UPP atira contra criança n6e5c

/127/10a.jpg

UPP atira contra criança n6e5c

O repórter de AND, Patrick Granja, no momento em que foi abordado por soldados da UPP 6d5s

Na noite do dia 23 de fevereiro de 2014, moradores do morro do Gambá, no Complexo do Lins, zona Norte do Rio, se revoltaram depois que PMs da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) dispararam em um dos becos atingindo a menina Maria Clara, de 7 anos. A população se levantou e a rebelião popular terminou com três ônibus e um container da UPP incendiados, além de viaturas destruídas e vários sinais das barricadas feitas por manifestantes. Na manhã do dia 24 de fevereiro, a equipe de AND esteve no local para conversar com moradores sobre a ação da UPP na favela e saber notícias do estado de saúde de Maria Clara. Enquanto conversava com moradores, o jornalista Patrick Granja foi abordado por PMs que lhe dirigiram intimidações e ameaças. 635e6s

O que você está fazendo aqui? Eu vou revistar você e seu carro e não quero saber se você é jornalista. Você é jornalista, mas não é rei — esbravejou o PM puxando Patrick para fora do carro.

Os soldados chegaram a submetê-lo a uma revista corporal, mas moradores saíram em sua defesa e interromperam a ação. Momentos depois, os mesmos policiais que fizeram a abordagem se retiraram às pressas temendo uma reação mais violenta dos moradores.

Uma equipe do canal SBT chegou ao local junto com a PM. O cinegrafista da empresa, contrariando a vontade da população e seguindo a orientação dos policiais, começou a filmar o rosto das pessoas, que não tardaram a revidar. Debaixo de xingamentos e agressões, os canastrões do monopólio dos meios de comunicação tiveram que se retirar do local. Já diante dos microfones de AND, o povo soltou o verbo e não economizou críticas ao estado de exceção imposto pela UPP.

Moradores expulsaram equipe do SBT 165q3b

Lamentavelmente, quando eu cheguei em casa ontem à noite, o que eu vi foi tiro, fogo e correria. Logo descobri o motivo: a UPP tinha baleado uma criança. Ainda bem que ela ficou viva. O povo reagiu com violência, porque ninguém aguenta mais esse controle social. A gente está cansado de viver sendo tachado como bandido. A pessoa trabalha dia e noite, para chegar do trabalho e ser tratada como cachorro por policiais. Já teve gente que teve dinheiro roubado por PMs de dentro da carteira de trabalho. O caso da Maria Clara foi só o estopim — diz uma moradora que preferiu não se identificar.

A gente paga impostos, IPVA, tudo direitinho e vê policial que nem tem carteira avançando sinal, correndo no meio das crianças que estão na rua, desrespeitando todo mundo. Eles chegam na gente, prendem a nossa moto, tratam a gente que nem bicho. Ao invés de investir em polícia, porque esse governo não investe em hospital, onde está tudo caindo aos pedaços e a gente não tem nem um anti-inflamatório para levar para casa? — questiona outro morador.

Eles jogam spray de pimenta até dentro da casa dos outros. Ontem, eles jogaram bomba de gás em cima do telhado dos outros. Teve um monte de morador saindo de casa no meio da guerra para correr do gás. Um monte de gente ou mal e teve que ir para o hospital. Isso não pode continuar assim. Eu não tinha nada a ver com a rebelião, estava chegando do trabalho e fui atingido no ombro por uma bomba de efeito moral. Até crianças eles estão revistando. Meus filhos agora ficam enfiados em casa porque têm medo da polícia — denuncia outro morador.

Eles desrespeitam todo mundo. Mulheres são chamadas de piranha, vagabunda. Jovens apanham, são torturados, ameaçados. É muita violência. O morro do Gambá já está esgotado de tanta arbitrariedade, assim como todas as favelas do Complexo do Lins. Ninguém aqui quer isso. A UPP é uma fachada, é um desrespeito à comunidade. A gente precisa de escola, creche, hospital, não de polícia — protesta a líder comunitária Márcia Jacinto.

Os vídeos produzidos por AND podem ser vistos em nosso canal no Youtube e no blog da redação do jornal: anovademocracia-br.atualizarondonia.com/blog.


Rocinha protesta contra omissão da UPP 4th8

No início da noite do dia 7 de março, moradores da favela da Rocinha, zona Sul do Rio, fizeram um protesto em repúdio ao estupro e assassinato da jovem Gleice Oliveira, de 18 anos. Ela desapareceu na segunda-feira de carnaval e foi encontrada morta na manhã do dia 5. Manifestantes pararam a Autoestrada Lagoa-Barra nos dois sentidos e culparam a UPP pela onda de crimes que tem assolado os moradores da Rocinha desde a instalação da Unidade de Polícia Pacificadora. Segundo parentes e amigos de Gleice, roubos, assaltos e estupros estão se tornando cada vez mais frequentes.

Esse protesto é pela Gleice, é pelo Amarildo e por um monte de gente que deve ter sido escondido pela PM e por bandidos no meio desse mato. A gente tem medo de sair na rua porque não sabemos o que vai acontecer. É triste dizer isso, mas tudo que disseram que ia melhorar piorou. Na época dos bandidos, nós pelo menos podíamos deixar a porta de casa aberta, ir na esquina sem preocupação. Eu sou moradora e digo para você: tudo que não tinha antes agora tem: assalto, estupro, assassinato, desaparecimento. Queremos paz para trabalhar e viver. Fora UPP — protestou uma vizinha de Gleice que preferiu não se identificar.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
Agora, mais do que nunca, AND precisa do seu apoio. Assine o nosso Catarse, de acordo com sua possibilidade, e receba em troca recompensas e vantagens exclusivas.

Quero apoiar mensalmente!

Temas relacionados:

Matérias recentes:

Ativistas da Flotilha chegam a Israel e regime sionista ameaça prendê-los, confirma organização internacional 3r3l4i

09/06/2025

Revolucionários de todo mundo rendem homenagens à Basavaraj, dirigente comunista indiano assassinado 2f6k2w

Soldados israelenses são feridos em Shejaiya com a intensificação das emboscadas da resistência 6n3047

09/06/2025