O Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (Cebraspo) e a Associação Brasileira dos Advogados do Povo (Abrapo), realizam campanha de arrecadação para custear as despesas dos presos políticos Estefane, Luis Carlos, Ezequiel e Ricardo. Segundo advogados, o poder judiciário de Rondônia está mantendo injustamente presos desde o mês de maio, os estudantes e trabalhadores que lutavam pelo o democrático à terra, por moradia e alimentação adequada. 4k4v6i
A Abrapo e Cebraspo vem custeando os gastos referentes aos processos nos últimos meses, cerca de 570 reais por mês. Advogados e apoiadores mensalmente vão à cidade de Vilhena, em Rondônia, entregar aos presos políticos os mantimentos e produtos de higiene permitidos pelos presídios.
De acordo com as entidades, os familiares dos presos políticos não podem contribuir por estarem em situação de vulnerabilidade social e financeira. Segundo os organizadores da campanha, todo o valor arrecadado será investido na compra de produtos de higiene, alimentos e demais necessidades dos presos políticos enquanto permanecem em cárcere.
Sob a consiga: Abaixo a Criminalização da Luta pela Terra! Terra para quem Nela Vive e Trabalha! Liberdade imediata para Estefane, Luis Carlos, Ezequiel e Ricardo!, os organizadores pedem a contribuição de todos que se solidarizam com a causa e com a luta dos presos políticos, a luta pela terra no Brasil. A doação é realizada via pix, chave: 69-992201420.
O Acampamento Manoel Ribeiro
Em agosto de 2020, camponeses pobres, sem terra ou com pouca terra, unidos à uma massa de desempregados, organizados pela Liga dos Camponeses Pobres (L) iniciaram o Acampamento Manoel Ribeiro empreendendo a histórica retomada das últimas terras de Santa Elina ainda nas mãos dos latifundiários. Ali há 26 anos, havia ocorrido a histórica Resistência Armada Camponesa de Corumbiara, onde o que era para ser um massacre das forças reacionárias contra os camponeses, virou a heróica batalha.
Após mais de 10 meses de resistência à diversos ataques e tentativas de despejo e em meio a um ilegal cerco militar que preparava um massacre, as famílias se retiram e declaram: Voltaremos mais fortes e mais preparados!.
A injusta prisão
A prisão dos jovens ocorreu no dia 14 de maio de 2021, após policiais invadirem o Acampamento Manoel Ribeiro. Sob alegação de troca de tiros, atacaram covardemente dez camponeses e prenderam os outros quatro.
A defesa, porém, solicitou os vídeos gravados pelas câmeras das viaturas e pelo drone da Polícia Militar (PM) durante a operação ilegal. De acordo com as imagens não houve nenhum confronto. Quando os camponeses viram as viaturas chegando, apenas soltaram fogos de artifício a longa distância e se retiraram.
Os vídeos comprovam também que os trabalhadores não quebraram estes aparelhos nem as viaturas, os danos aconteceram devido à invasão brusca ao pasto cometida pela própria polícia.
As imagens do vídeo só foram anexadas poucas horas antes do julgamento, o que impossibilitou os advogados de defesa de explorarem as evidências a favor dos camponeses. Os depoimentos dos policiais foram contraditórios. Mesmo com todas as evidentes provas da farsa montada para criminalizar a luta camponesa através da prisão dos quatro jovens, a revogação das prisões preventivas foi negada.