Os trabalhadores da Educação de Nova Iguaçu (RJ), organizados pelo Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), realizaram uma manifestação nesta quarta-feira (21/05) em frente à prefeitura do município. O ato é parte de uma campanha salarial que ocorre desde janeiro e conta com um abaixo-assinado com mais de 7 mil s. l5b1z
Os profissionais reivindicam reajustes salariais e denunciam uma considerável queda do seu poder de compra que, de 2016 até 2025, chega a 28,87%. Além disso, demandam a climatização da rede pública de ensino e expõem as péssimas condições de trabalho. De acordo com os relatos, dentro de uma sala de aula superlotada onde a sensação térmica é de 50°C, alunos e professores ando mal ou desmaiando é uma cena corriqueira.
Não bastassem esses ataques, ainda o prefeito Dudu Reina (PP) desrespeita a legislação ao forçar mais perdas salariais aos trabalhadores. De acordo com a Lei 11.738/2008, fica estabelecido 1/3 (um terço) da carga horária para planejamento docente, mas, segundo o Sepe, a Prefeitura de Nova Iguaçu segue impondo jornada de trabalho e tempo de atividades de interação com estudantes maiores do que o estabelecido pela Constituição, fazendo com que os professores aumentem sua jornada de trabalho com horas extras não remuneradas. Somado a isso, a Secretária de Educação Maria Virgínia revogou o artigo 18 da portaria de matrícula que limitava o número de alunos em uma sala de aula, causando superlotação das turmas, prejudicando a aprendizagem e sobrecarregando os profissionais.
Agentes de Apoio à Inclusão, que auxiliam alunos com necessidades educacionais específicas, também estiveram presentes denunciando a remuneração 20% menor para funcionários contratados, mesmo que cumpram a mesma função dos concursados, expressando o sentimento de exclusão por parte destes profissionais.
Entoando diversas palavras de ordem como “Se não aguenta com a formiga, não atiça o formigueiro”, os trabalhadores marcharam em direção à entrada da prefeitura, que foi fechada pela guarda municipal durante o horário de funcionamento. Quando a direção do sindicato tentou negociar a entrada no local, a resposta dos esbirros foi o despejo de spray de pimenta em cima dos manifestantes e a tentativa de prisão dos diretores. No entanto, não foi o bastante para frear o protesto, que, mais tarde, marchou por todos os andares da prefeitura.
A truculenta reação dos agentes de segurança pública à combatividade dos trabalhadores escancara um governo municipal desesperado, que, para tentar conter o protesto popular, dispõe-se a tomar medidas arbitrárias, como o fechamento da prefeitura, a dita “casa do povo”, em plena luz do dia. Contudo, não está disposto a usar o dinheiro que tem para pagar salários justos aos profissionais dessa categoria, muito menos para investir na infraestrutura da rede pública de ensino, embora a câmara dos vereadores de Nova Iguaçu tenha aprovado um aumento de 50% nos salários dos próprios vereadores, de 31,69% para a secretária de Educação e 32,5% para a vice-prefeita. O governo “democrático” se recusa a atender as solicitações de audiência por parte dos trabalhadores.
Muitos dos presentes no ato manifestaram sua descrença no processo eleitoral, alegando que “se não fosse o Dudu Reina, seria outro” a continuar perpetuando a exploração e repressão contra os professores e demais profissionais da Educação, contudo motivando-os cada vez mais a continuarem e elevarem sua combativa e histórica luta que, repetidamente, provou ser o único caminho para a transformação.