Policiais do GOE participam de despejo contra famílias camponesas 6c4p2j
Em 1º de junho, data do fechamento desta edição de AND, nossa redação recebeu notícias de uma ação policial de reintegração de posse ocorrida no último dia 27 de maio em Machadinho D’Oeste, no estado de Rondônia. 5h4w40
Fortemente armados, agentes da Polícia Militar, do Grupo de Operações Especiais (GOE), da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros realizaram o despejo do Acampamento Cajueiro 1, que ocupava terras da fazenda Paredão, na rodovia RO-257. Segundo denúncias, a operação que despejou mais de 30 famílias ainda contou com um helicóptero e dois camponeses foram presos.
Segundo nota lançada pela Liga dos Camponeses Pobres (L) de Rondônia e Amazônia Ocidental, “há vários meses os camponeses do Acampamento Cajueiro 1, apoiados pela L, vinham lutando pelo sagrado direito à terra”. Várias reuniões foram realizadas “com o Incra e a Ouvidoria Agrária Nacional e as negociações estavam avançando. Mas nada disso foi suficiente para evitar mais um despejo absurdo”. Os camponeses ainda apontam que, enquanto a repressão se abate de forma sistemática sobre eles, os latifundiários recebem “apoio e conivência com seus crimes”. Já para os pobres do campo sobram “despejos, calúnias, perseguições, prisões e assassinatos de lideranças”.
A L ainda alerta que o governo Dilma-PT “não cumpre nem a reforma agrária fajuta prevista na Constituição Federal e os camponeses são brutalmente reprimidos! Os camponeses estão fartos de denunciar tanta injustiça e nada acontece”.
Na última edição do jornal A Nova Democracia, nº 150, noticiamos a nova ofensiva do latifúndio contra os camponeses de Rondônia. Como afirmamos, “na noite de 1º de maio, o camponês e presidente da Associação Vladimir Lenin, Paulo Justino Pereira, foi assassinado a tiros no Projeto Rio Pardo […] Em 27 de abril, Paulo havia participado, juntamente com camponeses de outras áreas de Rondônia, de uma reunião em Jaru com representantes do Incra, Eletrobras, DER e Secretaria de Obras. Na ocasião, os camponeses exigiram a eletrificação das áreas, estradas, pontes, escolas nas áreas e regularização das terras dos camponeses […]Nos dias 29 e 30 de abril, Paulo participou de outra reunião em Porto Velho. Nela estava presente o Ouvidor Agrário Nacional, Gercino José. Paulo levou as reivindicações dos camponeses de Rio Pardo e denunciou a desocupação violenta da Flona (Floresta Nacional)”.
Ultimamente, assim tem sido: camponeses se reúnem com representantes de órgãos do velho Estado, em particular com a Ouvidoria Agrária Nacional, e, ao invés de terem suas reivindicações atendidas, são mapeados e assassinados posteriormente. Tal é o “Roteiro da Morte” escrito pela gerência reacionária de Dilma-PT para o movimento camponês brasileiro.