O presidente ultrarreacionário dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, enviou no dia 9 de junho 2 mil tropas da Guarda Nacional e 700 fuzileiros navais para reprimir ao máximo os manifestantes que, desde sábado, tomam as ruas da Califórnia contra a violência e o sequestro de imigrantes pela polícia imigratória (ICE). Com isso, o número total de tropas das duas corporações mobilizadas no estado chegou a 4,7 mil. A medida, que procurava conter a revolta popular, saiu pela culatra e os protestos se generalizaram para, ao menos, oito grandes cidades. 56355q
Trump já havia enviado 2 mil soldados da Guarda Nacional para Los Angeles no dia 08/06. Ao constatar que os manifestantes não se intimidaram, o ultrarreacionário decidiu enviar mais 2 mil soldados da guarda e 700 fuzileiros navais para a cidade. O uso de fuzileiros é um destaque porque é a primeira vez desde 1992 que os militares do país são usados para reprimir o próprio povo. Naquele ano, os militares foram enviados para reprimir massas que se revoltaram contra o espancamento do homem preto Rodney King por agentes do velho Estado. 55 pessoas foram mortas.
Como resultado do aumento da repressão, mais de 200 pessoas foram presas, dezenas de repórteres foram agredidos e alvejados por tiros de armamento não letal. Um repórter do monopólio de imprensa CNN chegou a ser arbitrariamente preso na noite de ontem, enquanto trabalhava em uma cobertura.
A repressão fracassou mais uma vez em impedir o crescimento da rebelião das massas. Os manifestantes de Los Angeles continuaram com os confrontos apesar da brutalidade das tropas ianques que levaram 200 pessoas presas. Nesta terça-feira (10/06), imagens de viaturas em chamas e de um jovem manifestante balançando a bandeira do México e vestindo a faixa de cabeça da Frente Popular para Libertação da Palestina rodaram a internet, mostrando que as massas de Los Angeles seguem dispostas a lutar.
Além disso, a atuação contundente das massas californianas frente a todo tipo de repressão pareceu incendiar a fagulha de revolta em diversas partes dos EUA. No Texas, manifestações ocorreram nas principais cidades de Dallas, San Antonio, Houston e Austin. Em Nova Iorque, manifestações em frente a centros de concentração de imigrantes se radicalizaram depois dos ataques policiais feitos com bombas de efeito moral e gás de pimenta. Em Louisville, Kentucky, uma grande marcha foi organizada.
This is downtown Austin, Texas.
— Panda Inspiration (@inspiration_eye) June 10, 2025
Even the red states are in turmoil, just like Los Angeles.
The unrest has spread to many places across the U.S. East Coast, including New York, Boston, and the capital, Washington, D.C.#riot #riots #Protests #protest #LosAngeles #losangelesriots… pic.twitter.com/Nzk1JGc3yY
Os protestos mais violentos ocorreram no Texas, onde grandes campos de detenção e concentração de imigrantes estão sendo erguidos, na fronteira com o México. Em Austin, uma poderosa manifestação popular reuniu milhares de pessoas, que erguiam cartazes comparando os métodos de sequestro e desaparecimento de pessoas com os da Gestapo, polícia da Alemanha nazista.
A repressão imperialista foi forte, com tiros deliberados de escopeta não letal e bombas de gás. Contudo, os manifestantes não abandonaram as ruas. Erguendo bandeiras palestinas, mexicanas, hondurenhas e de outros países latino-americanos, aram por cima dos bloqueios policiais e se armaram com paus e escudos objetivos através de bancos e placas quebradas. Imagens mostram manifestantes devolvendo a pontapés uma bomba de gás, enquanto os agentes espancam um repórter que filmava os abusos e roubaram seu equipamento profissional.
Agora, protestos massivos estão sendo organizados também em Milwaukee, Denver e Chicago, com perspectiva de início para às 18 horas, horário de Brasília.