Povo gaúcho rechaça ineficácia do Exército nas ruas, mas José Múcio quer implementar GLO no Estado 5eir

Se fosse aprovada, a medida teria ignorado completamente o que o próprio povo gaúcho tem dito sobre o Exército na região. O povo do RS não precisa da ajuda dos militares reacionários. Precisa de formas mais elevadas de organização das massas, como Comitês de Solidariedade Popular
Múcio mentiu ao dizer que GLO não pavimentam caminho para golpe. Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

Povo gaúcho rechaça ineficácia do Exército nas ruas, mas José Múcio quer implementar GLO no Estado 5eir

Se fosse aprovada, a medida teria ignorado completamente o que o próprio povo gaúcho tem dito sobre o Exército na região. O povo do RS não precisa da ajuda dos militares reacionários. Precisa de formas mais elevadas de organização das massas, como Comitês de Solidariedade Popular

O ministro da Defesa, José Múcio, quer aproveitar da calamidade no Rio Grande do Sul para aprofundar a militarização no estado: no dia 9/5, ele afirmou que uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) poderia ser implementada no Rio Grande do Sul para atuar contra os confiscos e saques que têm ocorrido na região. Ao mesmo tempo, o povo gaúcho tem denunciado por vídeos na internet a ineficácia do Exército reacionário nas ruas para resgatar os moradores.  4q544q

Para a GLO ser implementada, é necessária a solicitação do governador do RS, Eduardo Leite, e a aprovação do presidente da República, Luiz Inácio. O pedido ainda não foi feito, mas Múcio visitou hoje o RS, acompanhado dos comandantes das três Forças Armadas, para uma reunião com Eduardo Leite, que acabou por dispensar a GLO e afirmar que vai colocar os reservistas da PM na ruas. 

Se fosse aprovada, a medida teria ignorado completamente o que o próprio povo gaúcho tem dito sobre o Exército na região. Vídeos nas redes sociais mostram militares reacionários ignorando os pedidos de ajuda do povo gaúcho. Um deles mostra um comboio militar negando auxílio a trabalhadores que exigiram ajuda no resgate de companheiros. Outro mostra um militar no celular enquanto o povo entrega doações às famílias afetadas. Um terceiro registra um blindado guarani com dois militares em cima, enquanto jipeiros criticam a falta de resgatados no gigantesco veículo militar. A PM também tem sido muito criticada: um vídeo mostra um voluntário tendo que carregar um bote com quatro policiais. 

Para tentar emplacar sua posição, Múcio ignorou todas essas críticas e tergiversou para outro ponto. Afirmou que é necessário superar a “fobia “ da GLO por conta do 8/1. “Eu defendo a GLO porque é uma coisa imediata. Estamos com 15 mil homens lá. Esses 15 mil homens podem ajudar na segurança. Qual o problema? Criou-se uma fobia da GLO, mas o Brasil usou GLO 133 vezes. Nunca houve ameaça de golpe por conta de GLO, nunca”, disse ele.

Mesmo nesse tópico, Múcio ainda mente. Não é verdade que as GLOs não são usadas para pavimentar um golpe de Estado. Elas são, em primeiro lugar, herança do longo histórico de tutela militar sobre a política nacional e do regime militar e, em segundo lugar, servem como pavimentação para a intervenção militar no País. 

Basta ver quando e contra quem as GLOs são usadas. Durante o governo Bolsonaro, o então presidente propôs colocar os militares para reprimir ocupações de terra no interior do País. Antes, a GLO também foi usada durante a Copa do Mundo de 2014 para garantir a farra dos grandes empresários e imperialistas, ainda mais no cenário de ebulição social que se arrastava desde as grandes jornadas de junho de 2013. 

Ou seja, operações desatadas contra o povo, o histórico “inimigo interno” das classes dominantes, e executadas diretamente pelo Exército reacionário. 

Entre esses anos, houve também a intervenção militar no Rio de Janeiro, em 2018. O estado estava sob uma GLO desde 2017, e a operação desenvolveu-se em 2018 com a intervenção de fato. Ocorrida no contexto de maior participação dos militares na vida política nacional há pelo menos quatro anos e no cenário de agitação da extrema-direita por todo o País no cenário eleitoral, ela foi sim uma pavimentação para o golpe militar que já estava e ainda se encontra em curso. Como um balão de ensaio.

O povo do Rio Grande do Sul não precisa da ajuda dos militares reacionários. Precisa de formas mais elevadas de organização das massas, como Comitês de Solidariedade Popular. São organizações que podem coordenar desde ações de ajuda mútua, reconstrução e, é claro, a exigência que os governos federal, estadual e municipais forneçam todos os instrumentos necessários à sobrevivência, ao resgate, ao atendimento médico e todas as outras necessidades básicas. 

Já os militares, em vez de agir por GLO, podem entregar as rações ao povo. O dinheiro da GLO pode ser revertido para a compra de mais alimentos, equipamentos médicos e de resgate e purificadores de água, por exemplo, com o povo diretamente envolvido nas escolhas da gestão orçamentária.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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