Povo denuncia a situação caótica dos hospitais públicos de Rondônia. O governador Marcos Rocha entregou estruturas de saúde pública para empresas privadas. Foto: Reprodução 643ua
Seguindo a política de extermínio de pobres, a exemplo de seu amo Bolsonaro, o coronel Marcos Rocha, governador de Rondônia, tem sido denunciado pela população em geral frente ao caos na saúde pública. Há meses vários vídeos circulam na internet, em que pacientes são espalhados pelo chão do principal pronto-socorro de Porto Velho, o hospital João Paulo II.
A estratégia de Marcos Rocha é a de privatizar a gestão do Hospital João Paulo II, uma vez que já se realizou leilão na Bolsa de valores que entrega a gestão da maior unidade de saúde de Rondônia para o monopólio privado.
Marcos Rocha comentou que “o simples gesto de bater o martelo para decretar a escolha da empresa que realizará a maior obra da história de Rondônia mudará nosso destino”. Adicionando, o capacho bolsonarista afirmou que “o Novo Hospital mudará todos esses destinos para sempre”.
O governador de Rondônia também comemorou o ato na Bolsa que garantiu à empresa vencedora R$ 2,88 milhões por mês dos cofres públicos pelo prazo de 30 anos.
As comemorações, porém, logo foram encerradas após o Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (TCE) embargar a licitação. A alegação do órgão público em Relatório divulgado foi que haviam inúmeros indícios de irregularidades.
Sem dúvidas, a estratégia de Marcos Rocha é sucatear cada vez mais o hospital João Paulo II para pressionar e viabilizar seu projeto privatista da saúde pública, mesmo que isso signifique dor e sofrimento daqueles que necessitam do atendimento naquela unidade de saúde. Quando das denúncias de superlotação, precariedade no atendimento e pacientes no chão chegaram aos meios de comunicação mais uma vez, o governo de Rondônia apenas informou que nada podia fazer e que a prioridade era a construção de um novo hospital.
MENOS SAÚDE E MAIS REPRESSÃO CONTRA O POVO
Enquanto a população morre sem atendimento nos hospitais, Marcos Rocha segue seu plano para aumentar a repressão contra os pobres das cidades e do campo. A política declarada de Marcos Rocha é a de favorecer latifundiários grileiros de terras públicas e tem como alvo posseiros, indígenas e comunidades tradicionais.
Nesse sentido foi que o governador reacionário de Rondônia apresentou um plano de redução de Unidades de Conservação Florestal, reduzindo 171 mil hectares da Reserva Extrativista Jaci-Paraná, reduzindo-a em quase 90%, e a retirada de 55 mil hectares do Parque Estadual de Guajará-Mirim. Inúmeras organizações denunciaram contundentemente a redução de unidades de conservação, afirmando que a medida “reconhece e premia a ação violenta dos grileiros, ao mesmo tempo em que legitima a expulsão de indígenas, seringueiros e extrativistas para dar lugar à pastagem e ao boi”. A nota entregue à Assembleia Legislativa também denuncia que a medida vai “enriquecer alguns poucos poderosos, deixando para a população a conta do prejuízo ambiental. Condenaria à miséria na periferia das cidades centenas de famílias impedidas de continuar vivendo de maneira sustentável na floresta – que agora cai oficialmente em nome do rebanho de gado. Essa apropriação ilegal de terras públicas teria impactos diretos e irreversíveis nas terras indígenas Uru-eu-wau-wau, Karipuna, Igarapé Lage, Igarapé Ribeirão, Karitiana e comunidades em isolamento voluntário na região”.
Para intensificar as ações contra camponeses e populações tradicionais, Marcos Rocha e o seu secretário Hélio Pachá, tem apresentado um verdadeiro arsenal de guerra. As cifras astronômicas gastas com viaturas, armas de grosso calibre, drones, blindados somam-se à outros vultosos recursos públicos empregados e megaoperações que envolvem o deslocamento de tropas e apoio aéreo, a exemplo de ações empregadas contra acampamentos da Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia (L-RO), como o acampamento Manoel Ribeiro em Corumbiara e a movimentação de tropas para despejo do acampamento Tiago dos Santos e Ademar Ferreira em Porto Velho.