No dia anterior às vésperas do ano novo, 30/12, o Coletivo Mangue Vermelho (MV) distribuiu 500 panfletos aos trabalhadores do Plaza Shopping, no bairro Casa Forte, Recife (PE), que exigiam o fim da escala 6×1 e da exploração dos trabalhadores do comércio. Os ativistas ergueram uma enorme faixa escrita “Pelo fim da escala 6×1! Pelo direito do trabalhador a maior descanso, estudo e lazer!”. Enquanto dialogavam com os trabalhadores sobre o conteúdo do panfleto. 6lau
Os trabalhadores do shopping se identificavam com o conteúdo do panfleto: “Os comerciários hoje são obrigados a trabalhar longas jornadas (incluindo domingos e feriados), com metas de vendas impossíveis, em condições insalubres e sob constantes intimidações e mesmo no Natal e Réveillon não são poupados, ao contrário, as cobranças se tornam ainda maiores”, e se queixavam aos ativistas pelo constante cansaço, por não terem vida fora do trabalho, que o trabalho estaria “esgotando cada gota de energia” que possuem. Mesmo aqueles de idade elevada estariam trabalhando na véspera do ano novo até tarde da noite.
Um trabalhador chegou a afirmar que “só falta eu receber um chicote na mão e mandarem eu me chicotear!”, reflexo da extenuante jornada de trabalho a que exercem e da exploração a que são submetidos, como é apontado no panfleto: “os patrões e demais reacionários esperneiam e berram defendendo a continuidade desse regime de verdadeira escravidão moderna”.
Houve aqueles que, para escapar da intensa exploração sob a escala 6×1, se submeteram a trabalhos irregulares, como os motoristas de aplicativo que paravam em frente ao estabelecimento. Ao receberem o panfleto, relataram aos ativistas os diversos problemas e humilhações pelos quais aram enquanto trabalhavam sob essa escala e se apresentaram tomados por revolta. Com isso, se dispam a se integrar na luta.
Por fim, o MV convoca os trabalhadores à luta nas ruas, “a única forma de assegurarmos os direitos do povo é com a mobilização massiva dos trabalhadores e trabalhadoras, no campo e na cidade, impulsionando o caminho da Greve Geral de Resistência Nacional”, o que foi recebido com muito apoio e ânimo por aqueles que conversavam com os ativistas. “Se é pelos trabalhadores, estou junto!”, afirmou com altivez uma trabalhadora.