Copa: mais repressão e contrapropaganda 4r758

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Copa: mais repressão e contrapropaganda 4r758

Um aparato repressivo gigantesco e mobilizado de maneira orquestrada como nunca antes se viu na história deste país. Foi isto o que Dilma anunciou na manhã do último 19 de fevereiro, em entrevista dada a rádios do estado de Alagoas. E como tudo que é medida antipovo, de autoritarismo e de repressão que anuncia ou respalda quando vem a público com ares de mãe severa, o faz arrotando sem parar as palavras “democracia” e “liberdade”, sem enrubescer sequer quando ameaça as massas insubordinadas e fartas de tanta precariedade e degradação das condições de vida. c5j6n

Serão mobilizados:

1. Polícia Federal;

2. Força Nacional de Segurança;

3. Polícia Rodoviária Federal;

4. Polícias Militares, a julgar pela informação de que o gerenciamento federal planejou levar a cabo medidas para reforçar, “em sintonia” com os gerenciamentos estaduais, como o de Cabral, no Rio de Janeiro, a “segurança” nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo prevista para ser realizada no Brasil nos próximos meses de junho e julho.

Todos enumerados com orgulho pela “presidenta”, só faltando mesmo dizer que os agentes do aparato repressivo que ela coordena para fazer prisões arbitrárias e políticas e para baixar a borracha nas ruas antes, durante e depois da Copa, são soldados “no exercício cívico da violência”, ecoando frase recente dita ao monopólio da imprensa por um general que participou do gerenciamento militar.

Dilma cacarejou ainda que “é preciso reformar a lei” para incrementar, ajustar e azeitar esta escalada da repressão militarizada, preconizando canetadas que podem chegar até a tipificar o crime de terrorismo durante a Copa, como quer o ministro de Dilma e homem santo Marcelo Crivella, em clara tentativa de intimidar a resistência popular mais combativa à Copa dos ricos, e com penas de prisão prolongadas para quem ousar remar contra a maré do ufanismo e das patriotadas e for para as ruas “atrapalhar” o megaevento da Fifa e das transnacionais a ela associadas.

Para que fosse possível a Dilma levar o fascismo deste gerenciamento de turno a este nível de consequencias, o monopólio da imprensa preparou o terreno para o incremento da repressão às massas com uma reforçada e odiosa campanha contra os protestos combativos que novamente se agigantam pelas ruas das maiores cidades do país.

Uma campanha de contrapropaganda reacionária inflada sobretudo na sequência da morte do cinegrafista Santiago Andrade, atingido na cabeça por um rojão durante manifestação no Centro do Rio de Janeiro no dia 6 de fevereiro deste ano – a morte que os parasitas acossados pelas ruas em chamas tanto aguardavam desde as jornadas de junho do ano ado, e da qual ora tanto tentam tirar proveito para tentar a todo custo esvaziar as ruas dos justos protestos protagonizados pela juventude combativa.

Pecedobê: sabujo das classes dominantes 6c1d5u

E se Dilma rosna e mostra os dentes, como um animal acuado, o faz também sob o respaldo e no esteio das patranhas apregoadas pelo mais rasteiro oportunismo, como aquelas espalhadas pela sua própria camarilha petista, mas, sobretudo, pelos seus comparsas do pecedobê, agremiação sabuja de tudo quanto é inimigo do povo brasileiro, e que têm se prestado ao papel de aríete “ideológico”, por assim dizer, do que há de mais grotesco no beabá revisionista a serviço das reacionárias classes dominantes, no melhor estilo “comunista de bom senso”, elogio feito pela revista Veja, baluarte da imprensa antipovo, à mais proeminente figura pecedebista no momento, justamente o ministro do Esporte, Aldo Rebelo.

No último 10 de fevereiro, o pecedobê subiu para o seu site na internet uma peça exemplar da verborragia eleitoreira rasa que caracteriza o gerenciamento do PT e de seus aliados, na forma de uma nota lamentável intitulada: “Vencer a Copa, derrotar o rentismo, desenvolver o Brasil”.

Notadamente o pecedobê se vale da forma das palavras de ordem e do recurso aos imperativos usados para inflamar as massas no que tange às lutas pelos reais anseios das classes trabalhadoras, mas ali um mero estratagema para tentar confundir e dividir, como fica claro também na tentativa de usar um esporte popular para evocar a nefasta conciliação de opressores e oprimidos e para tentar fazer fumaça às mais escancaradas contradições de classe, como é de praxe nos regimes mais abertamente fascistas:

“Ainda mais relevante do que o gigantismo dos números é o efeito ideológico/cultural que o evento tem o potencial de desenvolver. O futebol é um dos traços mais importantes da cultura do Brasil, mobilizando a paixão dos nossos compatriotas de modo profundo. Realizar uma Copa no Brasil significa elevar a autoestima dos brasileiros, reafirmar a capacidade de nosso povo de realizar grandes coisas, o que tem especial importância para todos que sonham com transformações profundas conduzidas pelos trabalhadores e pelo povo.”

Mais à frente, o pecedobê esboça uma espécie de cartilha do brasileiro manso, do povo bovino, do ufanismo despolitizado, de tudo neste sentido que interessa ao oportunismo e às classes dominantes:

“Propagandear consignas como ‘Não há contradição, eu quero Copa Saúde e Educação’, amplamente. Demonstrar que a Copa é uma grande vitória, reforçando a denúncia dos interesses rentistas, verdadeiros inimigos dos avanços sociais.”

“Fazer a luta de ideias em torno do tema da Copa nas redes sociais. É preciso mobilizar os setores progressistas para ocupar o espaço virtual e combater as mentiras e confusões que têm campeado na rede.”

“Mobilizar o povo se apoiando na grande onda patriótica que a Copa desatará. Chamar o povo para torcer nas ruas, inundando as praças de verde e amarelo. Torcer pelo Brasil, contribuir com a realização de uma exitosa Copa do Mundo e manter bem altas as bandeiras do movimento social.”

Ecoando o regime militar 593s4y

E se quem lê este texto nefasto pretender fazer uso da tão festejada interatividade da internet e quiser deixar lá, no site do pecedobê, um comentário dizendo que aquilo se trata de uma vergonha, que só contribui para a caracterização como inimigo do país aquele brasileiro inconformado com o contraste entre tanta precariedade para as massas e os vultosos recursos disponibilizados para a realização da Copa dos ricos, abrindo alas para a repressão, e que o pecedobê deveria definitivamente mudar de nome, quem quiser deixar esta mensagem para eles vai se deparar com o seguinte aviso:

“Esta área de comentários é ível de moderação. Mensagens ofensivas, injuriosas, com linguagem chula ou com conteúdo considerado inapropriado pela redação serão apagadas.”

No dia seguinte à publicação deste amarrado de picaretagem no site do pecedobê, ou seja, no último dia 11 de fevereiro, o ministro pecedebista do Esporte, Aldo Rebelo, declarou ao monopólio da imprensa burguesa durante o lançamento em Manaus de um livro organizado por ele mesmo com crônicas de Nelson Rodrigues e intitulado “A Pátria de Chuteiras”:

“Vivemos uma época de desamor, de falta de interesse pela nossa seleção, com um sentimento que tudo vai dar errado. Reuni crônicas esportivas de Rodrigues que falava muito a respeito disso. Ele já combatia este sentimento derrotista do brasileiro.”

E assim o “comunista de bom senso” atualiza para os tempos de gerenciamento civil da semicolônia Brasil o ronrom flácido de slogans da época do gerenciamento militar, como “Ninguém segura este país” ou “Brasil, ame-o ou deixe-o”, ou de versinhos musicais patrioteiros sobre futebol repetidos a fim de escamotear todo o resto que importa, ecoados país afora pelo regime militar, como os “90 milhões em ação” e seus apelos por uma “corrente pra frente”, “todos juntos vamos” e “um só coração”, como se não vivêssemos, ontem e hoje, em uma realidade marcada por inconciliáveis antagonismos, selvagem exploração do povo e escalada do ódio de classe.

Hoje, os versinhos ufanistas do momento embalam as patriotadas de Rebelo e do seu pecedobê e as leis de repressão que Dilma anuncia mirando o povo rebelde como alvo. Porque novas leis prevendo direitos e garantias para as massas trabalhadoras ante a selvageria do capital, não, isso não pode partir daqueles que gerenciam o velho Estado brasileiro para os monopólios internacionais, para as elites parasitárias e para o latifúndio – e para a Fifa! -, tampouco com tanta celeridade ante os clamores reacionários por “ordem” e sob tantos aplausos da imprensa monopolista; direitos se conquistam pela via das lutas populares e classistas que este velho e podre Estado tanto se esmera para reprimir.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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