No último 28 de agosto ocorreu na USP-Butantã o evento “Nem esquecer nem apaziguar, condenar o regime militar ontem e hoje”. O evento mobilizou estudantes da USP e outras universidades, professores, democratas, militantes e ex-guerrilheiros contra o regime militar. 44l43
Seguindo a campanha nacional pela reabertura da comissão de mortos e desaparecidos, o evento teve o júbilo de anunciar a reabertura da comissão, fruto da mobilização de centenas de ativistas que se lançaram a apoiar a moção promovida pelo CEBRASPO.
Em consonância com a denúncia da impunidade aos militares e do golpe contra revolucionário em curso no país, os convidados do evento discursaram sobre os constantes crimes perpetuados pelo velho estado contra o nosso povo.
Maurício Monteiro, sobrevivente do massacre do Carandiru, discursou apresentando como os militares que promoveram a maior chacina da história brasileira eram militares formados no período do regime e que até hoje seguem impunes. Cristina Quirino, mãe de Denys Quirino morto na chacina de Paraisópolis, denunciou a burocracia de estado que tem enfrentado para conseguir que os policiais militares envolvidos na chacina sejam julgados por júri popular, policiais estes que seguem impunes até hoje às vésperas de se completar 5 anos da chacina.
O projeto reacionário de implementar escolas cívico-militares foi duramente criticado pelo professor Fernando Cássio, professor de educação da USP, que demonstrou como o projeto tem o claro objetivo de sucatear a educação pública nas periferias e promover a evasão escolar. No mesmo sentido a ExNEPe também interveio contra o projeto e destacou as lutas que vêm sendo travadas pelos estudantes contra as escolas cívico-militares e o “novo” ensino médio.
Ressaltando as lutas do período do regime militar, a representante do Movimento Feminino Popular saudou os lutadores do povo que tombaram na luta contra o regime militar fascista, em especial Helenira Resende, que foi aluna de letras da USP, assim como a gloriosa guerrilha do Araguaia da qual a mesma fez parte. Todas as intervenções foram vigorosamente aplaudidas e cantos de palavras de ordem elevaram o ânimo de todos os presentes.
Finalizando o evento em alto nível o grupo de rap Ameaça Vermelha cantou as músicas “Juventude Combatente” e “O Guerrilheiro”, o evento também contou com a apresentação de pinturas artísticas de artistas do povo enaltecendo a luta pela terra e denunciando os crimes cometidos no período.