RJ: Jovem congolês é espancado e morto; família diz que existia dívida trabalhista 2r6u69

RJ: Jovem congolês é espancado e morto; família diz que existia dívida trabalhista 2r6u69

Um jovem preto imigrante foi brutalmente espancado e morto no dia 24 de janeiro em um quiosque chamado Tropicália, na praia da Barra da Tijuca, Posto 8, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Segundo relatos dos parentes da vítima, o crime aconteceu depois que Moïse Mugenyi Kabagambe, de 24 anos, oriundo da República Democrática do Congo, cobrou o dono do quiosque pelo pagamento de duas diárias que haviam sido cumpridas. 443r3t

Os familiares de Moïse tiveram o às imagens do crime. Nas cenas, Moïse aparece discutindo com o gerente do quiosque Tropicália, onde trabalhava. Em dado momento, o gerente do estabelecimento pega um pedaço de madeira e parte para cima do jovem que tenta se defender com uma cadeira. O gerente, então, chama outros quatro comparsas para ajudá-lo a espancar Moïse. A partir daí, o espancamento covarde continua com os cinco homens utilizando barras de madeira e um taco de beisebol até resultar na morte brutal de Moïse.

Por fim, o jovem ainda foi amarrado e estrangulado com uma corda. O corpo do rapaz foi encontrado numa escadaria próximo ao quiosque, com as mãos amarradas.

Chamou a atenção o fato de Moïse ter sido espancado e morto em um local turístico e com muito policiamento, sem que sequer uma viatura asse pelo local. De acordo com Djodjo Baraka Kabagambe, irmão de Moïse, policiais só apareceram muito tempo após o crime: “Amarraram as mãos e as pernas dele com corda. A polícia veio depois de 20 ou 40 minutos”, contou o irmão. Ainda segundo familiares, policiais militares abordaram parentes da vítima após suas primeiras declarações à imprensa, depois de revelarem que Moïse tinha ido cobrar dívidas do dono do quiosque, que é também policial militar. As intimidações ocorreram, pelo menos, por três vezes.

A situação dos refugiados

Ao chegarem no Brasil, os refugiados são alocados em favelas, em meio a pobreza e a conflitos armados. A maioria dos imigrantes congoleses vão morar em favelas na Zona Norte do Rio ou em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Nesses locais os imigrantes africanos enfrentam uma rotina de pobreza e violência tais como as enfrentadas no seus países de origem, dos quais saíram em busca de uma vida melhor.

No caso de Moïse, foi submetido ainda a jornadas exaustivas, como as impostas aos trabalhadores que alocam-se nos comércios de praia. Em geral, as jornadas nesses estabelecimentos iniciam-se às 6h e concluem às 19h, recebendo por diária e com pagamento de R$ 100. Devido à existência de seguranças particulares desses comércios, sob justificativa de “inibir assaltos”, muitas vezes os trabalhadores são coagidos a aceitar “pequenas” transgressões dos combinados, resultando em trabalho não pago.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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