Universidades ocupadas, protestos e luta contra o peleguismo n2q2f

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Universidades ocupadas, protestos e luta contra o peleguismo n2q2f

Resistência e luta contra os ataques do governo e o oportunismo 6o651o

Até o fechamento dessa edição de AND, os professores, estudantes e funcionários de 52 universidades federais e de dezenas de Institutos Federais de Educação Tecnológica sustentavam a greve nacional que já ultraava os 110 dias. 5s1u4l

Assembleia do comando de greve na UFG define pela continuidade da greve 33475s

Apesar das chantagens e ataques do governo, das manobras do oportunismo, da propaganda reacionária veiculada em todo o monopólio das comunicações contra os grevistas, o movimento não só se manteve como, em alguns setores, avançou com a radicalização das ações, o desmascaramento das direções oportunistas e o desenvolvimento de núcleos de resistência classista surgidos das mobilizações e das universidades ocupadas. 683050

No dia 16 de agosto, estudantes de vários cursos da Universidade Federal do Goiás (UFG) ocuparam a Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia. No dia 24, a Faculdade de Direito também foi ocupada. As ações da greve se radicalizam em todo o país, desmascarando o oportunismo e as posições antipovo do governo. Os protestos, ocupações de reitorias e prédios das faculdades se multiplicam.

Novos acontecimentos revelam a elevação da combatividade e decisão dos setores democráticos da universidade em levar a luta adiante. Na Universidade de Brasília (UnB), a direção da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB) tentou, através de um golpe, por fim à greve.

Na pauta de uma assembleia convocada para o dia 17 de agosto, sequer constava a votação sobre a continuidade da greve. Ainda assim, segundo o relato de estudantes e professores, aproveitando-se do reduzido número de presentes, particularmente daqueles que sustentam a luta, o presidente da ADUnB, Rafael Morgano, em uma atitude pérfida, colocou o tema em votação que resultou na “decisão”, por uma diferença de 15 votos (130 contra 115) pelo fim da greve.

Manifestação realizada por grevistas da UnB 206kr

Os professores se mobilizaram e convocaram uma nova assembleia, realizada no dia 24 de agosto. A assembleia confirmou o fim da greve a acabou em confusão, pois os docentes continuaram questionando as manobras da ADUnB. O número de votantes não batia com o número de docentes presentes. A continuidade da greve foi vencida por uma diferença de cerca de 30 votos sob o protesto de várias irregularidades na votação.

Nessa combativa assembleia, a conduta antidemocrática e golpista do sindicato foi debatida e repudiada. A reunião ampliada do comando de greve da UNB – a exemplo do que já havia ocorrido na Universidade Federal da Bahia (UFBA) e na Universidade Federal de Goiás – representou a ruptura dos setores democráticos da universidade com a direção oportunista do sindicato.

Essa batalha da greve na UNB demonstra que os setores que defendem a universidade pública no Brasil enfrentam inimigos em várias frentes, mas todos empenhados em atacar a greve e difundir mentiras para tentar isolar o movimento. Mas, apesar das manobras dos pelegos da ADUnB, a greve continua na maioria das universidades, não houve o esperado efeito cascata de abandono da paralisação.

Até o fim de agosto, os docentes de apenas sete das 59 universidades federais do país, haviam decidido encerrar a greve. As assembleias de professores, estudantes e funcionários em 52 universidades mantiveram a greve por melhores salários, reestruturação de seu plano de carreira, condições adequadas de trabalho e maiores investimentos na educação pública.

No dia 24 de agosto, quando a greve completou cem dias, o Comando Nacional de Greve da Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes-SN) enviou ao governo federal a contraproposta dos grevistas referendadas nas assembleias regionais. Em comunicado, o Ministério da Educação repetiu o que já vinha afirmando ao longo de semanas: “que as negociações com os sindicatos dos docentes estão encerradas e que não há hipótese de rever o critério da titulação na progressão”.

O gerenciamento Rousseff já ordenou o corte do ponto, já lançou as forças de repressão contra os grevistas, já afirmou que as negociações estão encerradas… Na medida em que a posição reacionária do governo e a traição dos oportunistas são desmascaradas, as ações radicalizadas da greve se avolumam. Encerrar a greve nesse momento, ceder às chantagens e ataques, só interessa ao governo e aos oportunistas. O destino dessa luta histórica em defesa da universidade pública dependerá da capacidade das direções mais combativas e decididas.

Nos dias 27 e 28 de agosto, assembleias de docentes realizadas nas universidades em greve aprovaram a continuidade da paralisação.

A luta dos professores da UFBA, que destituíram a direção pelega da associação de docentes que traía a greve; a dos professores da UFG, que, atropelando a direção pelega da associação de docentes, avançou com a greve radicalizando as suas ações; as greves estudantis que seguem com ocupações de reitorias e protestos combativos; a luta dos funcionários técnico-istrativos; e as ações combativas defendidas pelo Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR) e levadas à prática pelos estudantes, professores e universitários da UERJ são exemplos vivos de que defender a democracia nas universidades só é possível através da radicalização das ações. Somente desse modo tem se mostrado possível derrotar as forças reacionárias inimigas da universidade pública e assegurar a continuidade de uma luta que conduza a conquistas concretas.

18 categorias encerram greve

O Ministério do Planejamento divulgou que cortou o ponto de 11.495 servidores públicos federais em greve. A máquina de propaganda do governo federal torpedeou em todos os meios que, caso os servidores em greve não aceitassem a sua proposta até o dia 31 de agosto, não haveria acordo algum, pois os valores acordados ficariam fora do orçamento para o ano de 2013.

No dia 28, após repisar que não mais negociaria com os grevistas e os 15,8% de reajuste dividido em três anos seria o limite e “última proposta” do governo, foi anunciada a aceitação da proposta por 18 categorias dos servidores federais em greve.

Alguns setores, como os policiais federais, ainda permaneceram mobilizados, apesar de o gerenciamento Rousseff e o monopólio das comunicações darem a greve como “terminada”.

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