Na manhã do dia 13 do mês ado, dois agentes à paisana da Polícia Militar do Paraná foram ao Campus da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), no município de Laranjeiras do Sul, invadiram a Sala 301, Bloco A, onde o Professor Elemar do Nascimento Cezimbra ministrava aula de Realidade do Campo Brasileiro para estudantes do curso de Agronomia e o levaram para fora do Campus em seu horário de trabalho. 4q673k
O Professor Elemar é conhecido por sua atuação em defesa dos movimentos camponeses. Um manifesto redigido pelo corpo acadêmico repudiou o fato afirmando que “a referida invasão foi arbitrária porque fere a legislação em vigor em nosso país, visto que os atos de uma Universidade Pública Federal dizem respeito à istração Federal, e como tal cabe à Justiça Federal e à Polícia Federal e não é território descoberto pela lei e não cabe à invasão de policiais militares”.
E mais: “Tal invasão desrespeitou a autoridade do Campus que são o seu Diretor Geral, Professor Dr. Paulo Henrique Mayer, a sua Diretora Acadêmica Professora Dra. Cladir Terezinha Zanotelli, e o seu Diretor istrativo, Técnico Fernando Zatt Schardosin”. Além de ferir “as leis, o estatuto e os regulamentos da Universidade”, a invasão “agride a natureza do trabalho em uma Universidade Pública Federal, correspondendo a situação semelhante ao estado ditatorial”.
Dos 13 pontos descritos no Manifesto, destacamos aqui alguns deles, que colocam os questionamentos:
“10.Diante de tamanho terror perpetrado pelo aparelho policial militar, perguntamos: onde está a justiça do mesmo estado, o estado do Paraná? Que justiça criminosa ordenaria a invasão do Campus de uma universidade federal e de uma sala de aula para retirar um professor para ameaçá-lo, constrangê-lo pelo aparato policial militar estadual?
11.É fato que não pairava nenhuma acusação de crime contra o Professor Elemar que justificasse o crime cometido pelos policiais contra a sua pessoa e a instituição da UFFS, como crime contínuo e duradouro contra a dignidade da pessoa humana, contra a liberdade de pensamento, contra uma instituição de ensino, pesquisa e extensão, contra uma universidade pública federal e todos que lá trabalham e estudam.”