Nas últimas semanas, as massas palestinas realizaram múltiplas ações contra as tropas do Estado semicolonial e reacionário de Israel. Ataques em torres militares, derrubadas de drones, trocas de tiros contra as tropas sionistas e protestos massivos contra a Autoridade Palestina (AP) foram alguns dos recentes feitos da Resistência Nacional Palestina. 3v4n59
Militares do velho Estado israelense e reacionários das organizações traidoras e capitulacionistas temem o que chamam de “novo momento” da Resistência Palestina. Isso porque as massas têm elevado suas táticas de luta, e movimentos de libertação nacional que aplicam luta armada têm realizado cada vez mais ações.
Resistência Nacional impõe baixas ao Estado semicolonial e reacionário de Israel
Sete soldados israelenses foram sufocados pela inalação de fumaça em uma torre de segurança na cidade de Beit Ummar, em Hebron. As mortes ocorreram após combatentes da Resistência Nacional incendiarem pneus em torno do posto de vigilância. Os combatentes escreveram palavras de ordem e o nome de Ibrahim Al-Nabulsi na torre.
Ibrahim Al-Nabulsi foi um combatente da Resistência Nacional Palestina que morreu junto de dois de seus companheiros em agosto deste ano. O jovem era conhecido como “o Leão de Nablus” devido à sua combatividade contra as tropas sionistas. À época, seu caixão foi carregado por milhares de massas e sua mãe convocou aqueles que acreditavam em Ibrahim a “carregarem seus desejos e não abandonarem as armas”.
Emboscados por sionistas, combatentes matam comandante israelense antes serem executados
Dois militantes da Resistência Nacional, Ahmad Abed e Abdelrahman Abed, foram mortos pelas tropas sionistas israelenses na cidade de Al-Jalama, em Jenin, no dia 14/09. Os jovens, de 23 e 22 anos respectivamente, foram cercados pelas forças de ocupação após serem avistados por um posto de vigilância e revidaram o cerco com tiros de armas de fogo. O combate seguiu por várias horas, nas quais, antes de morrerem, os combatentes da Resistência Nacional executaram o comandante israelense Bar Falah.
Protesto massivo contra prisão de militante se desenvolve em confronto armado
Cinco dias depois, dezenas de massas e combatentes de organizações como as Brigadas de Nablus foram às ruas da cidade para protestar contra a prisão de Musaab Shtayyeh, conhecido militante palestino procurado pelo Estado semicolonial e reacionário de Israel. Shtayyeh foi preso junto de dois homens que o acompanhavam pelas tropas da Autoridade Palestina (AP), grupo traidor da causa do povo palestino que atualmente exerce o governo na Palestina.
O protesto se iniciou em uma praça da cidade de Nablus logo após o anúncio da prisão do militante. A polícia reprimiu a manifestação com o uso de bombas de gás e armas de fogo, mas foi repelida da manifestação pelas massas, que atacaram as tropas e veículos blindados da reação com tiros, pedras e arremessos de outros objetos. Os reacionários em veículos blindados fugiram desesperadamente da rebelião popular. Vídeos dos protestos capturaram os momentos de fuga das tropas. O confronto entre massas e polícia durou em torno de 15 horas.
Angry Palestinian protesters shower Palestinian Authority’s armored vehicles with stones in Nablus, north of the occupied West Bank, amid massive protests against the the PA’s kidnapping of Palestinian freedom fighter Mosab Shtayyeh. pic.twitter.com/p8yRwLEuvP
— Sukmarasa (@S1LOKA) September 20, 2022
As Brigadas de Nablus são um grupo armado da Resistência Nacional Palestina que foi formado nos últimos meses e tem tomado parte na luta armada contra o Estado reacionário de Israel.
A prisão de Musaab Shtayyeh ocorreu em um momento em que o Estados Unidos (USA) e o Estado reacionário de Israel têm colocado pressão sobre a AP para que aumente a repressão contra os combatentes da Resistência Nacional Palestina. No dia 05/09, o chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel, general Aviv Kochavi, criticou a fraqueza das forças de segurança da AP.
Drone israelense é derrubado por palestinos
No dia 18/09, um drone israelense foi derrubado pela Resistência Nacional na cidade de Nablus. O aparelho militar sobrevoava um dos campos de refugiados da zona leste da cidade, onde os palestinos são mantidos sob vigilância militar em acampamentos que em muito se assemelham aos campos de concentração.
Os drones do Estado sionista de Israel são frequentemente usados para vigiar, aterrorizar, reprimir e ass os palestinos.
Forças Armadas e monopólio de imprensa israelenses temem avanço da Resistência Nacional
As recentes ações das massas e combatentes palestinos são parte de um novo momento da Resistência Nacional Palestina, reconhecido até mesmo pelos reacionários israelenses e monopólios de imprensa imperialistas. As táticas e formas de luta armada contra o invasor tem sido incrementadas com ações que usam atentados suicidas, ataques de morteiros, mísseis que atingem o território israelense, apunhalamentos e troca de tiros com militares israelenses e das tropas reacionárias das organizações capitulacionistas.
É o que itiu o próprio Estado semicolonial e reacionário de Israel. Segundo Alon Avitar, tenente-coronel da reserva do Exército Israelense, “Israel está testemunhando um fenômeno alarmante, onde milícias armadas e pequenos grupos carregando armas de fogo embarcam em operações armadas”. Segundo o militar reacionário, muitas dessas pessoas atuam sem vínculo com alguma organização e as formas de luta empregadas se diferenciam das já conhecidas lutas com paus, pedras e coquetéis molotovs.
A opinião de que as massas têm agido por conta própria, elevado suas formas de luta e empregado táticas de guerrilha contra os invasores israelenses tem aparecido também no monopólio de imprensa de Israel. O Channel 13 afirmou que “o que está acontecendo na Cisjordânia [região ocupada da Palestina] é um padrão que se tornou uma realidade, e esse padrão é representado por grupos armados realizando ataques contra israelenses. E o grupo consiste de dois ou três, que conseguem armas e planejam uma operação. Essas pessoas não são enviadas por uma organização específica. Toda a entrada do exército israelense nas áreas palestinas para realizar uma operação é acompanhada de tiroteios”.
Palestinos rechaçam o caminho da paz e clamam por vanguarda revolucionária
O novo caminho da Resistência Nacional é afirmado também pelos palestinos, sobretudo os jovens. Ali Rafik Sabah, um homem de 56 anos, afirmou à imprensa monopolista The Guardian que “todo rapaz jovem aqui tem uma arma, e esses ataques [israelenses] só os fazem mais determinados a revidar”.
Para esses jovens, o caminho da resistência por pedras e coquetéis molotovs já não é mais o suficiente para lutar contra a ocupação sionista de Israel. Segundo Mustafa, um palestino de 17 anos que foi entrevistado pelo monopólio de imprensa The Guardian: “arremessar pedras não é o suficiente quando eles têm armas. Nós também precisamos de armas para nos defender”.
A elevação das táticas de luta e a escolha mais decisiva pela luta armada são acompanhadas do sentimento de que é necessária uma vanguarda revolucionária que lidere o povo Palestino em sua luta de libertação. Mahmoud, amigo de Mustafa, que afirmou em entrevista ao The Guardian que o caminho da paz não é possível para o povo palestino e que “a única solução é lutar”, também acrescentou que o “Fatah, Hamas – eles não resolveram nossos problemas. Eles não apelam para os jovens; nós não sentimos que pertencemos a esses movimentos. Nós precisamos de um jeito diferente de fazer as coisas”.
Tais fatos confirmam a análise feita pelo jornal Internacional Comunista, em agosto deste ano, no texto “Um olhar para a Palestina”. Nele, o jornal afirma que o povo palestino não resiste somente com pedras, mas com “formas mais avançadas de ações armadas, como bombardeios-suicidas, ataques-morteiro, mísseis – artesanais ou ‘scuds’ – que am a cúpula de ferro, bem como esfaqueamentos e tiroteios”.
Sobre a necessidade de uma nova vanguarda, o jornal afirma: “As massas que clamam por direção e luta se voltem ao ‘Estado Islâmico’ ou organizações similares não é surpreendente, dada a natureza traiçoeira do Fatah, Hamas e todos os participantes na Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Porém, mais importante é a ausência de uma direção comunista, explicitamente nem a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) nem a Frente Democrática para a Libertação da Palestina (FDLP) podem ser reconhecidas como tal. Se bem a combatividade das massas esteja sujeita a fluxos e refluxos influidos por múltiplos fatores, o fato de que lutarão é uma lei histórica irresistível.”.
USA garante proteção de Israel e dominação sobre massas palestinas
Joseph Biden, o presidente do Estados Unidos (USA), afirmou que “o Estados Unidos está comprometido com a segurança de Israel. Ponto final”. A afirmação foi feita no dia 21/09, na 77° sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
Não é surpresa que o imperialismo ianque assuma uma postura de tutela tão ostensiva em relação ao Estado semicolonial e reacionário de Israel. O Estado sionista foi fundado a partir do impulsionamento do imperialismo britânico e posteriormente pelo imperialismo ianque, servindo exclusivamente a abastecer este último economicamente e cumprir suas tarefas militares no Oriente Médio. Atualmente, o USA é o principal investidor no país. Dos cinco principais bancos de Israel, um tem presença significativa de capital ianque entre os acionistas e dois outros são dominados ou controlados por capital da mesma origem.
O mesmo ocorre com as indústrias do país: a maior delas, a Teva Pharmaceutical Industries, é subsidiária do conglomerado ianque Pharmaceutical Research and Manufacturers of America. A terceira maior indústria do país é a Intel, empresa monopolista de tecnologia do USA.
Israel serve ainda de paraíso fiscal, especialmente para o USA. Diversas políticas, como o Programa de Importação de Commodities, extinguido em 1979 e substituído por outros, garantem a dominação do capital financeiro ianque em Israel. Atualmente, por acordos entre os dois países, o nível das importações não-defensivas em dólar de Israel sempre devem superar o nível de assistência econômica dada pelo USA a Israel.
Estrategicamente, o Estado de Israel funciona como uma ferramenta de agressão do USA no Oriente Médio, que por meio do financiamento para equipamentos militares e construção de bases militares (secretas e públicas) garante o cumprimento das tarefas de suas guerras de agressão na região.
Dominadas pelo Estado semicolonial de Israel, as massas palestinas são, em última instância, exploradas e oprimidas pelo USA. Os territórios palestinos ocupados, bem como os milhões de dólares que são saqueados do povo palestino por Israel, servem para encher os bolsos do imperialismo ianque, levando opressão e exploração ináveis para as massas palestinas.
Apoio à luta do povo palestino ressoa na Europa
No dia 7 de setembro, a Campanha Unitária para a Libertação de Georges Abdallah emitiu uma convocatória para um mês de ações internacionais para a liberdade do preso político e da luta do povo palestino. As ações se iniciaram no dia 22/09 e se estenderão até o dia 22/10.
Os ativistas europeus convocam as massas de todo o mundo a assumirem a defesa da libertação de Georges Abdallah e da justeza da luta armada do povo palestino.
Georges Abdallah é um militante libanês e decidido apoiador da luta do povo palestino. Em 1984, o Abdallah foi preso pela polícia sa acusado de matar o policial britânico Charles R. Ray e o embaixador e espião israelense Yacov Barsimantov. Apesar de estar elegível para soltura desde 1999 e a justiça ter autorizado sua liberdade em 2003 e em 2013, o Estado imperialista francês continua a manter Abdallah encarcerado.
Durante os 38 anos de prisão, Abdallah continuou a erguer alto a bandeira da luta palestina, sobretudo a da luta armada