Novos planos do governo colocam piso mínimo da Saúde e Educação sob risco 5i6c

Depois de ter movido ações para romper o piso mínimo da Saúde e Educação, governo busca alterar de vez as regras dos pisos de ambas as áreas.
Depois de romper piso mínimo constitucional em 2023, governo planeja alterar regra de uma vez por todas. Foto: José Cruz/Agência Brasil

Novos planos do governo colocam piso mínimo da Saúde e Educação sob risco 5i6c

Depois de ter movido ações para romper o piso mínimo da Saúde e Educação, governo busca alterar de vez as regras dos pisos de ambas as áreas.

O secretário do Orçamento Federal, Paulo Bijos, afirmou em conversa com o monopólio de imprensa O Globo no dia 3 de dezembro que o governo está avaliando formas de alterar a atual regra do piso orçamentário para as áreas de Saúde e Educação. Os novos planos do governo ocorrem poucos dias depois do Tribunal de Contas da União (TCU) ter dado aval, a pedido do Ministério da Fazenda de Fernando Haddad, para que o orçamento de 2023 para ambas as áreas essenciais seja abaixo do piso mínimo constitucional.  186rx

Para Bijos (e, segundo ele, também para outros integrantes do governo), o cálculo do orçamento para Saúde e Educação deve ser menos “pró-cíclico”. Isto é, não seguir os ciclos econômicos de alta e baixa do PIB. 

Manobras 303b4j

Essa tentativa de alterar as regras do orçamento não é à toa. Esse ano, o governo se viu queimado ao ter que romper com as regras do piso de Saúde e Educação após uma alta nas receitas que levaria a um aumento no orçamento de ambas as áreas. 

Segundo as regras vigentes do piso mínimo constitucional, que haviam sido abolidas pelo teto de gastos, mas voltaram a valer com a substituição pelo “arcabouço fiscal”, a Saúde e a Educação devem ter pisos de 15% e 18% da Receita Corrente Líquida (RCL), respectivamente. Contudo, em outubro, Haddad, arrependido da decisão do próprio arcabouço, formalizou um pedido ao TCU para que o orçamento de 2023 para ambas as áreas fosse abaixo do piso. 

Aí que entrou a manobra: o líder do PT no Senado, Zeca Dirceu, bolou um plano para resolver a questão, e propôs que os cálculos de 15% e 18% fossem feitos em cima das receitas calculadas na Lei Orçamentária de 2023. O valor no documento era cerca de R$ 1,1 trilhão abaixo do valor das receitas verdadeiras na época. Com a mudança, o rombo nas áreas de Saúde e Educação pode chegar a R$ 18 bilhões. 

Mentiras 4r4om

Bijos afirmou ainda que as novas regras sobre a Saúde e Educação se fazem necessárias também porque as áreas não estão indexadas ao arcabouço fiscal. “O orçamento tem três grandes despesas. A previdência, que é reajustada pela regra do salário mínimo (inflação do ano anterior mais PIB de dois anos antes), saúde e educação, que têm os pisos, e o funcionalismo, que é a única de fato sob as regras de reajuste do arcabouço”, disse. 

O discurso do governo agora é um tanto contrastante com as posições assumidas no início da gestão. No dia 18 de março desse ano, Luiz Inácio havia afirmado que: “Você não pode tratar a Educação como gasto. Você não pode tratar a Saúde como gasto, porque não tem investimento maior do que salvar uma vida, do que um cidadão estar pronto para o trabalho”.

Além disso, a afirmação é notadamente enganosa, na definição mais gentil. Seja por conveniência, seja por canalhice, Bijos evitou mencionar os gastos que compõem a maior despesa do País: os juros e amortizações da dívida pública, responsáveis por engolir quase 50% do orçamento anualmente. Enquanto os pagamentos para os acionistas e magnatas imperialistas que se beneficiam da dívida geralmente oscila entre 45% a 50% do orçamento, os gastos com a previdência rondam a casa dos 20%, e a Saúde e Educação, valores na casa de 2% a 3%.

Não contente em ocultar fatos, Bijos ainda ameaçou outras áreas. “Se nada for feito, não haverá espaço para aumento de salários dos servidores”, concluiu.

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