A crônica da imprensa burguesa internacional vem acompanhando a atual “crise política” no USA entre lamentos pelo fechamento de pontos turísticos estadunidenses, como a Estátua da Liberdade, por falta de verbas para manutenção, e uma efusiva torcida para que as frações da burguesia ianque, dividida entre “democratas” e “republicanos” de acordo com os seus interesses e áreas de atuação mais específicas na economia capitalista, entendam-se o mais rápido possível em nome do bom prosseguimento das políticas interna e externa sempre em favor dos monopólios. 5m3e6h
O contexto é o “ime orçamental”. As ratazanas dos partidos Democrata e Republicano, encasteladas no Congresso ianque não conseguem chegar a um acordo sobre o orçamento federal e sobre o teto da dívida pública, o que levou à paralisação dos serviços públicos não essenciais em todo o USA, em um cenário que pode se explicar em parte pela vontade dos brancos mais reacionários do partido Republicano de sabotar a istração Obama, a fim de que nunca mais na história daquele país um negro se meta a disputar ou conquistar a presidência – ainda que a “eleição” do chefe de turno da Casa Branca, o “primeiro negro” a ocupar o posto, tenha desempenhado o papel estratégico de dar uma cara mais amena ao imperialismo ianque em um cenário de grande contestação mundial às suas guerras de ocupação, sequestros, torturas e demais políticas de morte levadas a cabo nos quatro cantos do planeta.
Sob a perspectiva da imprensa popular e democrática, cabe ressaltar que democratas e republicanos se desentendem na hora de aprovar artigos e leis, mas todos estão juntos para fazer guerra e massacrar os povos, agora neste exato momento bem como ao longo da história, sempre sob o álibi da “defesa” e da “segurança nacional”, ou do “combate ao terrorismo”, patranhas que fazem fumaça ao uso do poderio militar para garantir, à custa da soberania das nações e da vida de milhares de cidadãos comuns assassinados pelas ofensivas de ocupação do imperialismo, os interesses do grande capital financeiro e industrial do USA mundo afora.
Mas, sobretudo, cabe à imprensa popular e democrática chamar a atenção para o fato de que, enquanto os cachorros grandes brigam no âmbito da istração do maior país imperialista do planeta, as condições de vida das classes populares estadunidenses seguem se deteriorando em meio ao acirramento das contradições do capitalismo no contexto do aprofundamento da crise geral.
Número recorde de pobres h336b
Em meados de setembro foi publicada a estatística oficial, elaborada pela Agência de Censo do USA, sobre o número de pobres em todo território ianque relativo ao ano de 2012. Um novo recorde. Ao fim do ano ado havia 46,5 milhões de pobres no USA, aproximadamente 15% da população (entre os hispânicos o índice a dos 25% e, entre os negros, dos 27%), ante os 46,2 milhões registrados em 2011. A pobreza aumentou mesmo com um leve recuo na taxa de desemprego, o que aponta para uma deterioração dos salários e da qualidade do emprego. Aumentou também a quantidade de trabalhadores estadunidenses sem seguro-saúde.
Outros números do acirramento das contradições do capitalismo ianque: a renda média no USA é hoje menor do que a renda média em 1989. A renda anual média de uma família que vive no USA caiu 8,3% desde 2007. O índice Gini, que mede a desigualdade de renda entre ricos e pobres no USA, é hoje o maior já registrado na série histórica. A desigualdade em território ianque aumentou 6,1% entre 1993 e 2012.
A situação dos trabalhadores imigrantes no USA, aos quais Obama prometeu melhorias sem fim para o trabalho e para a vida no dia-a-dia, deteriora-se cada vez mais, com perseguições e humilhações. Em um intervalo de menos de um ano, entre outubro de 2011 e setembro de 2012, o USA deportou quase meio milhão de estrangeiros.
Em 19 de setembro, cinco homens e duas mulheres de origem latina corajosamente se acorrentaram às grades da Casa Branca em protesto para que Obama contivesse a sanha de deportações dos pais dos “dreamers” – como são chamados os jovens estudantes nascidos em lares de imigrantes em situação ilegal nos EUA – depois de Obama ter dito, a respeito, que a ele cabe “cumprir a lei”. No último cinco de outubro milhares de imigrantes saíram às ruas de mais e 160 diferentes cidades do USA para exigir respeito e condições para uma vida digna.