No dia 24 de maio, moradores do bairro Vergel do Lago, em Maceió (AL), realizaram um combativo protesto contra a falta de água recorrente na região e foram alvo de repressão promovida pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). Os policiais jogaram bombas de gás lacrimogêneo e dispararam balas de borracha contra os manifestantes, quase atingindo crianças, pais e mães de família. Revoltados com a ação criminosa das forças repressivas, os moradores prontamente responderam gritando: “Estamos reivindicando nossos direitos!” “Estão agredindo a população aqui!” 6o1l64
“Era para eles ouvirem a comunidade, saber o que está acontecendo, não chegar dessa forma”, afirmou um morador frustrado. Também bastante indignado, outro manifestante declarou: “O Bope chegou atirando balas de borracha no povo. Procuramos nossos direitos, mas se apenas falarmos ninguém nos escuta, aí temos que fazer protestos para chamar a atenção do poder público. Quando falta água, ficamos de quatro a cinco dias sem água”.
O protesto iniciou por volta das 12h45, e logo os moradores fecharam a Avenida Senador Rui Palmeira com barricadas atravessando a pista, próximo aos prédios residenciais. Um manifestante afirmou revoltado que a falta de água é constante: “A falta de água já vem acontecendo há meses, ficamos à mercê dessas empresas. Aí o que acontece? Fechamos as ruas por meio dos protestos e logo a água volta, mas depois acaba novamente. Não podemos viver assim. Até quando vamos viver assim? Nada se resolve.”
Os moradores culpam a empresa privada de fornecimento de água BRK e cobram soluções imediatas. “Aqui está muito difícil sem água, queremos fazer comida, um café e não temos condições de fazer. Eles ligam a água e logo depois desligam. Toda semana é isso. E pagamos nossas contas, tudo certinho”, disse um deles. Outra manifestante declarou indignada: “Falamos com a BRK, eles dizem que o problema não é com eles, ficamos sem entender.”
O problema da falta de água não se limita aos moradores do Vergel do Lago. Também é essa a realidade de outros bairros e comunidades, como o Conjunto Virgem dos Pobres I. A Prefeitura de Maceió não se pronunciou em relação ao ocorrido.
As privatizações feitas pelo ex-governador Renan Filho (MDB) e seu sucessor, Paulo Dantas (MDB), trouxeram consequências desastrosas ao povo alagoano. Em Maceió, por exemplo, os serviços básicos de fornecimento de água e energia – prestados pelas empresas privadas BRK e Equatorial, respectivamente – só têm piorado, gerando crescente insatisfação e revolta popular.