Nos dias 28 e 29 de outubro ocorrerá, em Pau D’Arco, o Encontro camponês do Sul do Pará, que debaterá a atual situação da luta camponesa na região meses após a Chacina de Pau D’Arco. 1q142k
Terra já para quem nela vive e trabalha! é a principal consigna política do encontro, que tem como pautas a desapropriação imediata da fazenda Santa Lúcia – ocupada desde o dia 13/06 pelos camponeses do Acampamento Jane Júlia –, onde ocorreu a Chacina de Pau D’Arco, a condenação dos mandantes e dos executores deste crime bárbaro e a indenização de todas as famílias dos dez trabalhadores assassinados.
O encontro será realizado por um conjunto de organizações democráticas e movimentos populares, dentre eles a L do Sul do Pará e Tocantins, a Associação Nova Vitória (Acampamento Jane Júlia), o Comitê de Defesa das Vítimas de Pau D’Arco (Codevipa), o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Conceição do Araguaia e Associação dos Pequenos Produtores Rurais de Gabriel Pimenta.
Policiais presos pela Chacina de Pau D’Arco
Quinze policiais que participaram da Chacina de Pau D’Arco foram presos preventivamente no dia 26/09 no Pará. As detenções ocorreram em Belém e em Redenção.
O pedido de prisão dos policiais foi resultado da luta dos camponeses que permanecem ocupando a fazenda Santa Lúcia, organizados pela L do Pará e Tocantins, resistindo às ameaças de morte de latifundiários e de policiais da região. A campanha nacional de denúncia desse crime do velho Estado também cumpriu um importante papel na luta das famílias pela condenação dos mandantes e dos executores da Chacina. Os policiais – dois civis e 13 militares – são acusados pelo Ministério Público do estado do Pará pelos crimes de constituição de milícia privada, homicídio qualificado, tortura e fraude processual. O investigador da Polícia Civil, Raimundo Nonato de Oliveira Lopes, e o delegado da Delegacia Especializada em Conflitos Agrários (Deca) de Redenção, Valdivino Miranda da Silva Júnior – que comandou a Chacina que resultou em dez camponeses assassinados, também foram acusados por estes crimes, mas não tiveram a sua prisão preventiva decretada por terem fornecido informações para as investigações em curso.
Segundo as investigações, os policiais estabeleceram um “pacto” para defender a versão do confronto com os camponeses no dia 24/05, na fazenda Santa Lúcia em Pau D’Arco, e com isso saírem impunes. O “pacto” tenebroso foi selado com o assassinato dos camponeses Oseir Rodrigues da Silva e Wedson Pereira da Silva.