RJ: camelôs enfrentam repressão durante farra olímpica 17382f
Vendedores ambulantes entraram em confronto com os cães de guarda da prefeitura, a Guarda Municipal (GM), na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, no bairro de Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro, na noite de 9 de agosto. Os trabalhadores denunciaram a truculência dos guardas e dos agentes da Secretaria de Ordem Pública, que roubam descaradamente suas mercadorias. Em resposta, os camelôs e algumas pessoas que avam pelo local atiraram pedras contra a repressão. Tal cena, rotineira nas ruas da cidade, ocorreu num dos bairros turísticos mais tradicionais do Rio durante plena farra olímpica. A polícia chegou a ser chamada e disparou balas de borracha. 36483d
No mesmo dia, a revista Época publicou um vídeo com imagens de um ambulante sendo detido pela GM no calçadão de Copacabana. Ele vendia bandeiras e chapéus com as cores do Brasil e, ao ser detido, protestou: “Tenho filho para criar!”.
Em 11 de agosto, um novo confronto entre camelôs e guardas municipais ocorreu no camelódromo da Uruguaiana, no Centro da cidade. Relatos publicados na internet dão conta de que os trabalhadores foram atacados com bombas, mas responderam decididamente às agressões com paus e pedras. Devido a ação truculenta da GM, um dos os da estação do Metrô da Uruguaiana e algumas lojas fecharam as portas.
Também nos trens que partem da Central do Brasil para o subúrbio e municípios da Baixada Fluminense, camelôs foram impedidos de trabalhar por conta dos jogos olímpicos.
SP: protesto contra reintegração de posse 6e4h58
PM e bombeiros lançam jatos d’água contra manifestantes
Em 11 de agosto, moradores que ocupavam um terreno de propriedade da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (EMAE) foram atacados por policiais militares e responderam, entrando em confronto durante a ação de reintegração de posse. Este episódio de justa resistência popular ocorreu no bairro Pedreira, na Zona Sul da cidade de São Paulo (SP).
Durante a ação, realizada num terreno localizado às margens da represa Billings, os moradores, vítimas da política antipovo das gerências do velho Estado, se revoltaram, pois não tinham para onde ir. Em protesto, atearam fogo numa barricada com pedaços de madeira e sofás.
PE: revolta contra morte de menino 5rt16
População põe fogo no meio da rua em protesto contra o assassinato de mais um filho do povo
Na noite de 8 de agosto, moradores do bairro de Vasco da Gama, na Zona Norte do Recife (PE), protestaram contra o assassinato de Mateus Alexandre, de 14 anos, ocorrido um dia antes. Revoltada, a população ergueu e incendiou uma barricada de pneus e entulhos na Rua Vasco da Gama.
Segundo informações veiculadas na imprensa, o jovem teria sido atingido por uma “bala perdida” durante um tiroteio entre policiais e assaltantes e faleceu na manhã do dia 8. Ele estava chegando em casa, quando foi atingido no pescoço, tendo a bala alojada na testa. Em entrevista ao jornal Folha de Pernambuco, o pai de Mateus afirmou que quem assassinou seu filho foi a polícia:
— Ele tirou a vida de um inocente, não foi de um ladrão não. […] Foi a Rocam [da PM]. Se eu ver na minha frente eu identifico ele, eu digo quem foi que atirou no meu filho — protestou.
Uma amiga da família também deixou sua mensagem de indignação:
— Hoje foi Mateus, antes foi outro rapaz, e outro, semana ada, de 14 anos. Vão ser quantos ‘Mateus’? Quantas crianças? O alvo deles [dos policiais] agora é criança? Eles querem devastar a comunidade? Não pode, não, os policiais sempre “têm a razão”. Já um pai de família, porque é preto, pobre e da periferia… Se existe justiça, tem que ser feita! Olha aí, ela vai fazer aniversário amanhã [aponta para a mãe de Mateus, muito emocionada], olha o “presente” que ela ganhou desses nojentos. Domingo é dia dos pais, olha o “presente” que ele ganhou.
No dia 9, após o enterro de Mateus, houve novo protesto e a população revoltada incendiou várias barricadas na entrada do bairro Vasco da Gama.
SP: estudantes protestam 1c4u6v
Estudantes secundaristas realizaram uma manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo, no sentido Paraíso, no dia 11 de agosto, contra o fechamento de escolas e o sucateamento das instituições de ensino. Os jovens também se posicionaram contra a proposta ‘Escola sem partido’ [sobre a proposta, ver página 5 desta edição] e os desvios de verbas para as merendas. Imagens que circulam na internet mostram PMs agredindo os jovens covardemente. Uma estudante chegou a ser arrastada pelo cabelo por um agente de repressão.
SP: servidores exigem pagamento 6l644i
Na tarde de 11 de agosto, centenas de servidores do município de Rio das Pedras (SP) realizaram uma manifestação contra o parcelamento dos salários e o não oferecimento dos benefícios. Os manifestantes denunciaram que uma servidora ficou ferida após ser atingida por uma pedra lançada do interior da prefeitura. Até o dia desse protesto, o vale-refeição dos professores da rede municipal de ensino ainda não tinha sido depositado. Por esse motivo, eles decidiram entrar em estado de greve.
RJ: mais entreguismo dos recursos nacionais 1c465w
Em mais uma mostra de subjugação nacional e entrega das reservas minerais do país aos monopólios estrangeiros, o velho Estado semicolonial, gerenciado pelo interino e entreguista Temer deu aval à venda da área Carcará, no pré-sal, à companhia imperialista norueguesa Statoil, no dia 29 de julho, como parte de um “programa de venda de ativos para enfrentar a crise financeira”. A Federação Brasileira dos Geólogos denunciou esse crime contra a soberania e o patrimônio nacionais e anunciou que entrará na justiça contra a transação de US$ 2,5 bilhões, considerada pela categoria uma depredação do patrimônio dos brasileiros, uma vez que a área pode ter uma reserva de petróleo maior do que a anunciada.
AM e AP: protestos contra falta d’água e luz 4t3t1d
Moradores do loteamento Rio Piorini, Terra Nova, na Zona Norte de Manaus (AM), realizaram um protesto no dia 8 de agosto contra a falta de água na região que já durava 15 dias. Eles bloquearam a Avenida Tobias e afirmaram que, mesmo sem água, as contas continuavam chegando no dia definido. Com baldes d’água nas mãos, os moradores montaram uma pequena barricada e colocaram fogo.
Quatro dias antes, 4 de agosto, os moradores da rua Vereador Júlio Pereira, no bairro Jardim Felicidade, Zona Norte de Macapá, capital do Amapá, bloquearam a via em manifestação contra a falta de energia elétrica que atingia o local há cerca de 48 horas. Eles incendiaram pneus e pedaços de madeira no meio da rua.