Editorial – Aberta a temporada de mentiras sem limite 6am2a

Editorial – Aberta a temporada de mentiras sem limite 6am2a

Quanto mais a crise econômica se aprofunda, mais cedo se arma o circo da farsa eleitoral no Brasil. 1i3g9

O oportunismo à cabeça do velho Estado amplia sua verba publicitária para alardear suas “realizações”, mas nem com a avalanche de contrapropaganda governista é possível ao povo perceber que “as coisas estão bem”, ou, como gosta de dizer a gerente de plantão, “sob controle”. Nada é capaz de esconder a inflação que corrói os salários, a estagnação da economia, a desindustrialização e desnacionalização, os privilégios ao latifúndio e a submissão ao imperialismo, a revolta popular no campo e na cidade e a brutal repressão que se abate sobre o povo diuturnamente.

A popularidade de Roussef despenca dia a dia e a tendência de queda se acentua à medida em que fracassam as tentativas de mascarar a crise e aplastar os protestos, principalmente contra a Copa da Fifa, na qual o oportunismo eleitoreiro apostou boa parte de seu cacife.

Entretanto, não há nada novo no que se pode chamar “oposição”. De um lado, Aécio não convence e é obrigado a prometer a continuidade da gerência petista, a exemplo do feito por Luiz Inácio em 2002 com relação a FHC.

De outro, Eduardo Campos tenta se apresentar como uma terceira opção, mas também está ligado ao que há de mais atrasado na política brasileira.

Por seu turno, as facções do oportunismo fora da gerência do Estado, PSOL, PSTU, PCBrasileiro, etc., mais uma vez se afundam na legitimação da farsa eleitoral, fazendo a mais vil defesa do velho Estado com seu cacarejo de “democratizá-lo” e atacando o movimento popular combativo, atuando como auxiliares policialescos do inimigo.

Nesse cenário, um verdadeiro dilúvio de denúncias de corrupção dá o tempero bem ao gosto da pequena burguesia, mais sensível a esse tipo de apelo. Assim, tem a boataria da cocaína de Aécio, o cartel e consequente superfaturamento do metrô de São Paulo, gerenciado pelo PSDB há 20 anos; as obras também superfaturadas de Suape, em Pernambuco, sob a gerência de Campos; a “compra” da refinaria no USA por Dilma, etc. E o irônico é que toda essa imundície são as poucas verdades que saem dessas bocas, na enxurrada de mentiras e fingimentos que destilam o tempo todo.

Foi o caso do discurso de Dilma, cometido em cadeia nacional de rádio e televisão às vésperas do Dia do Internacional dos Trabalhadores, 1° de Maio, visando deter a queda livre de sua popularidade e possível descarte como candidata a reeleição.

Como migalha, assinou decreto elevando o limite para pagamento do imposto de renda em insignificantes 4,5%, contra o cálculo da OAB de que a defasagem já atinge 61%. Neste ano, o trabalhador que ganha R$ 1.787,00 (menos de 3 salários mínimos!) paga imposto de renda.

Anunciou ainda o reajuste de 10% no carro chefe eleitoral do oportunismo, o Bolsa Família, e, como promessa de campanha, garantiu aumento do salário mínimo em 2015.

Cinicamente, ela, que delatou companheiros de luta ao regime militar fascista, mente descaradamente ao povo.

Afirmou que a inflação está “sob controle”, enquanto as metas (sempre elas) são mudadas para cima a todo momento. Aproveitou para se defender da compra da refinaria apelando para o sentimento patriótico de defesa do “patrimônio nacional”, logo ela, que entregou o petróleo ao imperialismo.

Sobre o aumento das contas de energia elétrica e das benesses às distribuidoras, Dilma se saiu com essa: “imaginem se não tivéssemos abaixado as tarifas de energia em 2013”. Mas o show de desfaçatez não termina aí.

A gerente tampão do Estado genocida ainda afirmou estar atendendo as demandas levantadas pelas jornadas de protesto popular de junho de 2013 e, por fim, jogou para a torcida a velha e demagógica questão da “reforma política”, canto de sereia dos defensores do velho Estado semifeudal e semicolonial brasileiro.

E se nada dessa cantilena convencer os eleitores, há sempre a possibilidade do retorno “triunfal” de Luiz Inácio, algo almejado e declarado por uns quantos e já com banda de música e tudo por líderes da chamada “base aliada”, preocupados, claro, com a possibilidade de perder a mamata do erário público.

Por último, destaca-se a força que mais cresce no cenário imposto pela farsa eleitoral que se avizinha: é a dos que rejeitam esse processo farsante, que encabresta o povo iludindo-o a dar legitimidade à farsa e aos desmandos dos mandatários dela emergidos de dois em dois anos e a dar aval como “democracia” a essa ditadura dos ricaços locais e imperialistas. Esses manifestam-se ausentando-se das urnas a cada ano mais massivamente. Cerca de 36 milhões de eleitores deixaram de votar nas últimas eleições. E a tendência é que se amplie ainda mais este número em 2014.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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