Atividades realizadas pelo Ocupe Estelita 5v6f27
Apesar da contrapropaganda fascista de intimidação às manifestações populares durante a Copa da Fifa, levada a cabo pelo monopólio da imprensa e pelas gerências oportunistas, a juventude combatente no Recife não se absteve de protestar contra os absurdos da Copa e seus efeitos contra o povo. 363m9
Palco de importante luta contra a especulação imobiliária e o capital monopolista (vide: Cais José Estelita: A praça Taksim do Recife, edição 132 de AND), além de cidade-sede do mundial da Fifa, Recife é mais uma cidade que levantou a bandeira “Não vai ter Copa!”.
Anti-Fan fest 6l3n5v
No dia 12 de junho, abertura da Copa e dia de Fifa Fan fest, realizou-se no Ocupe Estelita a Anti-Fan fest. O evento foi idealizado pelos ocupantes do cais em contraposição à festa da Fifa. Várias atividades foram realizadas, entre as quais um grafite do Coletivo Bagaço exigindo liberdade para o professor democrata indiano Dr. GN Saibaba, além de uma roda de diálogo discutindo os impactos da Copa.
Mesmo com tempo chuvoso, uma eata saiu da ocupação no fim da tarde enquanto acontecia o primeiro jogo da farra da Fifa. Os manifestantes seguiram em direção à Fan fest, no Cais da Alfândega, empunhando a faixa da Frente Independente Popular de Pernambuco (FIP Praieira). De um cais ao outro cantaram músicas e palavras de ordem contra a Copa e ultraaram três barreiras policiais, recebendo atenção da imprensa internacional e apoio de torcedores na entrada do evento.
Grafite Anti-Copa 4x496a
Atividades realizadas pelo Ocupe Estelita 5v6f27
Dois dias depois, no primeiro jogo na Arena Pernambuco, localizada em São Lourenço da Mata, região metropolitana do Recife, mais uma manifestação contra a Copa da Fifa foi realizada.
Durante todo o dia grafiteiros e populares da região participaram de um mutirão de grafite com o tema “Copa pra quem?”, realizado no bairro da Brasilit pelo Coletivo Bagaço. O evento, que aconteceu apesar da chuva, teve amplo apoio da vizinhança que cedeu muros para serem pintados com o tema do mutirão. Neste bairro, vários ambulantes e moradores foram removidos para “embelezar” o trajeto que leva os turistas para a Arena.
No início da noite um ato saiu do bairro e caminhou por algumas ruas e pela avenida principal da Brasilit. Os manifestantes bloquearam o o à Arena Pernambuco com pneus em chamas e entraram em confronto com a polícia.
Também pouco antes do horário do jogo, o que pode ter sido uma manifestação paralisou o metrô que levava torcedores para a Arena por cerca de 30 minutos. Na estação de Santos Cosme e Damião, onde há algum tempo houve intensa rebelião popular contra o descaso no transporte público, vários pneus em chamas bloquearam o o do metrô nos dois sentidos.
Reintegração de “Paz” 654k1k
Atividades realizadas pelo Ocupe Estelita 5v6f27
Dia 17 de junho. Mais um jogo da seleção da CBF e também dia de Fan fest na cidade. Coincidentemente também é o último dia válido para a reintegração de posse do Cais José Estelita.
Às 5h da manhã os ocupantes do cais foram surpreendidos por todo um aparato de guerra mobilizado pelas empreiteiras do Consórcio Novo Recife, patrocinadoras do governo Eduardo Campos/Geraldo Júlio. Choque, cavalariae K9 contra 60 ocupantes desarmados. O comando da PM exigiu a retirada em 5 minutos, mas antes que todos estivessem sequer de pé começaram a atirar bombas a esmo.
O que se viu posteriormente foi uma ação de violência bruta e pura contra pessoas indefesas, inclusive crianças e uma mulher grávida.
Mas a resistência foi o que manteve firme a ocupação. Após serem expulsos com balas de borracha, gás de pimenta, lacrimogêneo, cassetadas e até chicotadas, os manifestantes mantiveram-se em frente do que antes fora a “Vila Estelita”, enquanto a polícia fazia segurança para os funcionários da Moura Dubeux fecharem a entrada do local com tapumes.
Durante todo o dia mais pessoas foram chegando para apoiar a ocupação chegando a quase mil pessoas e a resistência durou até o fim da tarde, quando das 16h até 17h30 o viaduto que liga a zona sul do Recife com o Cais da Alfândega foi fechado pelos manifestantes com pneus, bloqueando o o à Fan fest. Quatro vezes a polícia reprimiu os manifestantes e quatro vezes houve resistência. No fim da tarde os ocupantes decidiram manter a ocupação embaixo do viaduto Capitão Temudo, ao lado do Cais José Estelita.
O processo de reintegração de posse levado à cabo violentamente pela Polícia Militar – o prefeito da cidade, o governador, o presidenciável Eduardo Campos e o Consórcio Novo Recife negaram conhecer o fato – foi um tiro no pé dos que são contra o movimento, pois reavivou as chamas da ocupação e teve uma repercussão internacional e nacional que não foi nada boa para o governador do estado. As doações ao acampamento aumentaram, assim como as manifestações de apoio. No dia 22 de junho, mais um Som na Rural, dessa vez com o tema “reintegração de Paz”, que animou os visitantes com vários shows de artistas pernambucanos que apoiam o movimento.
E no dia 5 de julho o rapper paulistano Criolo decidiu deixar sua mensagem de apoio ao movimento fazendo um show junto com o artista pernambucano Lirinha e o DJ Dolores. O rapper cantou uma composição feita em homenagem ao Ocupe Estelita. Trecho da letra:
Doze torres no cais
Doze torres a mais
Erro das estatais
Sangue jorra no Cais
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Atividades realizadas pelo Ocupe Estelita 5v6f27
No dia 30 de junho, a prefeitura da cidade do Recife foi ocupada pelo movimento Ocupe Estelita. Os ocupantes exigem do prefeito o cancelamento do protocolo do Projeto Novo Recife e voltar a participar das reuniões de negociação, já que a prefeitura deixou de convidar o movimento depois que o terreno da Moura Dubeux foi desocupado.
No outro dia a reintegração de posse ficou marcada para ser realizada às 14h, depois de uma negociação com representantes da prefeitura. Com o comprometimento da gestão de não deixar acontecer o ocorrido no dia 17 de junho.
Mas, às 14h, o prédio começou a ser evacuado e bloqueios foram feitos em todas as avenidas e ruas que dão o ao local, causando terror nos funcionários e transeuntes. Os manifestantes resolveram deixar a prefeitura em eata depois de marcada uma reunião com participação dos integrantes do movimento.
Apoio ao Estelita 1v6i5
No dia 27 de junho, num show de Alceu Valença, uma faixa ‘Ocupe Estelita’ foi levantada, causando um debate político na apresentação do artista que demonstrou seu apoio ao movimento.
No dia 30 de junho, enquanto acontecia a ocupação na prefeitura, ocorreu uma aula pública no Centro de Arte e Comunicação em solidariedade ao movimento.
No dia 2 de julho foi realizado um ato de desagravo organizado pelo Diretório Acadêmico de Pedagogia na UFPE. O ato contou com a participação de alunos da instituição, que também ocupavam o Cais José Estelita e sofreram com a repressão violenta do Estado no dia 17 de junho. O diretor do Centro de Educação, Daniel Rodrigues, e o professor Evson Santos também fizeram intervenções em defesa dos estudantes.