SP: Tarifa do transporte público sofre aumento violento  e3852

Tarifas do transporte público voltam a aumentar em SP. Foto: Ravena Rosa/Agência Brasil

SP: Tarifa do transporte público sofre aumento violento  e3852

Os aumentos nas tarifas do transporte público do estado de São Paulo aram a valer a partir do dia 1° de janeiro. Foram afetados os serviços de trem e metrô na Grande São Paulo e de ônibus e VLT geridos pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU) em diferentes regiões do estado. O transporte sobre trilhos da capital antes custava R$ 4,40 e agora a a custar R$ 5,00. O veículo leve sobre trilhos da Baixada Santista aumentou na mesma quantidade: de R$ 4,55 para R$ 5,15.  3pa49

Os ônibus da EMTU, empresa encarregada das linhas intermunicipais nas regiões de São Paulo, Campinas, Santos, Sorocaba, Litoral Norte, e Vale do Paraíba, possuem tarifas diferentes, de acordo com a linha. Segundo a empresa, o reajuste médio foi de 13,64%. Nos ônibus da Internorte, consórcio da EMTU que opera em Guarulhos, Arujá, Santa Isabel, e Mairiporã, a faixa de preços em serviços comuns varia de R$ 5,80 até R$ 9,45. 

Em 2023, diversas cidades do Brasil já começaram o ano com aumento na agem dos ônibus municipais. Na Grande São Paulo, vários municípios, como Osasco, Carapicuíba e Guarulhos começaram a pagar R$ 5,30, enquanto outros se viram numa situação ainda pior: R$ 5,50 em Diadema e R$ 5,75 em São Bernardo do Campo. 

A tarifa aumenta, mas a qualidade do serviço recua  234c4h

“Mãos ao alto, R$ 4,70 é um assalto”, diz pichação em SP, em referência ao aumento de 2019. Foto: Reprodução

Apesar dos aumentos, a impressão geral constata que não há melhoras. Fica visível que uma parte insuficiente do dinheiro suado que se paga na catraca e também nos impostos é de fato revertida em manutenção e melhoria da estrutura. 

Nas maiores cidades, são raros os ônibus com ar condicionado, wi-fi e tomadas USB, e os problemas graves de demora a superlotação são frequentes. A humilhação é cotidiana para os trabalhadores que dependem do transporte público, a frota não dá conta do número de ageiros, e os congestionamentos fazem do trajeto dos ônibus um sofrimento prolongado. 

A gestão estadual do reacionário Tarcísio Freitas (Republicanos) tem promovido com verdadeira violência sua política privatista, que já provou ser uma catástrofe. As linhas 8 e 9 de São Paulo sofreram uma perda significativa na qualidade do serviço após concessão à CCR/Via Mobilidade em 2021. Não só o valor da agem é o mesmo, como também as concessionárias tomam para si uma fatia generosa do valor arrecadado nas catracas das linhas estatais. 

A SPTrans, responsável pelos ônibus municipais da capital, manteve a tarifa de R$ 4,40 e instituiu o Domingão Tarifa Zero. A medida da gestão municipal do empresário Ricardo Nunes (MDB) faz parte de seu preparo para a temporada de farsa eleitoral, de modo a se promover como candidato e ofuscar as promessas da oposição de falsa esquerda. 

Diferente do que propaga a mídia burguesa, o Domingão Tarifa Zero não significa para as companhias do transporte um prejuízo caridoso. 

Primeiro: essa grande máfia opera através de consórcios que conectam várias empresas. Assim, enquanto há um dia de desconto na capital, a cobrança é muito mais intensa nas cidades ao redor e o dinheiro vai basicamente para o mesmo lugar;

Segundo: domingo tem o menor movimento na semana e, apesar de a política se aplicar também aos trens e metrôs, estes serviços já instituíram um aumento de R$ 0,60 na tarifa;

E terceiro: a maioria das linhas intermunicipais da Grande São Paulo têm como terminal uma estação de trilhos, portanto, para muita gente, o aumento real consiste nos valores tanto da malha metroferroviária quanto dos ônibus metropolitanos e é maior que R$ 1,00. 

A exemplo disso, o ageiro guarulhense que pagava em 2023 R$ 7,55 na linha 341 da EMTU e depois R$ 4,40 na linha 1 do metrô, paga agora em 2024 R$ 8,60 mais R$ 5,00. O total vai de R$ 11,95 para R$ 13,60, ou seja o aumento real é nesse caso de R$ 1,65 (13,81%). A EMTU afirma que o reajuste médio, de 13,64%, ficou abaixo do índice de inflação de preços, que é de 28,40%, mas, por outro lado, o salário mínimo aumentou em apenas 6,97%. O Comitê de Luta contra a Privatização da TM convocou um ato contra o aumento da tarifa e as privatizações para o dia 04/01, no vão do MASP, às 17h00.

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