A mobilização dos professores por salários e condições de trabalho dignas prossegue com greves por todo o Brasil no início do mês de maio. No dia 11/05, professores do estado do Rio de Janeiro anunciaram greve e, no mesmo dia, professores do Distrito Federal (DF) decidiram pela continuidade da greve em meio a uma assembleia com milhares de trabalhadores presentes. Em outros estados, professores realizaram manifestações com bloqueios de vias e anunciaram paralisações. Os profissionais exigem o seu piso salarial e reajuste de 14,95% e a revogação do reacionário Novo Ensino Médio. 5o550
RJ: Professores estaduais anunciam greve 6y1s22
Os professores e funcionários da área istrativa da rede estadual de ensino do Rio decidiram, em assembleia no dia 11/05, entrar em greve por tempo indeterminado a partir do dia 17. Mais de mil profissionais de educação compareceram à assembleia. A categoria exige do governador reacionário Cláudio Castro a implementação do piso nacional do magistério para os docentes e o piso dos funcionários istrativos, tendo como referência o salário-mínimo nacional de R$ 4.420,55. Atualmente, os professores de escolas estaduais têm um piso de R$ 1.588 por 18 horas semanais.
A greve teve início após assembleia no Clube Municipal e já tem um calendário de atividades. No dia 17/05, uma nova assembleia será realizada. Está prevista a realização de uma grande manifestação para o mesmo dia.
No dia da assembleia, professores também realizaram paralisações. Em algumas escolas, os estudantes também fizeram paralisações no pátio das escolas. Na convocação, o destaque era para o rechaço ao Novo Ensino Médio. Os estudantes exigem “Menos: projeto de vida; Mais: Sociologia, Filosofia, Artes, Ed. Física”.
No Colégio Estadual Antônio Houaiss, na zona norte da cidade do RJ, estudantes denunciaram que estavam sendo coagidos por professores que, contrários à mobilização, ameaçaram-nos. Confira no vídeo:
DF: Assembléia lotada decide por manutenção da greve 37v1u
No mesmo dia, milhares de professores da rede pública do DF votaram e decidiram pela continuação da greve, que ocorre já há uma semana. Professores e orientadores das escolas públicas rechaçam a defasagem salarial de cerca de 30%, que não é atualizada há 8 anos, e exigem a reestruturação da carreira do magistério público.
Frente às justas reivindicações dos professores, o proposto pelo governador reacionário bolsonarista Ibaneis Rocha é de míseros 18%, parcelados de 6% em 6% em cada ano, até 2025. Os professores ainda são vitoriosos sobre a tentativa de criminalização e desmobilização da greve pela Procuradoria-Geral do Distrito Federal (PGDF), que exigiu pelo fim da greve em 07/05, sob pena de pagamento de uma multa diária de R$ 300 mil ao sindicato.
Confira os vídeos da assembleia produzidos pelo Comitê de Apoio de AND:
PA: Professores fazem greve e bloqueiam estrada em protesto na PA-444 x224
No dia 10/05, professores de São João de Pirabas, região nordeste do Pará, iniciaram uma grande greve em 32 escolas das 35 existentes no município exigindo o reajuste e o piso salarial nacional, assim como reestruturação do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR). Eles também realizaram um bloqueio da estrada PA-444. A defasagem salarial para os profissionais no município já é de mais de 33%.
PE: 2 mil professores anunciam paralisações 5y1m17
Em 09/05, mais de 2 mil professores rejeitaram a proposta do governo de Raquel Lyra (PSDB), que representa um verdadeiro ataque contra a categoria. A governadora reacionária propôs pagar o reajuste do Piso Salarial do Magistério apenas para os professores que estão com o salário abaixo do valor estipulado para 2023, que é de R$ 4.420,50. Nesses moldes, o reajuste contemplaria apenas 6 mil professores, deixando de fora mais de 52 mil professores efetivos e aposentados, assim como funcionários istrativos e analistas.
Exigindo seus direitos, os professores definiram dias para realizar manifestações e paralisações.
Greves massivas e combativas 2r5e18
A massividade e combatividade das mobilizações dos professores deixa claro que os trabalhadores em educação rejeitam amplamente a superexeploração a que estão submetidos há décadas. Nas assembleias em cada estado, comparecem milhares de profissionais. Revoltados, denunciam a situação precária a qual os governos reacionários têm imposto. As péssimas condições, o desinvestimento nas escolas, o arrocho salarial e o descumprimento do piso conformam um cenário que não pode mais continuar.
Diante da grave crise econômica a que o país está submetida, não há qualquer perspectiva de melhora por parte das classes dominantes: o desemprego aumentou no primeiro trimestre deste ano e a estimativa de inflação para 2023 subiu novamente em abril. A única solução é a indicada pelos trabalhadores de norte a sul do país, ou seja, a luta popular.