RO: Camponeses respondem a ataques e expulsam PM e paramilitares 3l1f5h

RO: Camponeses respondem a ataques e expulsam PM e paramilitares 3l1f5h

Em nota publicada no dia 8 de junho,  a Comissão Nacional das Ligas de Camponeses Pobres (L) denunciou diversos ataques das forças de repressão em meio à militarização da região e noticiou ações de autodefesa realizadas pelos camponeses, em situações diferentes, no estado de Rondônia.  j6t5m

Em 19 de maio, segundo a L, camponeses da região de Jacinópolis, distrito de Nova Mamoré, repeliram as forças repressivas após a prisão arbitrária de uma família de trabalhadores (um homem, mulher e uma criança) e a apreensão de motos dos moradores. Os trabalhadores se mobilizaram e bloquearam diversos pontos da estrada cortando árvores e destruindo pontes, mais de 15 barreiras foram feitas. Os policiais foram obrigados a recuar e, sem saída, aram a noite na mata. 

No dia seguinte, um novo contingente de policiais foi enviado e, utilizando-se de spray de pimenta, bombas e disparos de armas de fogo, atacaram novamente os camponeses. Porém, a resistência seguiu: dezenas de trabalhadores, de rostos cobertos, com motocicletas e a pé, cercaram os militares e os repeliram. Em meio as pedras lançadas, os policiais debandaram do local. 

Segundo a L, o Exército reacionário está acampando na região e, junto da Polícia Militar e da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam), estão realizando diversas ações repressivas em diferentes localidades do estado de Rondônia. 

Outro episódio de resistência da massa camponesa também foi noticiado pela L, dessa vez no final de abril, na área Dois Amigos, localizado na linha 29 A, no distrito de Nova Dimensão (cerca de 30 km de União Bandeirantes). 

Os camponeses da área foram atacados por paramilitares do latifúndio munidos de armas de grosso calibre e com apoio de policiais, que incendiaram barracos, cortaram cercas e abriram fogo contra as famílias. 

Os trabalhadores não se intimidaram e, além de repelir os bandidos, empreenderam uma ofensiva. A parte da fazenda que ainda pertencia ao latifundiário foi tomada pela massa camponesa; as instalações do latifundiário, incluída a sede da fazenda, foram incendiadas e destruídas. Os camponeses lutam naquela área desde 2014 e constantemente são atacadas pelos paramilitares armados. 

Em nota, a L denuncia também a “Garantia da Lei e da Ordem” (GLO) que por meio da operação das Forças Armadas reacionárias chamada “Verde Brasil 2”, iniciada em maio, visa intensificar a guerra contra o povo, particularmente os camponeses pobres, pequenos e médios proprietários. Reitera que tal operação é parte do plano de golpe contrarrevolucionário preventivo em marcha no país e dirigido pelo Alto Comando das Forças Armadas (ACFA). 

  

Tudo ao latifúndio e imperialismo 

Outro ponto denunciado pela L em nota, é que todo discurso “ambientalista” e patrioteiro de defesa do “meio ambiente” e combate ao “crime ambiental” na Amazônia é apenas cortina de fumaça. O movimento reforça que a militarização da Amazônia, na verdade, serve aos interesses de potências imperialistas, responsáveis pela destruição e exploração dos recursos naturais de forma voraz, visando o lucro máximo. 

“O que esconde o discurso de ‘preservação’ da Amazônia, é a cobiça dos monopólios imperialistas pelas nossas riquezas e, por isso, manejam e atuam de diferentes formas para expulsar, reprimir e inviabilizar qualquer iniciativa econômica que não sirva aos seus capitais. Querem que as riquezas naturais sejam mantidas intactas e sob seu controle para que eles possam explorar quando for mais conveniente, ao tempo que dão cobertura para os grandes projetos sojeiros, de cana, mineração e de hidrelétricas”, denuncia. 

Sobre a atuação do velho Estado, a L é enfática em afirmar: “Os governos de turno atuam com dois pesos e duas medidas. Não medem esforços para reprimir os camponeses, demais trabalhadores, pequenos e médios proprietários dessas regiões. Se um camponês tira uma casca de árvore para fazer um chá, ou mata uma paca para se alimentar é tratado como criminoso e sofre todos os ‘rigores da lei’. Mas o mesmo rigor não ocorre contra os latifundiários, grandes madeireiras e mineradoras”. 

O movimento camponês dá como exemplo a mineradora Vale, que aterroriza a população de cidades inteiras, ameaçadas pelo rompimento de suas barragens e, mesmo após os criminosos assassinatos de centenas de pessoas, além do colossal dano ao meio natural, não são punidas. Declaram que contra essas grandes empresas poderosas, nenhum rigor, nenhuma punição incidiu, apenas uma criminosa cumplicidade. 

  

‘O Brasil precisa da Revolução de Nova Democracia’ 

Ao final da nota, a L declara: “Os generais hoje governam diretamente, mandam e desmandam no país e se apresentam como salvadores da pátria. Mas eles estiveram todo o tempo como guardiões desse sistema. São um punhado de privilegiados e são responsáveis pela manutenção de todo esse sistema de exploração, injustiça, sofrimento do povo e subjugação da nação. São eles que com as baionetas e canhões sustentaram e sustentam esse sistema podre e caduco, esmagaram a ferro, fogo e sangue todas as tentativas de nosso povo em levar adiante uma revolução democrática popular, única forma de remover do poder estas máfias de parasitas e sanguessugas do povo e da nação, que arrastaram o Brasil para a beira do abismo a que chegamos”. 

E prossegue: “O latifúndio é o que existe de mais atrasado em nosso país: são ladrões de terra, assassinos de indígenas e posseiros, um dos pilares que há séculos sustentam a dominação do imperialismo sobre nossa nação, ocupando a maioria das terras para a produção de soja, gado, cana, eucalipto e extração de minérios para exportação, com financiamentos públicos, sem pagar impostos e destruindo o meio natural impunemente. Enquanto existir o sistema latifundiário, os camponeses pobres sem-terra ou com pouca terra, posseiros, indígenas e quilombolas, atingidos por barragens, mineração e eucalipto seguirão resistindo e a luta não vai parar”, afirma também. 

E conclui: “O Brasil está à beira da guerra civil, os fascistas de Bolsonaro estão assanhados e provocando nas ruas com as bandeiras da contrarrevolução com o e destes generais reacionários e lambe-botas do Estados Unidos. Desta vez não vai ser mais assim, o povo responderá à altura! O mundo está estremecido com o fracasso do imperialismo, as massas estão se levantando em todo o mundo, vejamos o próprio Estados Unidos. Aqui, mais cedo que tarde a Revolução Agrária tomará impulso e os camponeses do Brasil unidos à classe operária e demais trabalhadores e a juventude e mulheres do povo se levantarão em violentas rebeliões. Está chegando o dia em que o povo brasileiro verá a sua salvação e a do Brasil numa grande revolução de uma democracia nova, que varrerá com todo esse putrefato e genocida sistema de exploração e opressão e iniciará a construção de uma nação independente e de um Brasil Novo”. 

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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