Pai de Billy Joe denuncia perseguições e arbitrariedades. a3m52
Na manhã de 1º de outubro, os operários da Vale SA/Enesa, Billy Joe Araújo Rosa, Marcelo de Carvalho Vieira e Paulo Cesar Gomes Duarte, foram conduzidos à audiência de instrução pelos corredores do Fórum Desembargador Drumond, em Itabira-MG, com as mãos algemadas, atadas a uma correia pelas cinturas e com os pés acorrentados, cercados por policiais fortemente armados. 55505o
Esses três trabalhadores das obras da Mina Conceição, em Itabira-MG, estavam há seis meses injustamente presos, acusados de provocarem incêndio nos alojamentos da empresa durante greve de dois mil operários realizada no último 12 de março. Apesar dos depoimentos de testemunhas, das provas materiais como atas de reunião e lista de ageiros, provas de que no momento do incêndio esses trabalhadores participavam de reunião de conciliação em Belo Horizonte, eles eram mantidos encarcerados desde 18 de março.
Durante a audiência, membros da Liga Operária e do Sindicato dos Trabalhadores da Construção de Belo Horizonte e Região (Marreta), trabalhadores e familiares dos operários protestaram em frente ao Fórum de Itabira exigindo a sua libertação. A rua em frente ao fórum foi interditada, uma faixa exigia o fim das perseguições e das arbitrariedades contra os operários e centenas de panfletos foram distribuídos.
Enieverson e Rodrigo junto a ativistas da FIMVJ. 4j6id
Com um megafone na mão, Pedro de Araújo Rosa, pai de Billy Joe denunciava: “A família está indignada. Eles estão sendo tratados como marginais. No dia do incêndio, ele estava em Belo Horizonte, no Tribunal de Justiça. Eu tenho a ata do tribunal, provando que ele estava lá. Na volta, eles [os trabalhadores presos] ficaram retidos na BR-381, eles têm como provar, porque fizeram lanche e pagaram com o cartão de crédito e, no entanto, os nomes deles foram dados como responsáveis pelo incêndio. Desde então, nós ficamos sem notícias”.
Após terem negadas todas as medidas judiciais para sua libertação, graças ao empenho das organizações classistas e dos familiares que lutaram sem descanso, o juiz deu a ordem de soltura para Billy Joe, Marcelo e Paulo. Finalmente, na noite de dois de outubro, os trabalhadores foram postos em liberdade.
Pelo direito de lutar 68291q
Em três de outubro, Enieverson Mendes Rodrigues (conhecido como ‘Ameba’) e Rodrigo Gonzaga Brandão, vendedor ambulante que mora na rua, presos políticos por participarem das manifestações de sete de setembro em Belo Horizonte, conseguiram a liberdade provisória.
Eles estão indiciados, assim como os demais onze manifestantes presos nessa mesma manifestação, e foram colocados em liberdade provisória após intensa mobilização, a realização de dois atos políticos convocados pela Frente Independente pela Memória Verdade e Justiça de MG (FIMVJ-MG) e empenho de advogados e organizações populares, que mantiveram intensa campanha de denúncia e por sua libertação. Em nota que anunciou a libertação dos manifestantes, a FIMVJ-MG afirmou que segue a luta pelo trancamento de todas as ações penais.