México: Ativista é assassinado pela pistolagem em meio à intensa mobilização camponesa 5z39l

Ativista Félix Vicente Cruz foi assassinado no dia 13 de abril. Foto: Sol Rojista
Ativista Félix Vicente Cruz foi assassinado no dia 13 de abril. Foto: Sol Rojista
Ativista Félix Vicente Cruz foi assassinado no dia 13 de abril. Foto: Sol Rojista

México: Ativista é assassinado pela pistolagem em meio à intensa mobilização camponesa 5z39l

No dia 13 de janeiro, o ativista Félix Vicente Cruz foi assassinado no município de San Francisco Ixhuatán, onde desempenhava a função de agente municipal. Vicente Cruz era um destacado ativista pelos direitos dos camponeses e contra os megaprojetos no Istmo de Tehuantepec e integrante da organização revolucionária Corrente do Povo – Sol Vermelho (-SV). 5519e

O assassinato de Félix Vicente Cruz ocorreu dentro da Agência Municipal “El Morro”, na comunidade rural Vinte de Novembro. Na ocasião, o ativista foi alvejado a tiros por um bando armado. A -SV e outras organizações da região exigem a investigação imediata sobre o assassinato e punição aos culpados. 

Há anos, essa região do país se destaca como principal palco da luta camponesa e indígena no país, e conta com a atuação destacada da -SV. Ao longo de sua vida, Félix integrou-se à luta pela terra para os camponeses e em defesa dos territórios indígenas e contra as tarifas abusivas de energia cobradas aos camponeses e os megaprojetos impulsionados pelo imperialismo no México, como os parques eólicos na região do Istmo de Tehuantepec.

Tensão no Istmo 4h5g5f

Ativista Félix Cruz foi assassinado três dias após intensa mobilização no Istmo de Tehuantepec. Foto: Sol Rojista

O brutal assassinato de Vicente Cruz se insere no contexto de recrudescimento da repressão no Istmo de Tehuantepec como forma de conter a crescente mobilização camponesa na região. Três dias antes do seu assassinato, massivas mobilizações camponesas estremeceram a região do Istmo mexicano contra as altas tarifas de energia cobradas pela estatal Comissão Federal de Energia (CFE) aos camponeses. Os protestos bloquearam importantes vias da região e ocuparam dois prédios da CFE. Na ocasião, Félix juntou-se aos camponeses e tomou parte nas manifestações. 

Além do protesto do dia 10/04, camponeses e indígenas do México têm promovido um bloqueio de mais de 40 dias contra a imposição do megaprojeto imperialista do Corredor Interoceânico do Istmo de Tehuantepec (Ciit), que busca conectar as duas costas do país latino por meio de ferrovias e autoestradas e têm promovido sucessivos despejos e assassinatos de camponeses e indígenas na região. 

Como forma de frear esse impulso da luta camponesa na região por meio de ataques contra o povo e eliminação de destacadas lideranças, o velho Estado e o latifúndio mexicanos têm promovido sucessivos crimes contra as massas populares em luta. A União das Comunidades Indígenas da Zona do Istmo (Ucizoni) tem denunciado desde março a perseguição realizada contra uma de suas lideranças, o ativista Carlos Beas. Já no dia 24 de março, pistoleiros acompanhados da polícia estadual e elementos da Secretaria de Marinha dispararam com armas de fogo contra o bloqueio promovido pelos camponeses contra o Ciit. Ao menos dois camponeses ficaram feridos.

Todos esses casos recentes de repressão às massas populares no Istmo de Tehuantepec, dentro dos quais está inserido o covarde assassinato de Félix Cruz, se somam à extensa lista de assassinatos, ataques e desaparecimentos forçados conduzidos contra os camponeses e indígenas em luta na região. No caso da -SV, Félix Cruz configura o sexto ativista da organização assassinado na região desde 2006. Os casos mais recentes foram o assassinato de Jesús Manuel García Martínez, no ano de 2022, e de Luis Armando Fuentes Aquino, no ano de 2019.  

Elevação da luta 2c5l1i

Contra esse cenário, diversas organizações democráticas mexicanas têm exigido justiça contra os culpados pelos crimes contra o povo e prometido a elevação da luta na região do Istmo de Tehuantepec. Em nota, a -SV afirmou que a “organização exige à Procuradoria Geral do Estado e ao Governo do Estado de Oaxaca que investiguem imediata e prontamente estes fatos e punam os culpados por este novo delito”. 

-SV emitiu comunicado sobre a morte do ativista Félix Vicente Cruz. Foto: Sol Rojista
-SV emitiu comunicado sobre a morte do ativista Félix Vicente Cruz. Foto: Sol Rojista

A Ucizoni fez coro à denúncia da -SV e exigiu “uma investigação minuciosa” e a punição para os autores “materiais e intelectuais desse homicídio”. Já a Assembleia dos Povos Indígenas do Istmo em Defesa da Terra e do Território (APIIDTT) denunciou que o novo crime ocorreu “o marco da imposição do Corredor Interoceânico, contra as organizações que se opõem à imposição, desapropriação, saque, contaminação e morte de nossos bens naturais e território que este projeto trará ao istmo da região de Tehuantepec e ao sul-sudeste do México” e convocou “os povos, comunidades e organizações indígenas, agrárias e populares da região do Istmo de Tehuantepec, para gerar amplos processos de articulação frente a este contexto violento que ameaça nossas vidas e nosso futuro.”.

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