O camponês Salvador Pinal Meléndez, preso político mexicano desde 20 de setembro, quando foi detido em sua casa, em Oaxaca, por tomar parte ativa na luta contra a mega construção do corredor ferroviário Corredor Interoceânico do Istmo de Tehuantepec (CIIT), será liberado da prisão após grande mobilização popular pela sua soltura. Quem divulgou a notícia, no dia 17 de dezembro, foi a Corrente do Povo Sol Vermelho (SV), organização democratico-revolucionária da qual o camponês faz parte. 23702e
Nesse dia foi realizada uma audiência para rever e modificar a medida preventiva imposta contra Salvador. O juiz de Valles Centrales acordou substituir a medida de prisão preventiva para prisão domiciliar. Tal decisão se deu após a defesa de Salvador expor uma série de inconsistências e decisões antijurídicas do juiz de controle de Tehuantepec, Jorge Giraldo Robles Hernández. Salvador Pinal Meléndez tem 61 anos de idade e está em delicado estado de saúde. Agora ele poderá ter um acompanhamento médico adequado.
A luta continuará até a absolvição de Salvador!
Entretanto, o SV relata que o caso ainda não está concluído, e que a luta pela Liberdade de Salvador deve estar junta à luta pela sua absolvição. O comunicado da organização revolucionária aponta que o camponês “foi vítima de despejo pelo bando armado comandado pelo mercenário ‘Tacho Canasta’ ao serviço do latifúndio e do CIIT”.
Eles denunciam ainda que, em lugar de Salvador, era o “mercenário e todo o seu grupo criminoso” quem deveriam estar na prisão pelos ataques contra os membros da comunidade, bem como pelas agressões contra a comunidade de Santa Cruz Tagolaba. E acrescentam que vão continuar a luta pela justiça e pela defesa dos direitos do povo.
Durante todo o mês de novembro, por todo o México organizaram-se ações da campanha nacional pela liberdade do camponês. Nestas ações, democratas e revolucionários se mobilizaram para denunciar o caráter político da prisão do camponês. O corredor ferroviário contra o qual o camponês lutava é rechaçado pelo povo mexicano por atender aos interesses imperialistas através da exploração da força de trabalho dos camponeses mexicanos na atividade de extração e transporte de riquezas naturais. Sua construção promove o despejo dos camponeses de suas terras.
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