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O Partido Comunista da Índia (Maoista) lançou, no dia 10 de março, um chamado internacional para realizar uma semana de ações antiimperialistas, entre os dias 23 à 29 de março. Essa campanha se dá ao mesmo tempo que se comemora o 90° aniversário de morte dos mártires Bhagat Singh, Sukhdev e Rajguru, enforcados pelos britânicos na Índia, assim como o aniversário de 53 anos da formação do Novo Exército do Povo (NEP) do Partido Comunista das Filipinas (P). O Comitê Internacional de Apoio à Guerra Popular na Índia também realizou um chamado à uma campanha pela liberdade dos presos políticos na Índia.
Nesse âmbito, o Comitê Central(CC) envia saudações revolucionárias ao P e ao NEP, assim como a todos os povos oprimidos e nacionalidades oprimidas do mundo que lutam contra o imperialismo e deseja sucesso em suas lutas. “Prestamos uma humilde homenagem a todos os mártires dessas lutas”, afirma.
Além disso, o CC exorta os partidos maoistas, as organizações populares e vários movimentos revolucionários, democráticos e de libertação nacional a aderirem à campanha com espírito redobrado na luta contra o imperialismo.
O chamado
A declaração do CC do PCI (Maoísta), assinada por Abhai, porta-voz do CC, convoca todos os partidos maoistas, classes oprimidas, setores e nacionalidades do país e do mundo, estudantes, mulheres, jovens, minorias religiosas, professores, médicos, advogados, todo tipo de profissionais, a burguesia nacional para celebrar grandiosamente a semana anti-imperialista; levantar a voz contra a invasão russa na Ucrânia, denunciar as conspirações do USA e exigir o fim da OTAN; estender a solidariedade aos movimentos populares mundiais anti-imperialistas e anti-guerra; apoiar os movimentos revolucionários mundiais, as guerras populares e os movimentos de libertação nacional na Caxemira e nos estados do Nordeste [da Índia] e apoiá-los; transmitir Saudações Vermelhas ao Partido Comunista das Filipinas e seu Novo Exército Popular por ocasião do 53º aniversário de seu dia de fundação em 29 de março e realizar celebrações de uma semana de 23 a 29 de março defendendo o movimento revolucionário nas Filipinas.
Além disso, destaca as ações de agitação e propaganda em ocasião da campanha do Comitê Internacional em Apoio a Guerra Popular na Índia (CIAGPI) pela liberdade dos presos políticos na Índia, destacadamente o professor G.N. Saibaba, que também se iniciará no dia 23/03.
Na Índia, chamam a realizar reuniões, manifestações e seminários em defesa dos mártires da independência Bhagat Singh, Sukhdev e Rajguru. Assim como exigir a retirada dos acordos entre o governo indiano e as empresas imperialistas e estender forte solidariedade às lutas dos operários, camponeses, dos povos tribais, dos povos de nacionalidade oprimida e outras minorias. “Faça parte da luta de classes anti-imperialista, anti-burguesia compradora e burocrática, anti-feudal, luta de classes-guerra popular. Lute contra a ofensiva fascista contrarrevolucionária, SAMADHAN-Prahar!”, convoca o Partido.
Sobre a guerra de agressão
Sobre a guerra de agressão, os maoistas afirmam que as classes dominantes do seu país dependem dos imperialistas para cumprir com suas necessidades militares e, portanto, não condenam a agressão da Rússia à Ucrânia ou o papel da OTAN sob a liderança do USA.
A luta contra o imperialismo na Índia
O PCI (Maoista), sobre o domínio do imperialismo na Índia, afirma que o imperialismo, frente à sua crise, considerou necessário mobilizar forças paramilitares para suprimir as lutas crescentes contra a exploração imperialista e impulsionou o “Partido do Povo Indiano” (Bharatiya Janata Party – BJP) para instigar o falso nacionalismo.
Além disso, destaca que as políticas de exploração imperialista foram implementadas de forma muito mais agressiva desde que o BJP assumiu o governo. “A burguesia compradora e burocrática e as forças latifundiárias no nosso país semi-colonial e semi-feudal entregaram a economia do nosso país completamente aos imperialistas em conluio com eles”, diz.
O Partido cita, entre outros exemplos, a tentativa de supressão do movimento revolucionário através da ofensiva SAMADHAN-Prahaar e abrindo caminho para o estabelecimento de um “Estado hindu”, dividindo o país com base na religião.
Segundo o PCI (Maoista), o capital imperialista adentrou a Índia na forma do sistema financeiro e está saqueando todo o capital do país. O capital imperialista adentrou no setor das infraestruturas, da construção de portos, investiu em estradas por todo o país e em projetos de energia e ferrovias. Concomitantemente, o governo está privatizando seguros, bancos e ferrovias e os imperialistas e a classe da burguesia compradora e burocrática está tomando as terras em suas mãos através das novas três leis agrárias e outras políticas traiçoeiras estão sendo implementadas.
Além disso, destaca que o “crescimento orientado para a exportação” coloca o país absolutamente sob o controle dos imperialistas.
A situação do Povo
Acerca da situação das massas no país, o Partido explica que os camponeses estão cada vez mais se transformando em migrantes e trabalhadores por dia, e destaca que a luta dos camponeses durante um ano contra as três leis agrárias propostas pelo governo central foi um sucesso reverberante. Já os operários travam uma luta contra as únicas quatro novas leis trabalhistas criadas no lugar das 44 leis trabalhistas existentes.
Ademais, empregados de vários setores, como bancos, indústrias e outros setores públicos, estão em greve geral junto com os operários contra as privatizações. Estudantes, professores e todo tipo de profissionais, pequenos comerciantes, e a burguesia nacional proprietária das Pequenas e Médias Empresas da Índia (MPME) estão acossados com as políticas das classes dominantes indianas em favor do saque imperialista. As MPME dão sustento a quase 30% da população do país e 30% da renda nacional indiana está sendo arruinada de forma irrecuperável.
Também destaca-se o aumento nos preços, os despejos promovidos pelas multinacionais no país, as lutas contra novos campos policiais e contra o Estado. Assim como o papel nessas lutas desempenhado pelos Dalits e povos tribais, as mulheres e as minorias religiosas.
O caminho da Revolução
Embora esta seja a condição real do povo do país, o governo fascista de Modi assumiu as “celebrações” dos 75 anos de “independência” do país. O PCI (Maoista) afirma que o programa nada mais é do que desviar as pessoas dos problemas reais e que o programa da “nova Índia” nada mais é do que a agenda do fascismo hindutva-bramânico.
“A situação exige uma mudança genuína no sistema”, declara. “A mudança deve ser radical, uma que daria poder estatal à aliança das quatro classes sob direção do proletariado. A Guerra Popular Prolongada na Índia mostra claramente o caminho para alcançar o poder do Estado. Todas as classes oprimidas, setores do país devem estar à altura da ocasião para destruir o sistema explorador dos Imperialistas, Burguesia Compradora e Burocrática e Grandes Latifundiários e alcançar o poder estatal”, conclui.