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Trabalhadores repelem ação da GM de forma combativa. Foto: Reprodução
No dia 11 de abril, trabalhadores ambulantes realizaram um protesto contra as constantes operações da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) e da Guarda Municipal (GM) que, atuam sob ordens do prefeito, Eduardo Paes (PSD), na repressão aos camelôs. O protesto aconteceu no bairro da Tijuca, mesmo local em que no dia 8 trabalhadores quebraram um veículo da GM durante uma operação.
O protesto aconteceu no final da tarde. Os camelôs se concentraram na praça Saens Peña e seguiram pela rua Conde de Bonfim, causando a interdição da via, uma das mais importantes do bairro da zona norte. Uma grande faixa era levantada na frente da manifestação com a inscrição SOS Camelô.
Camelôs protestam na Tijuca contra repressão e pelo direito de trabalhar. Foto: Reprodução.
Os manifestantes seguravam faixas e cartazes contra Eduardo Paes e exigindo o direito de trabalhar em paz, sem que os agentes da prefeitura roubem suas mercadorias ou os agridam. Os trabalhadores chegaram a montar uma barricada com pedaços de madeira, caixas, lixos e outros objetos, além de gritarem a todo o instante as palavras de ordem: Queremos trabalhar! e Camelô não é ladrão!
A redação do AND esteve presente no ato fazendo registros e entrevistando alguns dos trabalhadores. Confira no vídeo:
RJ: Camelôs se revoltam contra repressão na Tijuca
Leia em: https://t.co/sAGL7XL3V3#RJ #RiodeJaneiro #Camelôs #Tijuca #GuardaMunicipal #Repressão pic.twitter.com/ySACsJ331y
— A Nova Democracia (@jornaland) April 12, 2022
Luta dos camelôs se aprofunda
A luta entre os camelôs e o governo Eduardo Paes se aprofunda cada dia mais e teve um novo episódio no dia 08/04. Neste dia, trabalhadores resistiram a uma ação truculenta da GM durante uma operação de ordenamento urbano. Os camelôs se juntaram e impediram que suas mercadorias fossem roubadas pelos guardas. Os trabalhadores quebraram o veículo da Guarda fazendo com que os agentes fossem embora do local fugidos. Transeuntes que circulavam pelo trecho do bairro se solidarizaram aos trabalhadores ambulantes, denunciando a Guarda Municipal e atacando o carro.
De tanto sofrer covardia, infelizmente uma hora o povo se revolta né, já fui camelô, eu tô ligado legal, é uma judaria sinistra pic.twitter.com/hqkfed39gq
— PROIBIDÃO DO RIO ?? (@PROIBIDAODORIO2) April 9, 2022
Eduardo Paes: inimigo dos ambulantes
O atual prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, ficou conhecido por usar amplamente a tática denominada do “rapa”, para reprimir os camelôs, durante os oito anos (2009 a 2017) em que governou a cidade.
O “rapa”, é o nome dado pela população carioca aos carros da prefeitura que vão até as feiras livres com o único objetivo de apreender mercadorias para obrigar os trabalhadores a pagarem altas multas para receberem de volta o material. É comum que, pela falta de dinheiro para resgatar o material, os trabalhadores abandonem o material e os agentes da repressão tomem para si as mercadorias. As operações contam com o apoio da Guarda Municipal e da Polícia Militar, que agem com truculência agredindo os camelôs e roubando suas mercadorias.
As mercadorias apreendidas pela Guarda Municipal deveriam ser levadas para um dos depósitos da prefeitura, para que, posteriormente, os trabalhadores pudessem reavê-las. Isso, por si só, já constitui um cerceamento criminoso do direito ao trabalho e à sobrevivência dos vendedores ambulantes, sobretudo quando tal fato ocorre em meio à uma pandemia e à grave crise de desemprego que assola todo o povo.
Porém, o que também ocorre é que as mercadorias na maioria das vezes são apreendidas ilegalmente pois as apreensões não são feitas na presença de um fiscal e nem tem qualquer notificação legal. As mercadorias (mesmo as apreendidas de maneira “legal”) nem chegam a ir para os referidos depósitos da prefeitura. No trajeto entre o ponto da recolha do material até os galpões de armazenagem, os produtos simplesmente desaparecem, com os camelôs com todo o prejuízo.