Em meio à miséria geral, bancos lucram R$ 90 bilhões em 2021 40626s

Em meio à miséria geral, bancos lucram R$ 90 bilhões em 2021 40626s

Em meio à grave crise econômica que arrasta mais de 20 milhões de brasileiros para o desemprego e outras dezenas de milhões para a miséria e a fome, os bancos registraram um lucro de R$ 90,5 bilhões, o maior montante da história. Os resultados foram dados na primeira quinzena de fevereiro. 5t4454

Os ganhadores da bolada

Se trata dos quatro maiores bancos listados na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa): Banco do Brasil (BB), Bradesco, Itaú e Santander Brasil. O Banco do Brasil divulgou o balanço financeiro em 14 de fevereiro. Nele consta o lucro líquido de R$ 21,02 bilhões. Surpreendendo positivamente os analistas, o lucro recorde coloca o BB como o banco que mais cresceu em relação à 2020, com alta de 51,4%.

Porém foi o Itaú Unibanco S.A. o que mais lucrou entre os quatro. Com um montante de R$ 26,88 bilhões, aparece como sendo o segundo banco que mais cresceu, com 45%. Atrás desse vem o Bradesco que registrou um lucro de R$ 26,22 bilhões, representando um aumento de 34,7% em relação ao ano anterior. Em seguida apareceu o Santander Brasil (lucro de R$ 16,35 bilhões, com aumento de 21%).

Na mesma semana em que foi divulgado o seu lucro exorbitante, Alfredo Setubal, que é dono da empresa de suspeita denominação ItaUSA, controladora do Itaú Unibanco S.A., concedeu entrevista à Revista Valor. Nela, Setubal afirmou que a economia brasileira está trabalhando “em um patamar bastante adequado” e desconversou sobre impactos de uma suposta crise: “Ainda não sentimos grande desaquecimento”, lançou o magnata.

Crise e decomposição

Sintomático de uma economia escravizada pela oligarquia financeira, o lucro recorde dos bancos no país ocorre em meio à quebradeira geral de pequenas e médias empresas, ademais do empobrecimento brutal da maior parte da população. Ao longo dos últimos dois anos, cresceu assustadoramente o número de brasileiros com dívidas. No ano de 2021, o endividamento das famílias brasileiras bateu recorde, com uma média de 70,9%. Foi o maior valor registrado na série histórica.

Quadro ainda mais grave

Em 2020, a empresa estatal responsável pela Centralização de Serviços dos Bancos, o Serasa, constatou que o endividamento relacionado à compra de alimentos e contas essenciais como luz, água e aluguel foi o que mais cresceu na pandemia.

As solicitações de créditos consignados cresceram 75 vezes em 2021. Os empréstimos consignados são aqueles em que são descontados diretamente na folha de pagamento (com juros entre 20% e 35% ao ano). Já a procura por empréstimo pessoal (com juros acima de 100% ao ano) cresceu 173% em outubro de 2021, comparado ao mesmo mês do ano anterior.

Na pesquisa realizada pelo Índice FinanZero sobre empréstimos, 500 brasileiros foram entrevistados. A partir disso, constatou-se um aumento de 29% na intenção dos entrevistados em solicitar empréstimos para quitar dívidas, em relação ao o mês anterior. Também como parte da pesquisa, 45% dos brasileiros informaram que pretendem solicitar crédito nos próximos três meses. A principal motivação são as dívidas, com um índice de 47%.

Previsões funcionando…

Tudo isto constava na previsão do Banco Central (BC). Em publicação datada de setembro de 2021, o BC afirmou que o crédito concedido pelos bancos deve crescer 12,6%. Entre as modalidades de crédito concedidas, a previsão é que cresceria aquela mais violenta: a modalidade de crédito para pessoa física com recursos livres (que tem a média de juros acima de 30%), teve a revisão da variação de 14% para 18%, enquanto a modalidade crédito com recursos direcionados (com taxa de juros definida pelo governo, abaixo de 10%) também foi reajustada, aumentando de 13% para 14%.

… miséria aumentando!

Quando um trabalhador cai nas garras do banco, geralmente é porque já foi demitido do seu emprego formal (no caso de ter tido um!), viu esgotar-se suas reservas para emergências e não encontrou qualquer outro serviço disponível, caindo na desgraça do desemprego. De modo que a alternativa que se apresenta é se endividar para conseguir pagar as contas atrasadas e até mesmo para fazer o mercado, enquanto corre atrás de algum subemprego com condições ainda piores. Sua desgraça é a maravilha dos bancos, que não sentiram, não sentem e não sentirão o impacto da crise econômica mas, pelo contrário, serão beneficiados – como demonstra o enriquecimento da nata de sanguessugas.

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