Os servidores do município do Rio de Janeiro realizaram uma vigília em frente à câmara dos vereadores para protestar contra a votação da PLC 186 nesta terça feira (26), a partir das 09 horas da manhã. Apesar do bloqueio feito pela PM, professores ocuparam o Palácio Pedro Ernesto, transformando a em um contundente protesto pela educação pública.
Os servidores, grande maioria professores, em greve desde segunda-feira (25/11), iniciaram a vigília pela manhã erguendo cartazes e cantando “Servidor na rua, prefeito a culpa é sua!”. Às 14 horas estava marcada a votação da PLC 186, na câmara dos deputados.
O Projeto de Lei Complementar 186 prevê o fatiamento do direito às férias, diminuição do 13° salário, aumento da carga horária sem remuneração para os servidores municipais. Para José Roberto Aguiar, professor de história da rede municipal, a medida “aqui no Rio de Janeiro o prefeito Eduardo Paes vem tomando uma série de atitudes contrárias ao trabalho do servidor, contrários aos direitos do servidor. “
Apesar do alto policiamento e do sol escaldante, os professores se mantiveram firmes ao longo da tarde. Do lado do carro de som, foram exibidos os nomes de todos os vereadores e partidos que votaram pela PL 2528, que eleva o tempo dos contratos temporários da prefeitura, o que é compreendido pelos servidores com um golpe no serviço público.
Durante a parte da tarde, o ato se dirigiu até a entrada da Câmara dos Vereadores, sendo impedido de entrar por uma barreira da PM. Lá o ato se manteve. Às 17h30, aproximadamente, uma representante do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (SEPE-RJ) anunciou que os vereadores estavam postergando ao máximo a votação, no intuito de esperar o ato ser desmobilizado. A prefeitura, por sua vez, anunciou à categoria que estava disposta à “adicionar algumas ementas”, o que foi imediatamente rechaçado pelo conjunto de trabalhadores e estudantes presentes.
Às 19 horas os professores ocuparam o plenário da Câmara dos Vereadores. O ato foi categorizado pelo monopólio de imprensa como “invasão” e chamado de “radical” por alguns vereadores presentes. Marcel Gavazza, diretor-geral do SEPE-RJ afirmou “extremismo é ameaçar atrasar salário de professor por ter aderido à greve, como essa prefeitura está ameaçando fazer!” e por fim completou “Eles fazem violência todo dia com a gente! E a gente entrar na casa do povo de forma pacífica! Pode ver que não tem nada quebrado, que não tem nada danificado, que não tem ninguém machucado! E a gente não vai aceitar criminalização de quem tá aqui dentro!”.
Em seguida os professores conseguiram que a votação fosse adiada para a próxima semana.
Os professores seguem em mobilização, realizando novas vigílias. Nesta sexta-feira (29), a categoria realizará uma nova assembleia na quadra do GRES São Clemente.
Brigada de vendas
O Comitê de Apoio ao AND esteve presente no ato, realizando uma brigada de vendas.