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Soldado do exército sionista próximo ao local do ataque. Foto: Haaretz/Avishag Shaar-Yashuv
No dia 15 de novembro, o jovem palestino de 18 anos Muhammad Murad Sami Souf matou três israelenses e deixou vários feridos em um ataque a faca na Zona Industrial Ariel, complexo industrial isralense construído em território palestino. O jovem, que era faxineiro na zona industrial, foi assassinado por tropas sionistas do Estado de Israel enquanto tentava fugir. O ataque ocorreu após semanas de incursões sionistas na Cisjordânia, que deixaram ao menos 15 palestinos mortos somente entre os dias 25 de outubro e 7 de novembro.
O assalto de Muhammad Souf ocorreu em torno das 9h30 da manhã. O jovem primeiro atacou o segurança da Zona Industrial de Ariel e outros israelenses que estavam nas proximidades, antes de correr até um posto de gasolina, onde continuou o ataque a faca contra os israelenses. Após o ataque no posto, Muhammad entrou em um dos carros que estava estacionado e seguiu pela estrada, matando mais um israelense em um acidente causado com o automóvel, no que se sucedeu uma fuga a pé. Durante a escapatória, o palestino ainda esfaqueou outros israelenses até que tropas sionistas do exército israelense alvejaram Muhammad Souf com tiros de armas de fogo.
O jovem palestino era morador da cidade de Haris, na Cisjordânia, onde o exército sionista de Israel, junto com colonos sionistas israelenses militarizados, têm conduzido diversas operações de despejos e roubos de propriedades e terras para ocupar o território palestino. Durante os primeiros oito meses de 2022, ao menos 707 palestinos foram despejados de suas terras e 590 estruturas de palestinos foram demolidas ou roubadas pelo Estado de Israel e colonos sionistas. Esses despejos perpetrados pelos militares e colonos israelenses pretendem cumprir o plano do Estado sionista de construir mais de 4 mil assentamentos israleneses no território palestino da Cisjordânia.
A própria construção da Zona Industrial Ariel, no ano de 1999, foi realizada com base no despejo de camponeses e confisco de terras das cidades da região, dentre elas Haris, tanto para o estabelecimento das indústrias, quanto dos israelenses levados para trabalhar. Desde então, a zona tem tido um rápido crescimento, com forte apoio do Estado sionista, que facilita a expansão do complexo industrial com políticas de reduções de impostos e serviços logísticos.
As atrocidades cometidas por Israel não se restringem aos despejos: somam-se a eles as taxas cada vez mais altas de prisões e assassinatos de palestinos pelas mãos do sanguinário exército sionista. O número de palestinos assassinados durante o ano de 2022 foi o mais alto desde 2008, com ao menos 188 mortos, 139 deles na Cisjordânia. Além dos assassinatos, o Estado de Israel prendeu 6 mil palestinos ao longo de 2022, dentre eles 739 crianças.
A Jihad Islâmica da Palestina (JIP), grupo que tem atuado na Resistência Nacional Palestina contra o Estado sionista de Israel, categorizou a ação de Muhammad com um “ato heroico” contra o crescimento da agressão sionista, expresso na vitória da extrema-direita nas eleições de Israel e nas constantes declarações de políticos israelenses para tomar “ações mais firmes” contra os palestinos.
Eleição da extrema-direita israelense deve intensificar ainda mais agressão à Palestina
A declaração da JIP se refere às eleições legislativas que ocorreram no dia 1° de novembro em Israel. A disputa referida se deu entre Benjamin Netanyahu, veterano reacionário da política israelense que já esteve no cargo de primeiro-ministro durante 15 anos em outras ocasiões, e o então primeiro-ministro Yair Lapid, que esteve no cargo durante a intensificação da agressão sionista vista ao longo de 2022.
Ao fim da eleição, Netanyahu levou o cargo e, a partir de uma aliança com partidos da extrema-direita israelense, como a Força Judaica e o Sionismo Religioso, conseguiu estabelecer uma maioria no congresso. Das 120 cadeiras, a coligação de Netanyahu conquistou 64.
A consolidação da extrema-direita em Israel, contudo, encontra respostas. Do outro lado da colina, a Resistência Nacional Palestina avança de maneira irrefreável. Crescem cada vez mais as ações de tipo armada contra os militares e invasores sionistas, desde os ataques à faca, como o de Muhammad Souf, até as trocas de tiro, incêndios em torres militares e lançamentos de foguetes empreendidos pelos combatentes palestinos.