Uma centena de moradores de diferentes locais do Rio se reuniu em frente à ALERJ em um protesto contra o crescente racionamento d’água promovido pelas concessionárias privatizadas da CEDAE. Há mais de um ano, os habitantes vêm sofrendo com a falta de abastecimento, sem qualquer desconto ou tarifa social na conta. Na última sexta-feira (13/12), a AGENERSA anunciou o aumento da conta d’água; regiões periféricas são as mais afetadas. 266xb
Durante a manifestação, o processo de privatização da CEDAE foi profundamente denunciado como o principal causador da situação de escassez e pelo contínuo endividamento da população.
Em relato para a correspondência local de AND, Carlos Alberto Bezerra, morador de Vigário Geral, relatou que, apesar da constante falta d’água, as dívidas dos moradores já chegam à casa dos 5 mil: “Eu fui um que ei um 4,8 mil de dívida. Todos aqui estão reivindicando a tarifa única que foi prometido para a gente, mas não foi cumprida. Todos estão devendo porque a tarifa está muito alta. Todos reclamam da falta de água. O esgoto também é péssimo onde eu moro. Tem gente que não consegue sair de casa quando chove porque o esgoto entope.”
Elisete, moradora de Vila Kennedy, afirma: “As crianças estão há 5 dias sem água na comunidade.” Isso é uma covardia! Nem um carro pipa o governador mandou. Tem crianças com deficiência que precisam de água. Água é vida! Como você come, dá um banho na criança, dá um copo de água para a criança. 5 dias sem água.” E por fim, denuncia: “O trabalhador desempregado não tem condições de pagar por um banho de chuveiro como se fosse um banho de piscina.” Isso é covardia, um ato covarde nas comunidades.”
No bairro de São Cristóvão, o drama também segue. Segundo Marcos Coelho, membro da Associação, foi no bairro de São Cristóvão que surgiram os primeiros projetos de água encanada do Brasil: “e hoje São Cristóvão não tem o ao direito fundamental garantido que é a água, mas temos conta para pagar.” E por fim completa: “A gente pede para a população se mobilize e fique atenta com o que está acontecendo.” Em todo o Rio de Janeiro, a privatização foi leviana, foi ilegal de um governador ilícito que ta sendo indiciado à prisão”.
O ato foi organizado pelo Movimento dos Atingidos por Barragens e pelo Sindicato dos Trabalhadores em Saneamento e Meio Ambiente – Sintsama-RJ. Em fala, um representante dos trabalhadores da Cedae denunciou a onda de desemprego que foi provocada na empresa depois das privatizações por concessão. Segundo o profissional, antes havia 15 mil trabalhadores e agora a empresa conta apenas com o efetivo de 3 mil.
Esses e outros impactos vêm sendo continuadamente sentidos pela população carioca e fluminense, num geral, provocando o crescente sentimento de revolta.
Na última sexta-feira (13/12), a AGENERSA (Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de Janeiro), oficializou o aumento da tarifa de água em todas as concessionárias, prometendo agravar a crise hídrica. As regiões periféricas da capital e do estado foram as que sofreram com os maiores aumentos, que vão de 9,83%, pela Águas do Rio 1, a 14,28% da Rio+Saneamento, responsável pelo abastecimento de grande parte da Zona Oeste do Rio.