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Na manhã do dia 26 de junho, a reportagem de AND foi ao Hospital Salgado Filho, Zona Norte do Rio, onde o jovem Alex Sandro dos Santos da Silva, de 26 anos, foi internado depois de ser baleado por policiais militares da UPP da favela do Jacarezinho. Segundo a família, os policiais visivelmente drogados abordaram o jovem às 2h da madrugada a caminho da lanchonete da Praça da Concórdia e começaram a torturá-lo perguntando por armas e drogas.
O rapaz, que trabalha em um lava-jato, começou a gritar por socorro. Moradores saíram de casa em defesa de Alex. Mesmo diante do protesto da população, PMs atiraram no rapaz na altura da cintura e em seguida fugiram temendo a reação da massa. Um deles teria dito para o seu comparsa “vamos sair fora porque vai dar merda”.
— Esse é mais um caso de tentativa de homicídio, tortura, agressão, coação, ameaça, todas as irregularidades possíveis em um caso só cometido por policiais da UPP. Estamos vivendo um momento muito delicado no Rio de Janeiro, no qual a juventude pobre está sendo exterminada diariamente e não existe nenhum movimento do Estado no sentido de combater esses crimes e proteger essas pessoas — disse a advogada do povo, Adriana Secundo, que foi ao local para oferecer e jurídico à família de Alex Sandro.
O jovem foi socorrido por moradores e levado para o hospital. Não demorou para os autores do disparo chegassem ao Salgado Filho dizendo que queriam falar com o jovem “para ampará-lo”. A família e médicos do hospital, temendo possíveis ameaças e intimidações contra Alex, acionaram advogados do povo que deram apoio jurídico para os parentes do jovem.