Técnica e estilo da música brasileira 3n4r4h

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Técnica e estilo da música brasileira 3n4r4h

Músico nato, o goiano meio brasiliense e meio carioca Rogério Caetano é um talento no violão 7 cordas, principalmente de cordas de aço, no qual é especialista. Chorão, como gosta de ser chamado, e compositor de sambas e outros gêneros brasileiros, ele vem se destacando na música instrumental brasileira em seus discos solo e parcerias, principalmente com Yamandu Costa, amigo de longa data, com quem lançou um disco em homenagem ao violão brasileiro. z6m3e

Rogério, com Yamandu Costa formam um duo, e dedicam o trabalho ao Dino 7 Cordas, Raphael Rabello, Helio Delmiro e Marco Pereira. “É a história do violão popular brasileiro” 3k1o1i

— Comecei a tocar muito criança, com 5 anos já tirava algumas músicas de ouvido em um violão do meu pai, e sempre coisas vinculadas ao choro, samba, música brasileira. Depois meu pai comprou meu primeiro instrumento, que foi um cavaquinho. Por volta dos 6 anos comecei a tocar o repertório de choro do cavaquinho, músicas do Valdir Azevedo, Jacob do Bandolim — conta Rogério Caetano.

— Embora os meus pais não sejam músicos, o ambiente da minha casa era musical, ei a infância rodeado de música, ouvindo e tocando. Com doze anos comecei a tocar o violão de 7 cordas, que é hoje o meu instrumento. A primeira vez que o ouvi foi o som do Dino naquele disco com a Elizeth Cardoso, Jacob do Bandolim, Zimbo Trio e Época de Ouro. Falei ‘quero tocar esse som’ e mergulhei totalmente — continua.

Posteriormente, Rogério Caetano conheceu a música de Raphaell Rabello, um dos maiores violonistas brasileiros, e o teve como sua maior referência.

— O seu trabalho foi uma revolução muito importante na minha vida, causou uma mudança na forma de pensar música, e principalmente com relação ao violão. Isso eu estava com uns 14 anos. Com quinze já tinha uma bagagem muito boa dessa escola do 7 cordas, principalmente de aço, que considero minha especialidade. Nessa época fui morar em Brasília e foi lá que me integrei mesmo nesse universo da nossa música instrumental, inclusive participando do Clube do Choro — expõe.

— Lá estudei com importantes mestres que me ajudaram a fazer cair os mitos, abrir minha cabeça quanto à utilização de elementos de outras linguagens dentro da música brasileira, sem deturpá-la. Mudei-me para o Rio de Janeiro em 2004, porque vinha tanto para cá gravar que compensava mais ficar aqui de uma vez. Porém, no Rio também encontrei um ambiente musical muito bom — continua.

— Sou um chorão, apesar de tocar outros gêneros também, porque sou apaixonado e tenho um envolvimento muito forte nessa linguagem. É um gênero super determinante e importantíssimo na linguagem da música brasileira. Desde o Garoto, que influenciou o Baden Powell, que por sua vez influenciou outros, quase todo músico brasileiro tem um pé no choro, até o Luiz Gonzaga, que tocou acordeon no Regional do Canhoto — constata.

A carreira fonográfica de Rogério Caetano começou com um disco do Brasília Brasil, trio que formou ainda adolescente.

 — Esse primeiro disco foi em parceria com o Hamilton de Holanda e o Daniel Santiago, meus companheiros do trio. Posteriormente gravei meu primeiro disco solo, Pintando o sete, com muitas composições feitas pensando no violão 7 cordas de aço fazendo solo e não somente como um instrumento de acompanhamento do choro e do samba — conta.

— Esse trabalho foi indicado ao prêmio da música brasileira, de 1997. Depois lancei um disco homônimo mais voltado para peças de violão solo. Esse foi indicado para o Grammy Latino de 2009 como melhor disco instrumental — continua.

Ensino de música e homenagens 565d4i

Rogério Caetano é um dos poucos artistas preocupados em trabalhar métodos de músicas. Em 2011 lançou Sete Cordas: Técnica e Estilo.

— É uma parceria com o violonista Marco Pereira, um método voltado para essa linguagem do 7 cordas de aço. Sua abordagem é principalmente dentro do universo do choro e do samba, ambiente que o 7 cordas tem maior destaque. São 77 exemplos escritos musicalmente desde o nível iniciante até o adiantado, quem já é profissional mesmo — relata.

 — Acompanhando vem um CD, como se fosse um disco artístico, mas sendo que na verdade é um trabalho de cunho didático. Essa escrita musical somada a um CD de áudio é um trabalho que abraça não só as pessoas que têm leitura musical, como também as que não têm e tocam de ouvido, porque nem todo mundo lê música — diz.

O trabalho atual de Rogério Caetano é uma homenagem ao violão brasileiro.

— Nesse disco fiz uma parceria com meu amigo e grande violonista Yamandu Costa. É um duo, ele tocando violão de 7 cordas de nylon e eu 7 cordas de aço. Dedicamos esse trabalho ao Dino 7 Cordas, Raphael Rabello, Helio Delmiro e Marco Pereira. É a história do violão popular brasileiro, então homenageamos esses grandes nomes que deram e dão uma contribuição maravilhosa para a nossa música — Elogia.

— Além das músicas desses grandes artistas, inclusive uma inédita do Raphael Rabello, que sua irmã e nossa amiga Luciana Rabello nos deu para gravar, temos também composições de outros grandes nomes e músicas minhas e do Yamandu. Aproveitamos esse disco para comemorar nossa amizade, porque somos como irmãos, e o nosso respeito e iração por esses mestres — continua.

No próximo dia 10 de abril, Rogério Caetano e Yamandu Costa vão lançar esse disco no SESC Pompeia, em São Paulo.

— Tenho tocado bastante por aí, feito muitos shows, viajado bastante e gravado também. No momento estou gravando mais dois discos, um deles é o trabalho do Quarteto Carioca, que formei juntamente com Luís Barcelos, Eduardo Neves e Celsinho Silva. Vamos tocar vários estilos dentro dessa formação — avisa Rogério.

— O outro disco será com o quarteto do Yamandú, o ‘Tocata à Amizade’, que também faço parte, juntamente com Bebe Kramer e Luís Barcelos. Esses dois trabalhos devem sair lá para o final do ano ou começo do próximo. Mais recente, participo do novo DVD do Zeca Pagodinho, Vida que segue, que deve sair agora em abril — continua.

— Sou um dos convidados, além de Zé Menezes, Yamandu Costa, Hamilton de Holanda, Paulinho da Viola. Será algo muito legal, porque o Zeca deu uma abertura, um espaço muito interessante para todo mundo poder brilhar dentro de um trabalho seu — finaliza.

www.rogeriocaetano.com  é o contato de Rogério Caetano.

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