Turquia: Velho Estado utiliza armas químicas proibidas de destruição maciça contra povo curdo 4l2zl

Turquia: Velho Estado utiliza armas químicas proibidas de destruição maciça contra povo curdo 4l2zl

O velho Estado turco, encabeçado pelo fascista Recep Tayyip Erdogan, usou armas químicas contra guerrilheiros por mais de 3 mil vezes em seis meses. O alvo dos genocidas militares turcos são os guerrilheiros curdos das Forças de Defesa do Povo (HPG, na sigla em curdo), ligado ao Partido dos Trabalhadores Curdos (PKK, na sigla em curdo). Os guerrilheiros denunciam o uso generalizado de armas químicas letais contra o nas regiões de Zap, Avaşîn e Metina, no norte do Iraque.  73331

Segundo balanço parcial divulgado pelo HPG, somente no período de abril a novembro de 2022, as bombas e armas químicas foram utilizadas 3 mil vezes, assassinando 27 guerrilheiros e incapacitando inúmeros outros. Denúncias dos guerrilheiros dão conta que tropas militares reacionárias turcas invadiram a região em abril de 2022 com uma onda de ataques em grande escala no objetivo de forçar a capitulação dos combatentes. Para isto, utilizaram pelo menos 5 tipos de gases proibidos internacionalmente.

O regime fascista de Erdogan, em sua ira de derrotado, rasga as próprias leis e desrespeita as próprias convenções internacionais que participa com o objetivo de sufocar a luta do povo curdo. E, embora as violações do direito internacional por parte do velho Estado turco e os crimes contra a humanidade sejam abrangidos pelo âmbito dos crimes de guerra, de acordo com o HGP, os ataques são levados a cabo com o apoio da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e ocorrem, pelo menos, desde abril de 2021. Os guerrilheiros curdos também denunciam que outras instituições internacionais seguem continuamente ignorando as denúncias.

GASES PROIBIDOS CAUSAM ‘EUFORIA’ E MORTE POR ASFIXIA

Os guerrilheiros relatam o uso extensivo de químicos que perturbam o sistema nervoso (Tabun, Sarin, Soman, Vx), químicos cáusticos (Mostarda, Mostarda de Nitrogênio, Lewisite), químicos irritantes para os pulmões (Fosgênio, Cloropicrina), venenos sistêmicos (Cianeto de Hidrogénio, Sulfureto de Hidrogénio), químicos que perturbam a capacidade (BZ, LSD), químicos de controle de multidões (Lacrimogêneo: CN,CS,CR, Vomitivos: DM), Herbicidas (2, 4-D, 2, 4, 5-T, Ácido Cacodílico, Picloram) e muitas outras armas químicas. São utilizadas, especialmente, as substâncias químicas que sufocam e paralisam o sistema nervoso. Para além dos gases de toxicidade variável, o exército reacionário turco utiliza bombas nucleares em combinação com gás venenoso para destruir sistemas de túneis e contaminar áreas estreitas.

De acordo com relatos de guerrilheiros divulgados pela Agência de Notícias Firat (ANF), quando estes gases entram em contato com o corpo humano, causam primeiro comichão e vermelhidão, e, posteriormente, podem ser observados efeitos como ardor nos olhos e garganta e incapacidade de respirar. Em caso de exposição a longo prazo, o gás causa acumulação de sangue nos pulmões e morte. No dia 18 de outubro, Zîlan Mêrdîn, um guerrilheiro paramédico que prestou primeiros socorros aos guerrilheiros expostos ao ataque com armas químicas e testemunhou o incidente, descreveu o efeito dos químicos à ANF: “A fala e o comportamento de Helbest [guerrilheira assassinada] estavam fora de controle. O gás da arma química que inalou tinha afetado o seu sistema nervoso e suprimido e perturbado o funcionamento fisiológico normal do seu corpo. O súbito estado de extrema felicidade e riso do companheiro era uma condição anormal, também definida como ‘euforia’ em psicologia, que se desenvolveu devido aos químicos a que foi exposto.”. Afirmando que outro guerrilheiro, chamado Baz, teve efeitos semelhantes, Mêrdîn disse: “Quando os companheiros o trouxeram de volta, ele não se lembrava de nada, estava inconsciente. Se comportava como se tivesse enlouquecido. O seu estado era mais grave do que o da Helbest. […] Não sabemos exatamente quantos minutos e a quantos tipos de armas químicas esteve exposto.”.

GUERRILHEIROS RESISTEM E REALIZAM NOVAS AÇÕES

O exército reacionário turco, apesar dos meios técnicos militares à sua disposição e da utilização de soldados pagos, bandos e unidades especiais, bem como do apoio de potências estrangeiras e traidores do povo curdo, não conseguiu quebrar a resistência da guerrilha. Dados parciais do conflito trazidos à tona pelo HPG contabilizam que os guerrilheiros mataram 2544 soldados e abateram onze helicópteros do exército reacionário turco em 2553 ações entre abril e novembro de 2022, no norte do Iraque. O HPG afirma também que “embora o exército turco tenha sofrido as perdas mais pesadas da sua história, continua a insistir na guerra e no seu objectivo de ocupação. Contra isto, a resistência épica das nossas forças continua em toda a sua força”.

REVOLUCIONÁRIOS E DEMOCRATAS DE TODO O MUNDO SE SOLIDARIZAM COM O POVO CURDO

Frente aos crimes do velho Estado turco, massas, democratas e revolucionários de todo o mundo se demonstraram solidários com o povo curdo, e repudiaram os atentados perpetrados pelo exército reacionário turco.

No dia 5 de agosto de 2022, uma ação exigindo justiça ocorreu em frente ao edifício da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW, na sigla em inglês) em Haia, Holanda. Na ocasião, Xosnav Ata, um refugiado perseguido político, declarou que os seus sobrinhos Mihriban Ata e Gülperin Ata, guerrilheiros do HPG, foram mortos com armas químicas em 5 de dezembro de 2021. Xosnav iniciou uma concentração em frente do edifício exigindo uma investigação sobre o assunto, carregando um cartaz com os dizeres “O Estado turco matou minha sobrinha com armas químicas. OPCW, porque não investigam isto?”.

No dia 12 de novembro, em Düsseldorf, Alemanha, um protesto reuniu dezenas de milhares de curdos que vivem na Europa, onde foi denunciado a conivência da OPCW, da Organização das Nações Unidas (ONU), da Otan e dos políticos e partidos reacionários do Estado imperialista alemão frente ao velho Estado turco e sua política genocida contra o povo curdo. Os manifestantes afirmaram que as instituições internacionais, especialmente a OPCW, deveriam cumprir imediatamente suas responsabilidades e as sanções necessárias deveriam ser aplicadas àqueles que cometeram o crime. Durante o protesto, uma declaração denunciando o velho Estado turco e o apoio do Estado imperialista alemão foi lida.

O Partizan, organização revolucionária ligada ao Partido Comunista da Turquia/Marxista-Leninista (TKP/ML) – que conduz a guerra popular há 50 anos – participou de manifestações em Viena, na Áustria e em Atenas, na Grécia. O movimento, em nota intitulada O Estado turco fascista continua a sua guerra de extermínio de guerrilhas com armas químicas! Vamos enfrentá-lo, vamos encher as praças e o campo! caracterizou o uso de armas químicas contra a guerrilha como uma “norma na luta do sistema imperialista e de seus lacaios contra os povos e nações oprimidas.”. Os revolucionários também afirmam que “deve ser estabelecida uma linha clara e determinada de luta contra os ataques realizados pelo fascismo contra o povo curdo, dentro e fora de suas fronteiras. Esta orientação do fascismo deve ser exposta e seu uso frenético de armas químicas deve ser rechaçado. […] A ditadura fascista deve ser alvo de denúncias por todos os meios, ferramentas e métodos à nossa disposição em todas as áreas, e os ataques devem ser expostos ao mais amplo público. Apelamos a todo o público europeu, a todos os nossos ativistas, a todas as nossas organizações para que se concentrem neste eixo, para que tomem as ruas e tomem providências.”. 

O TKP/ML realizou um embandeiramento de uma faixa com uma bomba anexada em Istambul, na Turquia, com os dizeres Os ataques químicos não vão vencer, vocês não serão capazes de parar a guerra de guerrilhas e Viva a Resistência da Guerrilha, assinada pelo TKP/ML e pelo Exército de Libertação de Operários e Camponeses (TIKKO).

Faixa com bomba anexada assinada pelo TKP/ML e TIKKO. Foto: Reprodução

Imagem em destaque: Velho Estado turco utiliza armas químicas proibidas internacionalmente contra povo curdo. Foto: Banco de Dados AND

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