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De acordo com um estudo feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico (Dieese), divulgado no dia 11 de janeiro, o salário mínimo necessário para suprir os gastos mensais de uma família de dois adultos e duas crianças teria que ser de R$ 5.304, ou seja, 382% maior do que os atuais R$ 1.100.
A pesquisa feita pelo Dieese tem como base a o preço da cesta básica mais cara do país, no caso a de São Paulo, que em dezembro de 2020 custava R$ 631,46. Vale lembrar que no mesmo mês o salário mínimo era de R$ 1.045.
O instituto também demonstrou que em 2020, o brasileiro gastou 56,57% do salário mínimo líquido para comprar alimentos básicos para uma pessoa adulta.
Os alimentos que tiveram mais altas no preço foram o arroz, o óleo de soja, a carne, o tomate e a batata. A Pequisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos também mostrou que os preços aumentaram em 16 das 17 capitais analisadas, com as maiores altas sendo em Brasília (17,05%), Campo Grande (13,16%) e Vitória (9,72%).
CONSUMO DE FAMÍLIAS RICAS É MENOS TRIBUTADO QUE OS CONSUMOS DAS FAMÍLIAS Pobres
Conforme revelam dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o consumo das famílias pobres são mais tributados, em termos relativos, do que a das famílias ricas.
Na hora de comprar alimentos, remédios, roupas e demais bens de consumo, os mais pobres gastam 26,48% da sua renda com o pagamento de impostos indiretos. Os burgueses pagam 7,34%. Quando uma pessoa proletária ou das massas populares compra feijão, ela paga o mesmo tributo que uma pessoa rica, porém a diferença é que os gastos com alimentação, por exemplo, consomem 32,79% do orçamento das famílias que ganham até dois salários mínimos. Já das famílias ricas esse gasto corresponde a somente 10,26% do orçamento.
Segundo o economista Salvador Vianna, em estudo divulgado por André Soliani, a injustiça do sistema tributário fica mais evidente nos estados mais pobres. O estudo abarcou as 11 principais regiões metropolitanas do país. Segundo Vianna, nos estados do Norte e Nordeste, que dependem da tributação de ICMS sobre produtos camponeses, há menos isenções fiscais para a compra de alimentos. Em Fortaleza, os impostos sobre alimentos correspondem a cerca de 13% do seu custo para as famílias proletárias. Em São Paulo, pouco mais de 8%.
Ou seja, as famílias que vivem com até dois salários mínimo pagam cerca de R$ 0,28 em impostos para cada R$ 1 de renda e as que ganham mais de 30 salários gastam somente R$ 0,18.