Nova frustração à vista 5s14n

Nova frustração à vista 5s14n

Todas as pesquisas parciais registradas nos últimos três meses apontam à derrota do projeto bolsonarista pela via do sufrágio, até aqui. Os quatro anos de Bolsonaro enfraqueceu-lhe pelos resultados econômicos pífios – do ponto de vista já da maioria das classes dominantes e principalmente para a maioria também das massas populares, essas últimas açoitadas pelo agravamento inaudito da crise do capitalismo burocrático, desemprego, miséria, fome e doenças. Além disso, o facínora se desmascarou como um fanático genocida ao permitir e favorecer deliberadamente, por seu obscurantismo atroz e em função de uma estratégia golpista, a morte de 650 mil brasileiros vitimados pelo genocídio pandêmico. 41624v

Diante das massas populares – que ainda se acham órfãs de um caminho de transformação radical da sociedade, no qual possam realmente acreditar –, Bolsonaro está cada dia mais sem um discurso com a força apelativa eleitoreira como o antipetismo que usou nas eleições de 2018. Perdeu este apelo, que junto com o atentado a ele (conspiração do Alto Comando das Forças Armadas, executada por gente da inteligência militar) possibilitou-lhe lograr seu “grande” triunfo eleitoral. O antipetismo já não comove as grandes massas, senão uma pequena parte delas, intoxicadas com um discurso anticomunista que tem no PT o principal alvo. Tampouco terá grande apelo a tentativa de reavivar o antipetismo montando-se nos escândalos de corrupção, postos a público pela já falecida Operação “Lava Jato”, sepultada pelo próprio Bolsonaro. Enfim, Bolsonaro conta com uma pequena parte do eleitorado que não é suficiente para dar por certa sua vitória eleitoral. E isso produz aquilo que muitos poderiam pensar, em 2015, impossível: o retorno do PT como favorito na farsa eleitoral.

Claro, acima estamos, como dizia Lenin, centrando na tendência principal, a qual não se considera possíveis acontecimentos extraordinários, tais como sucedeu-se com o atentado a Bolsonaro. Acontecimentos extraordinários, entretanto, já podem se especular partindo do que Bolsonaro insinuou: sobre uma suposta revelação de um fato “que salvará o país”. Isso aponta a que o bolsonarismo desataria uma campanha orquestrada de acusação contra o PT pelo atentado de 2018 ao “mito”, com base em provas forjadas, como do tipo “confissão de Adélio, o autor das facadas”. Bolsonaro busca aplicar a máxima do ministro de propaganda de Hitler, de que uma mentira repetida mil vezes se torna verdade.

Além disso, pode ser que surjam outros atos geradores de grande comoção social.

 

A farsa eleitoral

A volta “triunfal” de Luiz Inácio e todos esses fenômenos são, em geral, produto da dinâmica da farsa eleitoral da velha democracia burguesa, elevada ao máximo num país semicolonial (dada a sua instabilidade particular). Uma determinada força política, ao vencer as eleições, não o faz principalmente por mérito próprio diante das massas, mas por um demérito da força adversária que ocupava até então o governo e que se desmoralizou em demasia. Isso se repete, a cada eleição, com as massas populares acumulando – em espiral ascendente – frustrações e ressentimentos a cada sucessão de governo, mas vendo-se obrigadas, em parte a boicotar crescentemente a farsa eleitoral, e em parte a sufragar – com cada vez maior consciência dessa dinâmica – a força política reacionária que pareça o mais diferente possível da força desmoralizada que ocupou até então o governo, sem contudo emprestar-lhe genuína confiança. Claro que entram nessa equação vários outros fatores, muito dinâmicos e que por vezes contrariam a tendência geral, como os mencionados acontecimentos extraordinários. Todavia, através dessa dinâmica geral foi que se elegeu o PT, em 2002, pintando-se como o mais diferente possível do PSDB, cujo governo atingira um nível extraordinário de desmoralização; assim se elegeu Bolsonaro, em 2018, fazendo o mesmo com relação ao PT; e assim tende a voltar o PT, fazendo o mesmo com Bolsonaro.

De modo que, tal como para parte das massas populares que se viram obrigadas a sufragar Bolsonaro foi frustrante o resultado de seu governo; será frustrante o resultado de um eventual retorno de Luiz Inácio, ou de quem quer que vença. No caso do petista, o grau amplo de alianças que ele está firmando antagoniza-se ao extremo com o nível das expectativas que estão sendo alimentadas em parcelas das massas pelo próprio oportunismo, no afã de reconquistá-las eleitoralmente. Uma vez eleito, Luiz Inácio assumirá com a missão de aumentar a exploração das massas e acalmar seu estado de espírito tendente a rebelarem-se, missão transmitida pelo sistema do Poder ao qual ele se sujeita de corpo e alma. E, se vencedor, isso ele fará novamente, como fizera em 2003-2010, aprofundando uma série de reformas reacionárias na economia e elevando a repressão às massas em luta, principalmente no campo. Porém, a situação daquele período é muito diversa da situação atual, dado o grau da crise econômica incontornável, o nível do estado de espírito explosivo das massas e, principalmente, pelo grau de politização reacionária nos quartéis e de crescimento do movimento popular revolucionário no campo. Isso aponta a tendências para acordos vergonhosos com generais golpistas e protagonismo aberto no combate à Revolução Agrária. Quem pode duvidar de que virá mais uma decepção eleitoral para as massas empobrecidas?

Tal é a dinâmica da farsa eleitoral, que dissimula a ditadura da grande burguesia e do latifúndio, serviçal do imperialismo, principalmente ianque, com o véu do sufrágio universal e da “alternância no poder”; mantêm as massas alijadas do processo político. Tal dinâmica, pretendendo-se eterna, persiste por longo tempo, é verdade; mas, tornar-se-á ameaçada, uma vez que o caminho verdadeiramente democrático e revolucionário recobre forças e se fortaleça, elevando o nível de organização das massas; assim, ele rompe, parte por parte, com esse círculo de ferro viciado do caminho burocrático secularmente vigente, pondo fim o a o às frustrações das massas populares: tanto espirituais, como materiais. Para tanto, faz falta o partido revolucionário do proletariado, único que pode estabelecer e manter tal rumo estratégico, composto pelos(as) melhores filhos e filhas combatentes da classe mais revolucionária da história.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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