Iraque: o imperialismo na areia movediça 4x2g11

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Iraque: o imperialismo na areia movediça 4x2g11

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O Iraque atual está dilacerado por escaramuças, ataques, contra-ataques e matanças em um cenário de recrudescimento da violência aos níveis dos dias mais sangrentos sob a ocupação das potências estrangeiras, USA à frente. Esse Iraque é ao mesmo tempo imagem e espelho de um mundo no qual pululam em várias nações e regiões do planeta o aumento das tensões políticas e guerras civis repletas de nuances que muitas vezes extrapolam o antagonismo fundamental entre a invasão estrangeira as lutas de libertação nacional. Povos inteiros estão padecendo com os horrores produzidos pelas disputas entre forças reacionárias, algumas vezes abertamente fascistas, em concorrência seja pela subjugação do país à potência de sua, digamos, “preferência”, seja por domínios políticos e/ou territoriais que lhe garantam maior poder de negociação com o imperialismo – o imperialismo, fator fundamental e pai de todas as situações que ora corroem países como Síria, Ucrânia e o próprio Iraque. 2o2p64

Lá, no Iraque, o USA agora tenta desesperadamente controlar o crescimento e o avanço da força reacionária Estado Islâmico do Iraque e da Síria, cuja ascensão espalhando o terror por todo o território iraquiano é filha legítima da invasão imperialista iniciada há mais de 10 anos. Invasão esta que, igualmente, espalhou o terror entre o povo daquela nação, enforcou seu presidente e dilacerou um Estado soberano cujas estruturas burocráticas instauradas a seguir hoje se esvaem entre os dedos dos ianques e dos oportunistas como areia do deserto, que se acumula sob seus pés como a areia movediça dos conflitos sectários açulados pelo próprio invasor estrangeiro que ora assumem a forma de uma guerra civil sem fim entre o “Estado” sunita e o Estado formal liderado pela elite xiita, representada em última instância por Nuri al-Maliki.

A própria força que o Estado Islâmico do Iraque e da Síria ora demonstra no território iraquiano, controlando já um terço dele (inclusive cidades-chave como Falluja, Mossul e Tikrit, bem como importantes campos de produção de petróleo), é consequência da uma outra e mais recente guerra civil instigada por disputas imperialistas, a da Síria, onde o USA colocou suas mãos para desestabilizar o gerenciamento Assad, próximo a Moscou, visando substituí-lo por outro mais afável aos interesses do imperialismo ianque.

A areia movediça parece ainda mais intransponível à luz dos intrincados caminhos “geopolíticos” que o USA teria que percorrer para tentar sair dela. O gerenciamento do Irã, xiita, já intervém na guerra civil iraquiana, conforme itiram algumas “autoridades” de Washington ao jornal The New York Times, com o envio de toneladas de equipamentos militares, suprimentos e até drones espiões e “inteligência”. Pelo menos 10 divisões de tropas iranianas e da Força Quds – espécie de “tropa de elite” do exército de Teerã – estão posicionadas na fronteira entre o Irã e o Iraque, prontas para intervir em auxílio a Al-Maliki caso o Estado Islâmico do Iraque e da Síria ameace diretamente Bagdá. No último 5 de julho as agências de notícias internacionais deram conta da morte em combate de um piloto iraniano no Iraque.

Embora as ações iranianas não sejam diretamente coordenadas com os esforços do USA, ao aceitar, por assim dizer, ajuda do regime iraniano no Iraque, Washington criará um novo problema, desta vez com o regime da Arábia Saudita, importante pilar do imperialismo ianque em sua estratégia para construir um “Novo Oriente Médio”, ou seja, um Oriente Médio totalmente subordinado à sua estratégia de dominação global e completamente submetido aos interesses dos monopólios do USA.

Como se não bastasse, a Rússia também se opõe ao Estado Islâmico do Iraque e da Síria, num caso exemplar de como os interesse imperialistas podem, às vezes, convergir sobre um mesmo inimigo.

No fogo cruzado, o povo. Só em junho a violência brutal desencadeada pelas ações do imperialismo vitimou mais de três mil pessoas e atirou mais meio milhão de cidadãos à condições de refugiados, engrossando o recorde mundial de pessoas obrigadas a deixarem suas casas, cidades ou países para escapar da morte e da perseguição (ver nesta edição de AND).

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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