Sudão: Massas não recuam em sua inquebrantável resistência 1t3o4l

Sudão: Massas não recuam em sua inquebrantável resistência 1t3o4l

Massas protestam na capital do Sudão, Khartoum. Foto: AFP c3v4y

Entre os dias 30 de junho e 3 julho, milhares de sudaneses impam duras batalhas contra as forças de repressão do governo ultrarreacionário e golpista de Abdel Fattah al-Burhan. Os protestos exigiam o fim do governo militar do país e ocorreram como parte das manifestações que se estendem desde outubro de 2021. Os confrontos se intensificaram após, no dia 30 de junho, os militares reacionários assem dez pessoas durante uma manifestação. As massas ergueram barricadas, realizaram ações de sabotagem e resistiram à repressão com confrontos de rua.

No dia 30/06, dezenas de milhares de sudaneses tomaram as ruas de Khartoum, capital do país, bem como nas cidades vizinhas de Omdurman e Bahri. Outras milhares de massas saíram de cidades como Atbara e Wad Madani e buscavam chegar em Khartoum. O dia 30/06 é celebrado pelo povo sudanês como o dia em que, em 2019, milhões foram às ruas para expulsar o ex-presidente Omar al-Bashir do governo. 

As massas marcharam pelas ruas da capital rumo ao palácio presidencial, onde foram duramente reprimidas com bombas de gás lacrimogêneo e de “efeito moral”, spray de pimenta, canhões de água e armas de fogo. Em Omdurman, seis manifestantes que buscavam cruzar o Rio Nilo para chegar em Khartoum foram assassinados pelos militares. Em Khartoum, quatro manifestantes, dentre eles um adolescente de 15 anos, também morreram após serem alvejados pelas forças de repressão. Vídeos mostram, em Khartoum, um militar atirando em um jovem já caído. Outro vídeo mostra um agente da repressão espancando um manifestante já gravemente ferido.

Como resposta, as massas se armaram com escudos, barras de metal e pedras e ergueram barricadas com tijolos, pedras e pneus em chamas nas ruas principais da capital. Em torno de 12 agentes da repressão foram feridos, alguns gravemente, como parte dos protestos. Ainda em Khartoum, as massas derrubaram um contêiner enquanto entoavam o grito de ordem Mesmo se nós morrermos, os militares não irão nos governar!.

Na sexta-feira, dia 01/07, os manifestantes iniciaram um acampamento no centro de Khartoum, próximo ao hospital al-Jawda, onde manifestantes feridos estão sendo tratados, e realizaram novos protestos pela capital. Manifestações também ocorreram nas cidades de Omdurman, Bahri e Madani. Os sudaneses de Khartoum conclamaram aos manifestantes de outras cidades para que fossem até Khartoum para somar às manifestações e ao acampamento. 

Massas erguem barricadas com tijolos, pedras e pneus em chamas. Foto: AFP

No terceiro dia de manifestação, 02/07, novos protestos ocorreram no bairro de Eldaim, em Khartoum, e em diversas regiões das cidades de Omdurman e Bahri. 

Já no dia 03/07, os manifestantes voltaram às ruas para protestar pelo quarto dia seguido. O governo ultrarreacionário de Abdel Fattah al-Burhan mobilizou um grande aparato contra as massas, com o uso de veículos do exército e da Força de Apoio Rápido (FAR), uma força de repressão istrada por Mohamed Hamdan Dagalo. Dagalo é um general do exército sudanês e apoiador de al-Burhan, conhecido internacionalmente pelos crimes de guerra cometidos por suas tropas paramilitares, como os assassinatos e estupros de camponeses no Massacre de Adwa, em 2004. Mesmo assim, as massas não se intimidaram e tomaram as ruas de Khartoum.

As massas no Sudão seguem destemidas em sua inquebrantável resistência contra o governo militar de Abdel Fattah al-Burhan. Depois de oito meses e em torno de 112 manifestantes tombados pelos agentes da repressão, o povo sudanês segue na recusa das ofertas de conciliação com os militares, movidas principalmente pela ONU e o imperialismo ianque. Para o povo sudanês, o objetivo é claro: a derrubada total de Abdel Fattah al-Burhan e de qualquer governo militar que venha a substituí-lo.

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