Segundo dados preliminares da Comissão Pastoral da Terra (T), foram registradas 178 invasões violentas de terras em posse de 55,8 mil famílias camponesas e indígenas no decorrer de 2020. Com aval do governo de Jair Bolsonaro e generais, 97 áreas indígenas, 21 áreas remanescentes de quilombolas e 19 ocupadas por posseiros foram invadidas por monopólios capitalistas burocráticos, latifundiários e grileiros. 67y61
Tal número – que constitui 77,3% das invasões efetivadas pelos monopólios – representa um aumento expressivo se comparado ao ano de 2019, em que foram registradas nove invasões. A violência também apresentou um aumento exponencial. Em números parciais, foram registrados 1.083 casos de violência contra a ocupação e posse de terras, envolvendo o total de 130.137 famílias camponesas e indígenas.
Além disso, a T averiguou um avanço na apropriação sobre bens comuns, como a água, pelas classes dominantes. Dados parciais indicam 199 conflitos, incluindo áreas indígenas, envolvendo 35.850 famílias. Com 43% dos casos, a mineração é a maior responsável pelos conflitos, acompanhada por empresas de capital burocrático-comprador, o setor elétrico e o velho Estado.
Ainda segundo os dados da T, os mais prejudicados pela violência latifundista e do governo federal são as populações ribeirinhas, envolvidas em 69 conflitos; os povos indígenas, envolvidos em 39 conflitos e as comunidades pesqueiras, com 38 conflitos. A maioria dos embates se deu na região Sudeste, com 99 casos, seguida pela Norte, com 50.