Começaram a valer hoje (12/3) as tarifas de 25% impostas pelo Estados Unidos (EUA) sobre o aço e alumínio oriundos do Brasil, México e Canadá. A taxação foi anunciada na terça-feira da semana ada em um discurso no Congresso ianque e confirmada pela Casa Branca na noite de ontem. 5o2f5h
Sob um discurso protecionista, o presidente ianque Donald Trump sustentou sua decisão como uma necessidade para a “segurança nacional” e a defesa da produção de aço estadunidense. O apelo das tarifas sob a justificativa de “segurança nacional” tem como objetivo elevar a centralização do poder na figura do presidente, traço da crescente reacionarização do Estado imperialista.
Outro objetivo de Trump está em afetar não os países diretamente afetados, mas também as potências imperialistas europeias que se utilizam de países como México e Canadá para instalar suas indústrias. A ideia é forçá-los a estabelecer relações diretas bilaterais com o imperialismo norte-americano, sem o intermédio da União Europeia, hegemonizada pelo imperialismo alemão.
Após o anúncio das tarifas, o mandatário brasileiro Luiz Inácio (PT) quis bancar de combativo ao ameaçar, da boca para fora, responder os ianques à altura. Com o ar dos dias, o discurso do governo foi do vinho para a água. Em declaração, o ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT) garantiu que o Brasil não irá responder às taxações com qualquer retaliação ao imperialismo ianque. Ao contrário, segundo o ministro, o próprio presidente da República solicitou calma, indicando que nada fará.
A omissão do governo brasileiro se dá mesmo no momento em que há uma grande oportunidade para taxar o imperialismo norte-americano: atualmente, latifundiários da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) anunciaram que vão dobrar a exportação de ovos para o Estados Unidos, o que aumentará ainda mais o preço do item no Brasil.
Luiz Inácio poderia taxar a exportação de ovos para o EUA, afetando o imperialismo norte-americano e garantindo a permanência de mais ovos no Brasil para abastecer o mercado interno. Contudo, a medida é evitada para fugir de um choque com o imperialismo e os latifundiários.