Trinidade e Tobago: Rebelião na capital contra o assassinato de três jovens pela polícia 6a1l3m

Trinidade e Tobago: Rebelião na capital contra o assassinato de três jovens pela polícia 6a1l3m

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Massas se rebelam contra o assassinato de três jovens pela polícia. Foto: Curtis Chase

Moradores de favela da capital Porto da Espanha, de Trinidade e Tobago, bloquearam com barricadas em chamas diversas rodovias e ruas principais, em rebelião contra o assassinato de três jovens da comunidade pela polícia e um quarto jovem que se encontra em estado grave. O protesto ocorreu nos dias 4 e 5 de julho, e o assassinato dos jovens ocorreu dois dias antes. Pelo menos oito pessoas foram presas durante as manifestações.

Os jovens eram Fabien Richards, 21, de El Socorro, seu primo Isaiah Roberts, 24, de Beetham Gardens, e Leonardo Williams, 17, de Laventille. Eles foram mortos a tiros na Independence Square South em Porto da Espanha, cerca de 3:20 da manhã. Uma quarta pessoa, que ficou gravemente ferida, foi identificada como Malakai Glenn, de 16 anos.

“Esses jovens eram inocentes. Eles nunca tiveram sequer um caso [agem pela polícia]. Eles não têm ficha policial, nada. São crianças inocentes que eles matam. Eles só foram a uma festa de aniversário e voltando para casa e a polícia decide atirar em todo mundo”, um morador disse ao Daily Express.

Para reprimir a justa rebelião das massas, cerca de 200 policiais, juntamente com membros da Força de Defesa de Trinidad e Tobago, foram enviados para as áreas em que ocorriam os protestos.

Massas enfrentam a repressão e protestam durante um dia inteiro

Massas se rebelam contra o assassinato de três jovens pela polícia. Foto: Jermaine Criuckshank

Os protestos começaram às 10:30 ao longo da Beetham Highway, onde os moradores ergueram barricadas em chamas, quando a Unidade de Patrulhamento de Resposta a Emergências iniciou a operação de repressão. Enquanto os policiais se encontravam nesse local, os moradores de Beetham migraram para a Rota Prioritária de Ônibus, onde mais uma vez bloquearam a estrada.

A Força-Tarefa Interagências e a Delegacia de Polícia de Besson Street tentaram reprimir os protestos na rota de ônibus. No entanto, enquanto a polícia estava dividida nesses dois locais, moradores de Sea Lots saíram da comunidade e bloquearam a pista oeste da rodovia nas proximidades.

Os jovens assassinados não tinham nenhuma ligação com a comunidade de Sea Lots, entretanto os moradores afirmam que se mobilizaram em solidariedade ao caso e em rechaço à polícia. 

Moradores que estavam no local no momento do assassinato rechaçam a versão da polícia e afirmaram que viram a polícia plantando a arma dentro do carro. Em entrevista com o Daily Express, um morador de Sea Lots afirmou: “Mesmo segundo relatos da própria polícia no noticiário, eles apreenderam apenas uma arma. Então, mesmo que acreditássemos neles, esse é um homem que estava armado. Mas são três almas que se perderam, incluindo um menino.

Agora, não acreditamos neles. Pelo que nosso pessoal que estava no local no sábado de manhã nos disse, eles estavam vindo de uma festa e o motorista fez uma direção ruim e a polícia o viu e ele tentou ir embora”, disse Tristan Alexander ao Express, acrescentando que “se fossem algumas pessoas em um Benz ou Audi, eles não teriam feito isso”.

As massas afirmaram que realizarão mais protestos nos próximos dias, não apenas ao longo da Beetham Highway, mas em todo o país. Eles prometeram fechar o país por meio de protestos nas principais estradas e rodovias até que sejam responsabilizados os policiais pelos assassinatos dos jovens.

“A morte desses jovens foi a gota d’água. Aumento de gás, aumento de alimentos, você está cobrando impostos sobre tudo, se [o ministro das Finanças Colm] Imbert e o governo conseguirem, eles vão querer nos taxar por respirar em breve, e agora eles querem tirar o futuro de nossos filhos pequenos? A polícia quer apenas matar esses meninos sem motivo? Isso é injusto. Se eles achavam que não iríamos nos revoltar, bem, aqui estamos. É tanta dor que um homem pode ar antes de atacar, e quando você tira a família de um homem e o futuro de uma comunidade, por nada, então temos que revidar. Nossas costas estão contra a parede. E já está na hora desses policiais pararem de tirar vantagem de nós pobres”, disse um homem que só deu seu nome como Akili ao Express.

Massas se rebelam contra o assassinato de três jovens pela polícia. Foto: Jermaine Criuckshank

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