PE: População combate a falta de água na Região Metropolitana de Recife 5292e

A situação deflagra a privatização da Companhia Pernambucana de Saneamento
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PE: População combate a falta de água na Região Metropolitana de Recife 5292e

A situação deflagra a privatização da Companhia Pernambucana de Saneamento

Na antevéspera do Natal de 2024, os moradores do bairro do Rosário, no Cabo de Santo Agostinho, organizaram uma manifestação combativa contra a falta de abastecimento de água na cidade. Motivados pela revolta diante da situação, bloquearam a via estadual PE-60 em protesto contra a negligência da Companhia Pernambucana de Saneamento (COMPESA) com a população, que, mesmo ada, deixa as famílias da região sem resposta e sem solução para o problema. Durante o ato, os moradores incendiaram pneus, fizeram reivindicações e denunciaram que, mesmo com o o à água cortado, a população continua recebendo cobranças pelas tarifas do serviço. 414u6

A situação geral do abastecimento de água enfrenta, em toda extensão da Região Metropolitana do Recife (RMR), respostas da população, que reclama do encarecimento anual das tarifas do serviço, em contradição com a piora constante no o ao direito básico da água para todos. Em  Recife, no Bairro de Santo Amaro, a população relata nas redes sociais a sua revolta por estar desde o dia 18 de janeiro, há mais de 10 dias, sem abastecimento de água, apesar da comunidade ser situada ao lado de uma sede da COMPESA.

Moradores do bairro do Alto José do Pinho também reclamaram de complicações no abastecimento de água devido a uma obra incompleta no encanamento do bairro, feita sem aviso prévio à população.  No dia 17 de dezembro, frente à situação desgastante, a comunidade se lançou às ruas: “Enquanto não chegar água, vamos fechar a Avenida Norte. É um movimento popular do nosso bairro”, afirmou um dos organizadores do ato. No bairro da Ilha de Joana Bezerra, também em Recife, a resposta contra a precarização foi no dia 16 de setembro, ocupando as ruas e demonstrando a escolha das massas pela combatividade frente à situação que se estende por toda a região metropolitana.

A COMPESA é uma das maiores empresas públicas de abastecimento de água e saneamento do País, figurando entre as maiores desta modalidade. Recentemente, a decisão de privatizar a empresa foi anunciada pela governadora do estado, Raquel Lyra/PSDB. Com isso, a empresa deixará de realizar algumas etapas de sua atividade-fim, como a distribuição da água e a coleta do esgoto, partes mais lucrativas dos serviços que arão para a iniciativa privada, enquanto a Companhia ficará apenas com o tratamento e o transporte da água. A jogada é a mesma de sempre, aumentar as reclamações da população para justificar a privatização do serviço, pela incapacidade do Velho Estado em ofertar um serviço público de qualidade. Em busca do Sindicato dos Urbanitários de Pernambuco (SINDURB-PE) para uma entrevista a respeito da situação de funcionamento da COMPESA, o Comitê de Apoio ao AND – Recife não obteve resposta.

Ativistas do Comitê de Apoio entrevistaram Fernando, técnico em enfermagem, que mora há mais de 15 anos no bairro da Cohab, em Cabo de Santo Agostinho (PE), que relatou: “As famílias aqui da rua vivem há décadas dependendo de se ajudar com caminhão-pipa, que, quando falta água ou quebra cano por aqui,  até chegar atendimento da empresa [COMPESA], a gente espera pagando caro, sem dignidade e com a conta descontando em dia água que a gente nem usou.” De acordo com a COMPESA, a justificativa para a falta de abastecimento da cidade do Cabo vem por conta do período de estiagem e das crescentes ondas de calor, impactando fortemente os níveis de armazenamento das barragens que abastecem as regiões do Cabo, Muro Alto e Porto de Galinhas em Ipojuca, e por essa razão níveis de água estão insuficientes para abastecer as regiões, contrapondo os dados da Agência de Águas e Clima do estado, a Apac, que em seu boletim de monitoramento dos reservatórios de 31 de janeiro, evidenciam os reservatórios que abastecem a RMR com nível elevado.

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