No dia 28 de maio, moradores da Ocupação Jurema, localizada no bairro do Tambor, em Campina Grande (PB), obtiveram uma liminar que suspende as tentativas de despejo promovidas pela Polícia Militar (PM) a mando de uma suposta proprietária, que não apresentou nenhuma documentação que comprove a posse da área. 2q451r
A decisão judicial foi resultado da atuação do advogado popular Olímpio Rocha, em conjunto com os próprios moradores, que enfrentavam desde abril sucessivas investidas para a remoção forçada. As ações incluíram o envio de retroescavadeiras para destruir os barracos e a presença de agentes da PM, que, segundo os relatos, valeram-se de ameaças e intimidações para desmobilizar a ocupação.
Apesar da repressão, os moradores permaneceram no local e seguem organizados. Eles iniciaram o loteamento da área entre as famílias e planejam a construção de espaços coletivos, como uma escola popular, uma horta comunitária e uma associação de moradores.
A área ocupada tem um histórico marcado por abandono e violência. Por anos, foi utilizada como ponto de tráfico de drogas, assassinatos e abusos sexuais. As tentativas anteriores de ocupar o local ocorreram de forma individual e não organizada. Desta vez, os moradores da Ocupação Jurema afirmam que a ação é coletiva e pautada na luta por moradia digna no espaço urbano, frente ao avanço da especulação imobiliária que os expulsa das regiões centrais da cidade.
Em diálogo com o Comitê Popular de Campina Grande, os moradores reforçaram que a ocupação representa não apenas um abrigo, mas um direito fundamental: o de ter terra para viver e trabalhar.