O jovem de 29 anos, Thiago Graciotte Moraes, foi assassinado por um agente da Polícia Militar (PM) na madrugada do dia 5 de julho, no município interiorano de Cotriguaçu. O jovem foi executado durante um momento de lazer com os amigos, em uma ocorrência de som alto. Somente no primeiro bimestre de 2023, o estado do Mato Grosso (MT) teve um aumento de 420% em comparação ao mesmo período de 2022. 2d2u3h

“Ele morreu com as duas mãos para cima. Foram dois tiros, um na barriga e outro no coração”, afirmou a irmã de Thiago, Raquel Graciotte, denunciando a execução sumária da PM. Na ocasião, Thiago e amigos estavam apenas se divertindo, quando os agentes reacionários chegaram ao local ostensivamente e iniciaram agressões e prisões arbitrárias.

Em filmagens do momento é possível ver um dos amigos de Thiago afirmando aos policiais que “não era bandido”, quando um agente avança contra um deles e tenta dar uma rasteira, mas não consegue. Em seguida, Thiago intervém para ajudar o amigo e fala que “ninguém iria colocar as mãos nele”, quando então é alvejado.

Aumento de assassinatos policiais no Mato Grosso 22e1n

Há anos o estado do MT apresenta grave aumento de assassinatos policiais. No ano de 2020, foi o estado brasileiro que teve o maior aumento de mortes por policiais. De acordo com o levantamento do Monitor da Violência sobre letalidade policial, 63 pessoas foram mortas por policiais em 2019. Em 2020, foram 115. O número aumentou em 83%. Em 2021, o número de mortes por assassinatos policiais foi ainda maior que em 2020, e teve um aumento de 5,3%.

Nos primeiros dois meses deste ano, o número de pessoas mortas em confrontos com a polícia aumentou 420%, se comparado com o mesmo período em 2022. Conforme levantamento feito pelo monopólio de imprensa g1, apenas nos dois primeiros meses de 2023 foram 26 mortes decorrentes de intervenção policial, sendo o maior número já registrado nos últimos 10 anos neste recorte de período, desde o início da série histórica, em 2013.

O aumento de assassinatos policiais, entretanto, não é exclusivo do estado do Mato Grosso. Outros estados, de norte a sul do Brasil – Amapá, Bahia, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, etc. – apresentam aumento nesses mesmos índices e escancaram o recrudescimento da guerra imposta pelas diferentes polícias contra o povo. Não tratam-se, portanto, de “casos isolados”.