samaria”, disse o Ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, referindo-se à ocupada Cisjordânia. Seja convertendo sua anexação de fato em uma anexação jurídica ou não, isso pouco alterará o status legal da Cisjordânia sob o direito internacional, que continua sendo um território palestino ocupado ilegalmente. O mesmo vale para Jerusalém Oriental, cidade palestina oficialmente anexada por Israel em 1980 sob a chamada “Lei de Jerusalém”.

Mesmo assim, poucos na comunidade internacional estão dispostos a aceitar o esquema de Israel na Cisjordânia, já que – exceto Washington – muitos ainda se recusam a reconhecer a soberania israelense sobre Jerusalém. Na verdade, o oposto é verdadeiro, como foi determinado pela Corte Internacional de Justiça (CIJ) em 19 de julho. A decisão, respaldada pelo consenso internacional, afirmou que “o Estado de Israel tem a obrigação de pôr fim à sua presença ilegal no Território Palestino Ocupado o mais rápido possível”. Em 17 de setembro, a Organização das Nações Unidas (ONU) adotou plenamente a decisão da CIJ.

Ao anexar a Cisjordânia, Israel também decretaria o fim da Autoridade Palestina, transformando toda a região em uma plataforma para a resistência popular palestina. Como Israel enfrentaria essa nova frente de guerra, quando já está lutando – ou falhando – para garantir vitórias em Gaza e no sul do Líbano?

Em um artigo recente, o historiador israelense Ilan Pappé escreveu sobre a “Israel Fantasia”, uma construção política de décadas baseada na crença de que o “Ocidente apoia Israel porque ele adere a um ‘sistema de valores’ ocidental fundamentado na democracia e no liberalismo”.

Essa Israel fictícia já está em colapso há anos, muito antes da atual guerra em Gaza – embora a guerra genocida tenha acelerado esse processo. O colapso da Israel Fantasia “expôs rachaduras na coesão social e na disposição de muitos israelenses em dedicar tanto tempo e energia ao serviço militar como faziam no ado”, argumenta Pappé.

Hoje, Israel está sob o controle de uma nova geração de políticos, apoiados por uma superestrutura intelectual extremista e de mente fechada. Esse grupo está envolvido em um conjunto completamente diferente de ilusões, convencendo-se de que está vencendo quando não está; de que pode impor sua vontade aos palestinos e ao resto do mundo quando não pode; de que continuar a guerra lhes permitiria completar um trabalho que, em suas mentes, deveria ter sido concluído há muito tempo: a destruição total do povo palestino.

Como esse grupo é motivado por ideologias religiosas extremistas, ele é incapaz de aceitar qualquer forma de pensamento racional, mesmo quando vem de figuras sionistas respeitadas dentro de Israel.

“Essa guerra carece de um objetivo claro, e é evidente que estamos, sem dúvida, perdendo-a”, afirmou o ex-vice-chefe do Mossad, Ram Ben-Barak, em uma entrevista à rádio pública israelense em 18 de maio.

Nada disso parece importar para Netanyahu e seus ministros de direita. Eles continuam a reciclar velhos dogmas religiosos e rezar fervorosamente por milagres. Ao fazer isso, insistem em construir um novo “Israel Fantasia”, que, como fantasias costumam fazer, inevitavelmente entrará em colapso.

Ramzy Baroud é jornalista, editor do The Palestine Chronicle e Conselheiro Editorial de AND. É autor de seis livros. Seu último livro, co-editado com Ilan Pappé, é “Our Vision for Liberation: Engaged Palestinian Leaders and Intellectuals Speak out”. O Dr. Baroud é pesquisador sênior não residente do Center for Islam and Global Affairs (CIGA). Seu site é www.ramzybaroud.net

Esse texto expressa a opinião do autor. Ele foi publicado originalmente no portal Palestine Chronicle.

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