O povo do Rio Grande do Sul tem aumentado os protestos contra a falta de assistência das prefeituras e governos estadual e federal após o crime de Estado que deixou 172 mortos e 2,3 milhões de desalojados pela falta de estrutura para ar eventos climáticos extremos. A onda de revolta já envolve bloqueios de vias e ataques com ovos à prédios como a Câmara de Vereadores de Canoas. 1t2w5h
Em Canoas, os moradores atacaram o prédio político em exigência por medidas mais urgentes. Há duas semanas atrás, os trabalhadores do mesmo município já haviam bloqueado a BR-116 pela mesma demanda, para que possam voltar logo para suas casas.
A revolta se expressou também no município de Porto Alegre, onde moradores dos bairros Vila Farrapos e Humaitá despejaram a água recolhida em suas casas na BR-290 como forma de protesto. Depois da manifestação, eles conseguiram que o Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE) fosse até a região para instalar uma bomba de água para drenar um dos bairros. Foi uma prova de que a manifestação popular pode arrancar as exigências populares do governo.
O registrado no Rio Grande do Sul é um movimento de transformação, em que a solidariedade popular que se expressou nas semanas mais imediatas do crime de Estado se converte cada vez mais em revolta contra os responsáveis pela manutenção da falta de estrutura.
Nesse movimento, os moradores do Rio Grande do Sul denunciam também outras violações do Estado contra o povo gaúcho. Na semana ada, o correspondente local de AND entrevistou trabalhadores que estão em um abrigo para vítimas de enchentes no Bairro Menino Deus, em Porto Alegre. O abrigo foi alvo de um ataque da Brigada Militar, que foi até o prédio supostamente para investigar um furto e no fim agrediu os moradores, dentre elas crianças.
“A polícia fez errado, não respeitou as crianças, jogou gás de pimenta. Quase mataram as crianças pisoteadas, ando por cima. Foi um horror”, disse uma moradora, que não quis se identificar. “Foi um desespero, acertaram um soco na cara da minha filha na hora que fui correr com ela”, disse uma outra moradora, que teve as duas filhas agredidas pela Brigada Militar.