RR: Detentos são ‘comidos’ por bactéria em presídio 6g2873

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Detentos com bactérias escancara as péssimas condições das masmorras do velho Estado.
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RR: Detentos são ‘comidos’ por bactéria em presídio 6g2873

Internos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista (RR), estão sendo “comidos” por uma bactéria altamente infecciosa. Conhecida como piodermite, a doença causa lesões na pele do tipo escabiose e chegam a prejudicar a locomoção. A denúncia ecoou mundo afora após 24 presos serem internados por conta da doença, que anteriormente havia sido abafada pela direção penitenciária.  1t6b6l

Um relatório publicado pelo Mecanismo de Combate à Tortura (MNPCT) já apontava superlotação, lixo acumulado e a presença de vermes e moscas na unidade desde 2017. Há três anos, o Mecanismo visitou as unidades prisionais de Roraima que haviam sofrido com a onda de rebeliões e homicídios daquele ano, o que levou a publicação de um relatório referente à situação dos presídios no estado. À época, quando mais de 33 detentos morreram, o documento apontou problemas de higiene antes mesmo da intervenção federal no presídio, em vigor desde novembro de 2018.  

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“Isto é, em uma unidade com forte quadro de superlotação, de cada dez presos, seis aguardam um julgamento do juiz. Pessoas que sequer tenham sido condenadas, com chances de serem absolvidas ou receber alguma pena restritiva de direitos, se encontram privadas de liberdade em uma unidade altamente degradante e torturante”, apontou o relatório. 

Além disso, a entidade identificou que os corredores do presídio estavam abarrotados de lixo e sem condições mínimas de asseio para manter os presos. Os peritos encontraram pessoas adoecidas em todas as áreas na visita de 2017, algumas apresentavam doenças contagiosas, como tuberculose e Aids. Outras estavam “bastante feridas por causa da violência dos agentes de segurança”.  

A entidade ainda constatou que a penitenciária não oferecia materiais de higiene pessoal, produtos de limpeza, roupas de cama ou insumos do tipo. Tudo era providenciado pelas próprias famílias dos presos.  Algumas das celas, onde as pessoas corriam risco de serem mortas, eram chamadas de “calabouço”. De acordo com as denúncias, nesse espaço os presos dormiam no chão, sem higiene, e urinavam em garrafas plásticas.  

Em 17 de julho de 2019, um ex-detento revelou que havia problema de superlotação: celas com capacidade para abrigar até oito presos abrigavam, aproximadamente, 15 pessoas. Vale lembrar que o presídio está sob atuação da Força-tarefa de intervenção penitenciária (FTIP), desde o final de 2018, após decisão do Ministro da Justiça Sérgio Moro.

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