No dia 27 de setembro, o movimento camponês Fóruns e Redes de Defesa dos Direitos da Cidadania do Maranhão anunciou sua decisão de boicotar as eleições. A posição do movimento é fundamentada em que o atual regime não é democrático porque é parte dos mecanismos que “servem às classes dominantes” de grandes burgueses e latifundiários, e que é preciso lutar por uma democracia de fato popular, que sempre foi a grande bandeira que norteia a organização. c5u1w
“O caminho para a garantia dos direitos democráticos plenos dos explorados não virá pelos mecanismos da classe dominante, mas, pela força da organização popular”, afirmam.
Ressaltando a necessidade dos lutadoras e lutadores do povo terem uma posição clara sobre a realidade política do Brasil, o movimento denuncia a atual forma política como falsa democracia, na qual quase a totalidade das candidaturas é pautada por mentiras, na qual a conciliação de classe é o caminho seguido pelos oportunistas e os grupos reacionários avançam com suas nuances fascistas.
O movimento declara ainda: “Assim, resolvemos não participar diretamente das eleições municipais como candidatos aos cargos de prefeitos ou vereadores, ou mesmo empenhar nosso apoio a quaisquer candidatos. Mas, nossa posição não será de inércia durante esse período. Intensificaremos nosso trabalho de base, inclusive com a constituição de vários comitês populares que debaterão assuntos de interesse das classes trabalhadoras”.
A importante decisão ocorre em meio a mais uma tentativa do velho Estado de salvar sua credibilidade através da validação eleitoral.
O retrato da farsa eleitoral
Como em seu putrefato sistema, as classes dominantes imprimem na farsa eleitoral as mais diversas e grotescas artimanhas, como a pré-candidatura de Cristiane Brasil (PDT) à prefeitura do Rio, ela que encontra-se presa por participar de um esquema de desvios de até R$ 30 milhões dos cofres públicos.
Ou como o fato de 18% dos candidatos à prefeitura se declararem milionários, confirmando o caráter oligárquico que pera as estruturas do velho Estado semifeudal e semicolonial. Há ainda aqueles que nem se dão ao trabalho de conferir o velho discurso proferido, mostrando qual suas verdadeiras intenções com o pleito, como o caso do ex-prefeito de Campinas em São Paulo, que neste ano utilizou as mesmas propostas apresentados na eleição de 2016, algumas delas que inclusive já foram implantadas na cidade.
Contudo, a fé no caminho eleitoral está cada vez mais distante. Durante a última edição da farsa eleitoral ocorreu o maior boicote eleitoral da história do Brasil. Conforme noticiado pelo AND, “o retumbante rechaço às eleições reacionárias alcançou, no segundo turno, aproximadamente 56 milhões de pessoas que não compareceram às urnas ou votaram branco e nulo, o equivalente a 30% dos aptos a votar, segundo cálculo do Tribunal Superior Eleitoral. O primeiro turno já havia constatado um boicote de 40 milhões”.
A edição 139 de AND, publicada em 2014 já ressaltava o significado político trazido pela posição de ativo boicote: “O boicote não representa uma atitude de conformismo, niilismo ou uma manifestação de alienação. O boicote é uma postura ativa e consciente que nega não apenas o processo em si, mas tudo que lhe serve de base. E, esta negação já traz consigo a afirmação do outro caminho expresso, por exemplo, na palavra de ordem Eleição é farsa, não muda nada não! Organizar o povo pra fazer revolução!”
Os camponeses do Fóruns e Redes, através de seu posicionamento, reafirmam o significado político do boicote ao constatar e se comprometer em propagandear “que o único caminho é o da organização popular sempre na certeza que povo unido e organizado, luta e vence”.
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